Alguns dias atrás, trouxemos para cá uma pesquisa da Counterpoint Research estimando que, em relação ao iPhone 11, o iPhone 12 é cerca de 21% mais caro de se fabricar, considerando todos os seus aspectos de produção. Naquele dia, entretanto, passou despercebido para nós um elemento importante do gráfico da Counterpoint: o “box contents”, ou “conteúdos da caixa”.
Ou seja: como é possível notar, a estimativa dos analistas é que a Apple esteja economizando cerca de US$4,20 (ou aproximadamente R$22,25) a cada iPhone vendido por conta da remoção do carregador de tomada e dos fones de ouvido nas caixas dos aparelhos. Pois agora já temos as contas da economia que isso representará para os cofres da Maçã — e, convertendo para o real, ela pode chegar à casa do bilhão em poucos meses.
Considerando que a Apple vendeu cerca de 63 milhões de iPhones no quarto trimestre de 2020, fica fácil fazer a conta: se a Maçã mantiver o ritmo de vendas, a economia poderá chegar a US$264 milhões em apenas três meses — ou cerca de R$1,4 bilhão, na conversão direta. Isso porque, como se sabe, a Maçã removeu o carregador e os fones de todos os seus smartphones, não só os mais recentes.
Obviamente, a economia é relativa, já que — como comentamos no post anterior — os iPhones 12 são mais caros de se produzir do que os seus antecessores. A decisão de tirar o carregador e os fones das caixas, inclusive, pode ter sido motivada por esse aumento no valor da produção, justamente para contrabalançar o aumento no custo.
O fato é que, com economia ou sem economia, a Apple criou uma enorme faca de dois gumes: ao mesmo tempo que a decisão foi quase unanimemente criticada e ridicularizada, ela também abriu o precedente para que outras fabricantes seguissem pelo mesmo caminho — a Xiaomi e a Samsung já entraram na onda, e parece que as caixas fininhas de smartphones logo tornar-se-ão o padrão da indústria.
É, como dizem, o que temos para hoje.
via TechTudo