A história se repete, mais uma vez: uma aplicativo incrível, que oferece algum serviço mágico é lançado; as pessoas vão lá, baixam e saem usando/compartilhando o seu resultado. Não, eu não estou falando do FaceApp, mas do aplicativo Remini, que “bombou” no ano passado e voltou a ganhar destaque recentemente.
Diferentemente do FaceApp, que serve apenas para diversão — e para capturar dados, afinal de contas —, o Remini tem um propósito bem mais interessante: restaurar fotos antigas ou de baixa qualidade, usando e abusando de inteligência artificial. E o resultado realmente é incrível, como podemos ver nos exemplos abaixo:
Gente, que absurdo esse Remini, que restaura fotos antigas com IA (tem na App Store). Esse é meu bisavô, Kiyoshi Sato, cujo rosto eu só conhecia por uma foto. 😳
— Fábio Yabu (@fabioyabu) June 16, 2020
Dica do @brunnosarttori pic.twitter.com/UT3u69Y8m5
Já usei bastante pra recuperar umas fotos do meu avô também pic.twitter.com/snrxq530Ws
— CΔLI ⬋⬋⬋ (@RodrigoCali) June 16, 2020
A @nathalia_nor me mostrou esse app Remini e é ASSUSTADOR. Ele pega fotos antigas, todas pixelizadas, cheia de artefatos, e refaz a porra da foto em HD usando inteligência artificial. Eu ainda n to acreditando q isso funciona pic.twitter.com/eCKYSJCTHl
— 💾Izzy Nobre (@izzynobre) October 13, 2019
Cara, esse aplicativo é perfeito demais
— Diego 🇻🇦 (@Costholic) October 13, 2019
To fazendo um trabalho sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial, e eu tava pegando fotografias dos soldados, e O APP DEIXOU ELAS PERFEITAS, O ROSTO FICA CERTINHO pic.twitter.com/nT2Ydc3lXL
Foto antiga do meu falecido pai, esse app é bem legal mesmo, nem li os termos antes de aceitar, devo ter vendido todos os meus dados e minha alma, mas valeu a pena pic.twitter.com/juxLKkm11r
— Nome não pode ficar em branco (@vitorams) October 13, 2019
Se você tem apenas uma foto antiga daquele ente querido, ou até uma foto já digitalizada, só que de baixa qualidade, não tem nem o que pensar. É realmente incrível o resultado que o Remini entrega — ainda que ele funcione melhor em fotos com apenas uma ou duas pessoas.
O Gizmodo Brasil, contudo, fez uma boa investigação sobre o aplicativo no ano passado e concluiu que o comportamento dele é bem parecido com o dos demais que capturam nossos dados. Todas as imagens são enviadas para o servidor da empresa (chinesa, diga-se), e nos termos de uso você encontra aquelas informações de sempre, dizendo que a empresa armazena suas imagens em seus bancos de dados, e que eles podem usar tudo da forma que bem entenderem.
A empresa em si responsável pelo app é totalmente desconhecida do público brasileiro — os termos mencionam “wei liu” ou “Remini”; no site do app consta a desenvolvedora BigWinePot, que pertence à Dagong Technology Co.
Por outro lado, como sabemos, esse tipo de “proteção jurídica” está em basicamente qualquer aplicativo — se você parar para ler com calma os termos de uso de redes sociais como Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat, TikTok e companhia, você simplesmente desistirá de usar todas elas. Com certeza.
Ou seja, faça bom uso — mas com parcimônia. O app é gratuito para baixar, mas você tem direito a realçar apenas algumas poucas imagens por dia; existem compras internas que variam de R$19 (5 imagens) a R$230 (120 imagens), mas sinceramente não vejo por que alguém compraria tais opções sendo que existe uma ilimitada por R$21. No mais, o app também faz restaurações de vídeos e transforma fotos em desenhos.