O assunto da semana no mundo tecnológico, compreensivelmente, é o chip M1, que equipa os novos MacBooks Air/Pro e o Mac mini. Já fizemos comparativos completos de geração entre as duas máquinas, entre suas gerações (Air, Pro, mini), já analisamos o que o M1 representa para o futuro dos Macs, e agora falaremos do… A14 Bionic?
Explico: ontem, o site AnandTech publicou mais uma das suas tradicionais análises aprofundadas — desta vez, focando-se no processador que equipa os iPhones 12 e o iPad Air de quarta geração. E, como era de se esperar, as comparações traçadas com o M1 são constantes: ainda que estejamos falando de chips diferentes que equipam dispositivos muito distintos, a análise do A14 já nos dá uma boa ideia do poder que a Apple está conseguindo obter com seus processadores próprios, colorindo um pouco mais o cenário (ainda um tanto incerto) que vislumbramos para os próximos anos.
Mais precisamente, o analista Andrei Frumusanu debruçou-se sobre as promessas feitas pela Apple no evento de ontem, de que o chip M1 traria performance (muito) superior à de processadores equivalentes da Intel gastando (muito) menos energia. A análise deixa claro que é muito difícil comprovar esses pontos sem fazer testes com as novas máquinas, mas analisando a curva de evolução dos chips da série A, a possibilidade de a coisa toda ser real é muito plausível.
Para isso, podemos analisar o gráfico abaixo, que mostra o pico de performance de processadores recentes (da Apple e da Intel) de acordo com o seu período de lançamento. Vejam que o chip A14 supera, como já comentamos aqui, o Core i9-10900K, um dos mais poderosos processadores móveis disponíveis atualmente no catálogo da Intel — e imaginem que o M1 deverá se posicionar um pouco acima do A14 em termos de performance bruta.

Mais do que isso: a reportagem classificou os resultados do A14 como “acachapantes”, notando que, ao longo dos últimos cinco anos, a performance média (single-thread) dos processadores da Intel cresceu em torno de 28%, enquanto os processadores da Apple tiveram um salto de 198% no mesmo período. Isso comprova não apenas a evolução a passos largos da Maçã na área, mas também o momento de crise da Intel (que foi uma das razões para o início do projeto Apple Silicon, aparentemente).
O site criticou a forma que a Apple apresentou a comparação de performance do M1 com os chips Intel, mas afirmou que os gráficos ao menos fazem sentido — afinal, a Maçã escolheu os 10W como ponto de comparação entre os processadores, que é justamente o TDP (Thermal Design Power) dos MacBooks Air.
Em termos de poderio gráfico, por outro lado, continuaremos com um ponto de interrogação nas nossas cabeças: de acordo com Frumusanu, as comparações feitas pela Apple no evento não têm contexto ou base de comparação divulgada, então não é possível traçar grandes paralelos no momento por conta de todas as variáveis envolvidas. Essa será uma questão interessante de se acompanhar, especialmente considerando que — ao que tudo indica — os Macs com chips próprios não trarão suporte a eGPUs, ao menos inicialmente.
No fim das contas, fica claro que, por mais que ainda não possamos medir o poder do chip M1, o futuro do Apple Silicon é extremamente promissor. A análise conclui afirmando que a Intel ficou estagnada a ponto de sair da competição e que a grande concorrente da Apple nos próximos anos será a AMD — esta última, entretanto, terá de trabalhar duro para competir com a Maçã em termos de eficiência energética.
Para quem quiser ler todos os detalhes, números, explicações técnicas e considerações mais aprofundadas do AnandTech, basta conferir esse link.