Após preocupações quanto ao número de aplicativos otimizados para o Apple Vision Pro que estariam disponíveis no seu lançamento, a própria Maçã anunciou que o número seria de mais de 600 na véspera da chegada do dispositivo às lojas. Mais de uma semana depois, temos agora informações mais detalhadas sobre esses apps.
De acordo com números da Appfigures vistos pelo TechCrunch, já são mais de 700 apps otimizados para o visionOS. Entre os que rodam apenas no dispositivo, 52% são pagos, enquanto 13% contam com assinaturas e 35% são gratuitos. Ao incluir os apps que contam com versões para iOS/iPadOS e nativas para o Vision Pro, a proporção de apps pagos cai para 17%; já os com assinaturas fica em 58%.
Em toda a App Store (de todos os sistemas), a proporção de apps pagos é de apenas 5%. Vale notar que, além dos otimizados — exclusivos ou não do Vision Pro —, pode-se baixar, no headset, apps para iOS/iPadOS que foram disponibilizados pelos desenvolvedores, mas que não oferecem uma experiência nativa/otimizada para computação espacial.
Entre todos os apps pagos otimizados para o Vision Pro, o preço médio é de US$5,67, enquanto o app com o maior preço — que traz a tabela periódica de forma interativa — custa US$98. A maioria dos apps custa US$10 ou menos; para adquirir todos os que são pagos (até o momento), são necessários US$1.089,07.
Alguns desenvolvedores estão aproveitando a oportunidade para faturar um pouco mais com a nova plataforma, considerando que os usuários do headset — ainda que não tão numerosos — podem ter uma disposição maior a pagar por apps, a julgar pelo preço do dispositivo. O desenvolvedor do Juno, cliente do YouTube para visionOS, por exemplo, disse que os proventos do app já chegaram ao que ele pagou pelo seu headset.
Algo que gerou um descontentamento entre os criadores de apps foi a retirada da lista de apps mais baixados da App Store do visionOS. Essa área é um direcionamento bastante importante de divulgação de apps e jogos e o seu retorno está sendo demandado por desenvolvedores, junto a melhores busca e opções de descoberta de apps.
De todo modo, essa tendência de apps pagos entre os desenvolvidos exclusivamente para o Vision Pro mostra um relativo descolamento do rumo recente do mercado de apps. Algo estimulado pela própria Apple, vem sendo mais frequente a adoção de modelos de monetização por meio de apps gratuitos com assinaturas/compras internas — beneficiando a própria Maçã, que recolhe a conhecida comissão sobre os valores pagos pelos usuários.
Desse modo, os dispositivos adquiridos também podem ser motores de geração de receita com serviços, como as assinaturas, algo que desagrada muitos usuários. No Vision Pro, ao menos agora no início do ciclo do dispositivo, a tendência parece ser a de uma volta ao modelo de apps pagos.
É possível que isso estimule mais desenvolvedores a criarem apps e “surfarem a onda”, bem como que a Apple mova-se para estimular algum tipo de mudança. A ver… 🥽
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