Quando falamos de naves espaciais e de agências como a NASA, muitos devem pensar em tecnologias de ponta e futurísticas — e isso é verdade, mas… nem sempre.
De acordo com uma reportagem da NewScientist, o rover Perseverance — que chegou à superfície de Marte no dia 18 de fevereiro — é alimentado por um processador PowerPC 750, o mesmo usado no iMac G3, de 1998 — o icônico desktop com chassi translúcido colorido que salvou a Apple da falência.

O chip PowerPC 750 tinha um único núcleo de 233MHz e 6 milhões de transistores (em comparação aos 11,8 bilhões de transistores do A14 Bionic, por exemplo) e era baseado numa arquitetura de 32 bits.
Segundo a NewScientist, o chipset principal é o mesmo, no entanto existem diferenças entre a versão do processador usada no desktop da Apple e a que foi implantada na nave espacial. Nesse sentido, o chip do Perseverance é construído para suportar temperaturas entre −55ºC e 125ºC.
O motivo de a NASA usar um chip tão antigo é simples: eles são os mais confiáveis. Portanto, isso não é uma particularidade do Perseverance — algumas outras naves, como a Orion, também já usaram processadores “antiquados”.
Comparado ao Intel Core i5 em seu laptop, ele [o chip PowerPC 750] é muito mais lento… e provavelmente não é mais rápido do que seu smartphone. Mas não é sobre velocidade tanto quanto robustez e confiabilidade. Precisamos ter certeza de que ele sempre funcionará.
A Apple usou chips PowerPC em Macs até fazer a transição para a Intel, em 2005. Atualmente, a companhia está fazendo uma migração semelhante — mas para seus chips, os chamados Apple Silicon (começando, é claro, com o M1).
via Gizmodo