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Review: Microsoft Band, entre um produto de sucesso e um protótipo

Microsoft Band - Caixa

O mercado de relógios inteligentes ganhará um enorme competidor em 2015, sim! O tão falado Apple Watch vem aí, mas, enquanto ele não entra no mercado, hoje falaremos da Microsoft Band — lançada há apenas dois meses.

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Microsoft Band - Caixa

O aparelho criado pela gigante de Redmond pode nos acompanhar em todas as atividades do dia, partindo desde uma noite de sono, passando por uma reunião e chegando à academia. O acessório, que funciona integrado ao seu telefone (iOS, Android ou Windows Phone), é a primeira cartada da Microsoft e do seu aplicativo Health, o qual tem como proposta a integração de dispositivos e aplicativos com um só objetivo: apresentar como você vive e como pode melhorar o seu dia-a-dia.

Na minha primeira tentativa de compra da Microsoft Band, há cerca de um mês, encontrei um cenário digno de quem está acostumado com lançamentos da Apple: todas as unidades tinham sido vendidas, em um cenário semelhante ao que encontramos com novos iGadgets. Atualmente a loja online da Microsoft nos Estados Unidos continua sem disponibilidade do produto, mas algumas lojas físicas receberam novos e maiores carregamentos para as festas de final de ano e foi justamente em um desses que encontrei a minha Microsoft Band.

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Entenda uma coisa: se você espera encontrar nesse aparelho as funções de um smartwatch, recomendo nem comprá-lo. A Microsoft Band é um medidor de atividades físicas, com alguns recursos de relógio inteligente. Além de passos e distâncias percorridas, o aparelho mede também batimentos cardíacos e apresenta as notificações do seu smartphone, apenas para visualização em dispositivos que utilizam iOS ou Android, sem possibilidade de interação com o dispositivo. Resumindo, você terá as mesmas notificações em dois dispositivos e ambas terão de ser removidas se desejar ter uma lista limpa.

Especificações

Superada essa disputa entre smartwatch e fitness tracker, vamos às especificações da Microsoft Band:

  • Tela: TFT colorida de 1,4″ (320×106 pixels) e capacitiva de 1,1×3,3cm;
  • Bateria: duas de 100mAh (48 horas de uso normal sem GPS; carrega totalmente em menos de 1h30);
  • Conectividade: USB (recarga) e Bluetooth 4.0;
  • Sensores: acelerômetro, monitor cardíaco, giroscópio, GPS, detector de luz ultravioleta, de temperatura da tela, condutividade da pele e microfone;
  • Temperatura de funcionamento: de -10°C a 40°C;
  • Resistência: poeira e água.

Algo que achei sensacional foi o GPS integrado — perfeito para você, que gosta de correr e não quer ficar levando suas 4,7″ ou 5,5″ no bolso da bermuda. Fica claro que alguns recursos são exclusivos do Windows Phone, mas a maioria deles está disponível para todas as plataformas.

Embalagem e conteúdo

Digna de qualquer produto da Apple, a embalagem da Microsoft Band é muito semelhante ao que encontrávamos nos iPods alguns anos atrás. Contendo um espaço reservado para todos os itens, de uma maneira prática e funcional, a embalagem vem com a sua pulseira (tamanhos P, M e G), um cabo magnético carregador e manuais/documentos.

Microsoft Band - Caixa

Primeira impressão e configuração inicial

Diferentemente da Nike+ FuelBand, no caso da Microsoft Band não é possível adicionar extensores à pulseira, logo, tanto no site quanto em suas lojas a empresa destaca para a necessidade de teste da medida do pulso antes da compra.

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Após retirar os plásticos de proteção, a sua Microsoft Band solicitará conexão com o computador, apesar de não existir um aplicativo para gerenciá-la por ele. Uma vez conectado, será a vez de ela pedir conexão com o aplicativo Microsoft Health, disponível para Windows Phone, iOS e Android.

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Desculpe, app não encontrado.

A conexão via Bluetooth segue o processo normal, basta emparelhar os dispositivos e abrir o Microsoft Health em seu celular para realizar a personalização da pulseira. Entre os itens personalizáveis estão medidas métricas ou imperiais, o que deve ser apresentado na tela, configurações da Cortana (assistente pessoal do Windows Phone), previsão do tempo, compromissos, treinos, alertas e aplicativos integrados (Starbucks, por exemplo).

