Na semana passada, uma série de reportagens internacionais comprovou que rodar o Flash Player num dos novos MacBooks Air pode comer bastante autonomia de bateria — até duas horas, em testes realizados pelo Ars Technica.
A Adobe, é claro, não ia ficar quieta diante de tamanha publicidade negativa sobre sua tecnologia. E uma declaração oficial chegou hoje, através do CTO Kevin Lynch:
É um argumento falso a se fazer, o de consumo de energia. Quando você está exibindo conteúdos, qualquer tecnologia usará mais energia para mostrá-los, em vez de não mostrar nada. Se você usar HTML5, por exemplo, para exibir propagandas, ele utilizaria mais poder de processamento que o Flash.
Ok, essa declaração tem duas partes. A primeira, bastante irônica, foi bem explicada pelo TechCrunch: para Lynch, uma boa justificativa para explicar o consumo de bateria do Flash é dizer que o fato de consumirmos conteúdos por si só já contribui para isso. Ok, então vamos todos deixar nossos computadores desligados, pois assim economizamos bateria.
Já a parte sobre o HTML5 é muito polêmica e duvidosa, bem como requereria testes apurados e justos que comprovassem essa afirmação do executivo. O que eu mais vejo por aí são pesquisas que mostram o consumo excessivo de bateria pelo Flash, e na verdade nem preciso ir muito longe: basta observar o comportamento do meu próprio MacBook Pro com ele rodando. É difícil achar alguma outra coisa que eu faça por aqui que afete tanto a CPU da minha máquina e jogue a sua temperatura pros ares como animações/vídeos em Flash.
Em paralelo, o executivo continua com todo o #mimimi
da Adobe que estamos cansados de ver nos últimos tempos, por ela continuar barrada pela Apple em não colocar o Flash em dispositivos com iOS. Agora, Lynch apela para o lado emocional dos criadores de conteúdo, que teriam “anos de trabalhos desperdiçados e inacessíveis” por uma escolha supostamente ditatorial e cruel da Maçã. Heh.
[via Fast Company]