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Apple doa código-fonte do MacPaint para o Computer History Museum [atualizado]

Nestes tempos de aceleração gráfica e monitores IPS, fica difícil lembrar de como foi o início da computação via GUI. Um dos grandes trunfos do primeiro Macintosh (além do mouse e da facilidade de montar) era o aplicativo MacPaint, algo sem precedentes na computação pessoal de 1984, e o QuickDraw, tecnologia inovadora que tornou o uso de uma GUI possível.

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Aos saudosistas e adoradores de código de plantão, esta notícia será excelente: a Apple doou para o Computer History Museum o código-fonte do seu primeiro programa de desenho e das bibliotecas gráficas QuickDraw. Ambos podem ser baixados gratuitamente para fins não-comerciais e pesam pouco mais de 250KB, somados. Isso só foi possível graças a um pouco de garimpagem de floppies formatados para computadores Lisa.

Steve Jobs, Bill Atkinson e o pequeno computador que mudou tudo.

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Mas, claro, o que seria de um software histórico sem as histórias por trás de sua criação? Além dos códigos-fonte comentados acima, o CHM também trouxe um pouco do que se passou nos bastidores da criação do MacPaint, inclusive casos engraçados envolvendo Bill Atkinson, seu criador. Um deles conta como, num relatório periódico em que programadores da Apple precisavam prestar contas de quantas linhas de código tinham escrito, Atkinson certa vez colocou “-2000” — aconteceu que ele reescrevera o QuickDraw de forma que fosse seis vezes mais rápido e tivesse menos linhas de código.

Bem, para os que quiserem se aventurar pelos primórdios do computador “para o resto de nós”, aqui vão mais duas dicas: uma série de curiosidades num texto de Andy Hertzfeld publicado no Folklore.org e várias imagens fascinantes do MacPaint disponíveis no Vintage Mac Museum.

[via BusinessWeek]

Atualização (22/7)

Apareceram mais detalhes sobre como o código-fonte do MacPaint voltou a ver a luz do dia: sabe o meu comentário acima sobre floppies garimpados estarem formatados para o Lisa? Bem, veja aqui o porquê disso:

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Usamos o Lisa para desenvolver o sistema operacional e os aplicativos originais do Macintosh porque ele tinha HD e RAM o bastante para rodar ferramentas de desenvolvimento como o compilador Pascal, algo que o Mac não conseguia. O sistema de desenvolvimento que usamos se chamava “Lisa Monitor”, que era um port do sistema UCSD Pascal feito para o Lisa por Rich Pade em 1979, então os discos estavam no formato Lisa Monitor.

Daí foi preciso encontrar um drive com controle de velocidade para floppies, contornar uma questão de formatação (o Lisa não usava ASCII para economizar recursos) e usar uma porta Ethernet para transferir os dados para alguma máquina moderna. Um Mac de 1996 acabou dando conta do serviço e… Ufa! Hoje o MacPaint está aí, para todos apreciarem esse pedacinho importante da história da computação.

[via BusinessWeek]

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