Microsoft Band - Mensagem

Bateria

Adoro a bateria da minha FuelBand, com seus cinco dias de uso, e é uma das minhas preocupações em relação ao Apple Watch. No caso da Microsoft Band, a fabricante promete até 48h de uso sem o GPS, o que é pouco se você não levar em consideração o tempo de recarga.

Para carregamento completo são necessárias apenas duas horas, ou seja, se você a deixar carregando enquanto toma banho e prepara-se para sair, não terá problemas com isso. Na prática, contudo, não foi o que observei. Nos primeiros dias de teste, com o GPS ligado por cerca de 2h, a bateria durou aproximadamente 24h.

Microsoft Band - GPS

Monitoramento do sono

O monitoramento do sono é algo realmente impressionante. Pelo app é possível visualizar quantas horas de sono profundo, intermediário ou quantas vezes você acordou por noite, além do tempo que levou para pegar no sono.

Com essas informações, somadas aos seus batimentos cardíacos e às calorias perdidas durante o sono, cria-se um verdadeiro dossiê da sua noite. No primeiro teste a Microsoft Band simplesmente não conseguiu medir meus batimentos cardíacos, problema este observado não apenas durante o sono.

De qualquer maneira, veja meu gráfico abaixo:

Microsoft Band - Sono

Como citei mais acima no post, a Microsoft Band conta com um sensor ultravioleta, recurso bem interessante para locais onde a incidência do sol é maior e válido para todos nós, afinal, câncer de pele é algo muito sério.

Outra coisa legal da pulseira são as possibilidades para terceiros a explorarem. Vamos pegar o exemplo da Starbucks: pela pulseira, é possível apresentar o seu cartão pré-pago da loja, sendo uma excelente forma de reduzir as coisas que você utiliza em uma corrida, por exemplo. Isso mesmo, você pode deixar seu cartão de crédito em casa e lanchar na Starbucks depois do treino apenas com a sua Microsoft Band.

Personalização do menu

A pulseira pode ser personalizada pelo Microsoft Health, permitindo a definição de cores do display e o padrão da imagem de fundo. Medidas (métricas ou imperiais) e os itens que devem ou não ser exibidos na tela também podem ser selecionados na tela de configuração do Microsoft Health.

Microsoft Band - Menu

Avaliação final

Após pouco mais de uma semana, devolvi a minha Microsoft Band.

Isso mesmo, desisti do produto e vou explicar aqui os meus motivos. A construção da pulseira é bacana, mas com o tempo ela se torna incrivelmente desconfortável para uso. Dormir com ela é certeza de acordar com o braço marcado e muitas vezes sem a pulseira conseguir captar as informações que deveria.

Microsoft Band - Pulso

Além disso, para quem se recorda das primeiras gerações dos iPods classic em preto e branco, vai entender o que digo quando o display arranha simplesmente de se respirar perto. A tela muitas vezes não entende o comando e a parte de notificações basicamente só dá trabalho.

O aspecto mais bacana é o de ser independente de qualquer outro dispositivo enquanto você se exercita. O app traz ainda um conjunto de exercícios que podem ser feitos em uma academia ou um parque, com corridas, abdominais, flexões e mais, funcionando quase que como um treinador, avisando quando você deve descansar e quando a série deve ser trocada. Ponto para a Microsoft.

Acredito que uma segunda geração do produto, caso a firma de Redmond não desista dele como faz frequentemente (Surface, Surface 2, etc.), poderá ser enfim um produto que mereça mais do que três estrelas.

Ainda sem disponibilidade no Brasil e sem previsão para tal, a Microsoft Band pode ser comprada nos Estados Unidos por US$200.


✔ PRÓS

  • Variedade de informações coletadas.
  • Recursos.
  • Facilidade de configuração.
  • Interface.
✘ CONTRAS

  • Bateria.
  • Desconforto no uso.
  • Nem sempre capta as informações.

Minha nota: 3/5 ★ ★ ★ ★ ★

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