Uma reportagem do Gizmodo mostrou que algumas escolas públicas dos Estados Unidos estão comprando ferramentas forenses (como as da israelense Cellebrite, normalmente usada por policiais) para invadir iPhones.
De acordo com a reportagem, algumas escolas gastaram “milhares de dólares” — algo que não é difícil de imaginar, já que esses dispositivos são muito caros — em diferentes ferramentas do tipo para realizar investigações em aparelhos de professores e alunos.
Na maioria dos estados americanos, desde que o corpo docente tenha “suspeitas razoáveis” de que um aluno está realizando atividades ilegais, eles podem revistar o telefone desse aluno. Não se sabe, entretanto, se os responsáveis estão sendo informados sobre a capacidade que essas ferramentas possuem.
Esse tipo de ação também não seria recente: em 2016, um aluno concedeu à escola acesso ao seu telefone para uma averiguação. O dispositivo foi conectado a uma ferramenta da Cellebrite e os investigadores foram capazes de descobrir mensagens de texto excluídas entre o aluno e um professor, que foi preso.
Embora casos como esses ocorram, dar às escolas públicas acesso unilateral a ferramentas forenses sem supervisão pode levar a invasão de privacidade de centenas de milhares de alunos em nome da “segurança”. Devido às leis que cercam a rede pública de ensino americana, alunos não são necessariamente protegidos pela Quarta Emenda (a qual refere-se à proteção contra buscas e apreensões arbitrárias) e podem estar sujeitos a busca e apreensão sem o devido processo legal.
Embora sejam extremamente avançadas, tais ferramentas de desbloqueio de dispositivos não são infalíveis. Com a segurança adequada do dispositivo, é possível dificultar que seu aparelho seja invadido — incluindo o uso de uma senha alfanumérica e ativando a opção de apagar todos os dados do aparelho após um número de tentativas de acesso malsucedidas.
via AppleInsider