E a gama de serviços da Apple segue crescendo cada vez mais. Desta vez, embalada pelo lançamento do Apple Watch Series 6 e do watchOS 7, a empresa anunciou ontem o Apple Fitness+.
Com chegada prevista para o fim do ano, o serviço é descrito como uma experiência fitness desenhada para funcionar com o Apple Watch e suas métricas — e, se funcionar como na apresentação, poderá ser a virada de chave para muitas pessoas começarem a cuidar da sua saude.
O serviço
Disponível em qualquer tela do universo Apple (iPhones, iPads e Apple TVs), ele contará inicialmente com dez tipos de exercícios (dentre eles ciclismo, esteira, remo, HIIT, força, ioga, dança, core e relaxamento consciente) nos quais usuários terão instruções das modalidades na tela para poder fazer os exercícios com o monitoramento do Watch.
O Apple Fitness+ será um aplicativo separado e, ao escolher uma atividade no iPhone/iPad/Apple TV, o exercício é iniciado automaticamente no relógio. Enquanto você faz os exercícios, as métricas do Watch são exibidas na tela e se destacam para momentos especiais, como por exemplo quando o treinador diz para você verificar a frequência cardíaca ou quando ele inicia uma contagem regressiva.
De forma animada, essas informações se destacam na tela, fazendo com que você não perca a atenção do exercício sem ter que olhar para o Apple Watch. Para quem curte competição, a Burn Bar (opcional) mostra como o seu esforço atual está se comparado a qualquer um que tenha feito o mesmo treino anteriormente — Apple sendo Apple, estimulando o engajamento com uma competiçãozinha que serve de estímulo extra para a pessoa terminar os exercícios.
Os anéis de atividade também aparecem na tela, ganhando destaque conforme você evoluindo ou eles são concluídos.
Falar de exercícios fisico é algo bastante delicado, então a Apple acertou muito em distribuir seu conteúdo de forma a atender desde iniciantes (com explicações mais detalhadas) até o viciado em exercícios (que já pode partir para ação). Isso facilitará muito a adoção do novo sistema.
O Apple Fitness+ oferecerá também recomendações personalizadas para os usuários a cada novo treino, isso tudo com base nas informações coletadas nos próprio treinos realizados. Ainda segundo a empresa, isso ajudará as pessoas a se manterem motivadas no treino e também a evoluir.
A ideia é que boa parte dos treinos possam ser feitos sem equipamento, usando o peso do corpo ou no máximo um par de halteres. Mas no casos de treinos de bicicleta ou de corrida, será necessário uma bicicleta ergométrica ou uma esteira.
As músicas favoritas dos treinos no Fitness+ — para assinantes do Apple Music — poderão ser salvas e ouvidas depois, fazendo um treino ou não.
Imagino que, com a experiência adquirida no desenvolvimento de conteúdo do Apple TV+, criar um conteúdo atrativo e empolgante para o Fitness+ — com uma gama de treinadores (cada um especializado em uma área) deve ter sido bem mais fácil. E, para o conteúdo não ficar chato, basta tratar essa plataforma como uma bela série de TV com bons roteiristas. 😄
Estratégia de lançamento
Quando for lançado, o Apple Fitness+ estará disponível nos seguintes países: Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido. Ele custará US$10 por mês ou US$80 por ano, e todos poderão experimentar um mês grátis do serviço.
Aproveitando a vantagem do Compartilhamento Familiar, o Apple Fitness+ pode ser utilizado por até cinco membros da sua família. Vale lembrar que este serviço fará parte do pacote Apple One Premier, também anunciando hoje no evento.
Quem adquirir um novo Apple Watch ganhará três meses de Fitness+ para experimentá-lo gratuitamente. Contudo, quem comprar o Apple Watch Series 3, o SE ou o Series 6 na Best Buy, terá seis meses de Fitness+; se a pessoa já tiver um Apple Watch elegível, ganhará dois meses de Fitness+ gratuitos — alguém andou negociando bem com a Apple, não é mesmo? 😄
Desafiando a Peloton
De certa forma, com essa nova plataforma a Apple começa a bater de frente com empresas como a Peloton.
Ela é a líder de mercado nesse segmento de treino virtual, mas não é a única — temos diversos apps como ASICS Studio, adidas Training e Nike Training. A Nike, inclusive, tem uma relação muito próxima com a Apple — não é à toa que a empresa tem uma edição do Watch para ela. Na apresentação do Apple Fitness+, por exemplo, Jay Blahnik (diretor sênior de fitness para saúde e que é um ex-Nike) estava usando uma camiseta da empresa.
Veremos se o serviço representará de fato um impacto. Tudo vai depender da evolução dele — existem produtos fitness da Apple e de suas parceiras que ficam estagnados por muito tempo atendendo apenas a um público mais iniciante.
Espero, de verdade, que a Apple não fique estagnada com esse serviço, ou que pelo menos os concorrentes criem algo ainda melhor para forçar uma concorrência que só vai nos beneficiar — afinal, estamos falando de um mercado que mexe diretamente com a auto-motivação para treinar; o conteúdo precisa ser atrativo e fácil de usar. De acordo com a Apple, o Fitness+ receberá novos treinos semanalmente.
Em épocas de pandemia, que muitas pessoas ficaram com receio de voltar a treinar em ambientes fechados, essa pode e com certeza será uma bela alternativa para cuidar do seu bem mais precioso, você mesmo. Eu já contei inúmeras vezes como perdi 30kg usando a tecnologia a meu favor e confesso ter ficado muito empolgado com essa plataforma — não vejo a hora de testar e conciliar com meus treinos de corrida e ciclismo. 🏃♂️🚴♀️
Compatibilidade
Os requisitos mínimos para utilizar o Fitness+ são: Apple Watch Series 3 sincronizado com um iPhone 6s; iPads Pro, iPad de 5ª geração, iPad mini 4, iPad Air 2; ou uma Apple TV HD.
Uma assinatura no Apple Music não será obrigatória.