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União Europeia treinou agências para desbloquear iPhones

Inclusive em países com histórico de abuso aos direitos humanos
GrayKey da Grayshift

A saga dos polêmicos dispositivos que desbloqueiam iPhones ganhou um novo capítulo com tons preocupantes: de acordo com uma reportagem da Forbes, uma agência de treinamento da União Europeia prestou consultoria a órgãos de vários países ao redor do mundo — justamente com o intuito de ensinar técnicas de desbloqueio de iPhones.

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A agência em questão é a CEPOL (Academia Europeia de Polícia) e os arquivos publicados pela Forbes — descobertos pela ONG Privacy International — mostram que o órgão teve contato com agências da lei de vários países na Europa e na África, utilizando malwares e ferramentas como a GrayKey para ensinar oficiais estrangeiros sobre como invadir iPhones.

As instruções também incluíram outros focos além do smartphone da Apple: o “curso” também instruiu oficiais estrangeiros sobre como invadir uma conta no Facebook e, com isso, tentar colher informações sobre os alvos das agências. Segundo o relatório, a CEPOL incentiva governos estrangeiros a espionar cidadãos pelas redes sociais por meio de contas fakes e técnicas de coleta de tweets — práticas, inclusive, proibidas pelos termos de uso do Twitter e do Facebook.

A coisa toda já é preocupante por si só, mas torna-se mais alarmante porque, segundo os documentos vazados, as instruções foram repassadas, também, a países com histórico de violação dos direitos humanos. Além disso, vários desses treinamentos foram realizados com dinheiro público da própria União Europeia.

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Um dos diretores da Privacy International, Edin Omanovic, explicou as preocupações:

As revelações de hoje confirmam nossos piores medos sobre o desvio e a securitização dos fundos de apoio da União Europeia. Em vez de ajudar pessoas que enfrentam ameaças diárias de agências de vigilância, como ativistas, jornalistas e pessoas simplesmente buscando vidas melhores, esse “apoio” pode fazer justamente o contrário. […] A União Europeia é a maior fornecedora de apoios no mundo e uma força poderosa de mudança deve implementar reformas urgentes para esses programas secretos e inaceitáveis. Se eles falharem nisso, não estarão apenas traindo o propósito do fundo e as pessoas que ele pretende beneficiar, mas também os próprios valores do bloco.

A União Europeia não comentou as descobertas, mas ficaremos atentos quanto aos possíveis desdobramentos dessa história.

via AppleInsider

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