Histórias de gadgets e serviços da Apple ajudando na solução de crimes não chegam a ser novidade, mas o caso que traremos para cá hoje é um dos mais notáveis do tipo até o momento — a começar pelo detalhe de que estamos tratando de um crime ocorrido já há mais de três anos.
A história, contada pelo AL.com, é a seguinte: em janeiro de 2018, Kay West (de 42 anos) foi encontrada morta com um impacto na cabeça em sua casa, na cidade de Calera (Alabama, Estados Unidos). Seu marido, Jeff West, foi considerado o principal suspeito do crime — especialmente porque a garrafa de bebida alcóolica, da qual partiu o impacto que matou Kay, tinha impressões digitais dele. Também pesava para as suspeitas o fato de que, pouco antes, West descobrira que sua esposa mantinha uma vida oculta vendendo fotos adultas na internet.
West, entretanto, passou os últimos três anos alegando inocência: segundo ele, Kay tinha morrido de forma acidental, após bater a cabeça numa queda enquanto estava alcoolizada. Quem foi o fiel da balança, então? Ninguém menos que o app Saúde (Health), do iPhone.
Explico: aos investigadores, West afirmou que, na noite do crime, adormeceu por volta das 22h30 e acordou às 5h15 da manhã seguinte, já com a esposa morta. O aplicativo no iPhone do suspeito, entretanto, indicou que ele deu 18 passos entre 23h03 e 23h10; já o iPhone de Kay atestou que ela parou de se mover às 22h54 — contradizendo, portanto, a declaração de West e implicando seu envolvimento no crime.
Outros elementos, como as impressões digitais encontradas na garrafa, uma série de mensagens trocadas pelo casal e testemunhos de pessoas próximas, também pesaram para a decisão da justiça. No fim das contas, West foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio culposo, quando não há intenção da matar — três dos quais já foram cumpridos por ele.
Que coisa.
via Cult of Mac