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Opinião: faz sentido, para a Apple, abandonar a Intel e arquitetar os processadores de Macs?

Uma coisa bem simples, mas que ainda causa muita confusão nos comentários em alguns tipos de artigos, é quando o autor cita que a Samsung é quem fabrica os processadores da Apple (esses que equipam as Apple TVs e iGadgets). No entanto, é o logo da Maçã que fica impresso no chip. No artigo de hoje, vamos entender o porquê e como isso pode influenciar a escolha dos processadores que equiparão os futuros Macs.

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Para entender a parte da filosofia da Apple que relaciona hardware e software, precisamos voltar até 2007, na apresentação do primeiro iPhone, e observar um dos lugares que possivelmente saíram tais pensamentos.

Alan Kay

Trinta anos antes, Alan Kay, um popular informático americano, dizia:

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Pessoas que tratam o software com seriedade devem construir seus próprios hardwares.

O ponto é: a Apple deseja, assim como a maioria das empresas, agradar ao máximo seus clientes, buscando sempre as melhores soluções e experiências de usuário. Para isso, não basta apenas criar os melhores softwares, tem que fazê-los funcionar num bom hardware. E, neste quesito, a Apple faz muito bem o seu dever: arquiteta a maior parte possível, mesmo não sendo ela a fabricante. No caso dos processadores, a equipe de hardware e tecnologia projeta e entrega à Samsung, que fabrica tudo e devolve a Apple. Assim como num edifício, é o nome do arquiteto/engenheiro que fica gravado e não os dos pedreiros que o construíram.

Voltando aos projetos em si, vale lembrar que os rumores sobre a adoção de chips próprios pela Apple começaram em 2008 (segundo ano de vida do iPhone), mas apenas em 2010 isso se concretizou, com a lançamento do iPad original.

A arquitetura escolhida para equipar iGadgets foi a ARM (Advanced RISC Machine) mas, de acordo com rumores, a Apple poderá também adotar essa arquitetura para seus computadores, desenhando seus próprios chips para Macs e fazendo valer ainda mais sua filosofia.

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Se isso se tornar realidade, Robert Mansfield (vice-presidente sênior de tecnologia) estará encabeçando o projeto, o que nos dá uma mínima segurança sobre a qualidade dele. Bob trabalha na empresa há mais de uma década e, quando pensou em se aposentar, recebeu uma oferta gorda de Tim Cook (CEO da Apple) para continuar onde está. Sabemos bem do que Mansfield é capaz, já que ele participou ativamente da criação de produtos que estão presentes fortemente em nossas vidas — e Cook também tem plena consciência disso.

Dificilmente essa transição acontecerá por agora, já que ela é demasiadamente complexa e precisa necessariamente envolver uma série de testes que não podem ser realizados da noite pro dia. Vale ressaltar que, na última vez que a firma de Cupertino resolveu fazer uma transição assim (trocando a arquitetura PowerPC pela x86) as suas ações despencaram e, logo depois, decolaram — sem falar que a nossa vida de fato melhorou com a chegada dos processadores da Intel (chips mais potentes/eficientes, possibilidade de rodar Windows em Macs, etc.).

Como disse, isso não deve acontecer tão cedo. Apesar de ter suas vantagens como uma maior integração com iGadgets e iOS — quem sabe até um sistema único, como muitos apostam —, maior eficiência energética (abrindo portas para baterias mais e mais duradouras), menor espaço ocupado (possibilitando máquinas cada vez mais finas e leves), uma troca para a arquitetura ARM também tem suas desvantagens, como incompatibilidade com o Windows, necessidade de um tradutor binário dinâmico (como o Rosetta) para que os atuais aplicativos não deixem de funcionar, entre outras coisas.

Colocando tudo na balança, particularmente acho que a Apple adotará, sim, essa postura no futuro, controlando também a fabricação dos processadores de Macs. E vocês? 😉

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