No mês passado, o Twitter anunciou que usuários poderão cobrar por conteúdos exclusivos a partir do chamado “Super Follow”. Para isso, a rede social implantará um método de cobrança (assinatura), a qual poderá ser realizada diretamente do seu app para iOS e Android.
Isso fará, como muitos podem imaginar, com que o Twitter seja taxado pela Apple por cobranças feitas dentro do app — a famosa “comissão da Apple”. Tal cobrança, atualmente de 30% sobre o valor da compra/assinatura, já foi alvo de inúmeras reclamações de desenvolvedores, fazendo com que a Apple lançasse um outro sistema, cuja taxa foi reduzida para 15%, com foco em desenvolvedores menores.
No entanto, diferentemente de diversos desenvolvedores e empresas, o Twitter não implicará com a comissão da Apple, segundo o chefe de produtos da empresa, Kayvon Beykpour.
Em uma entrevista ao The Verge, Beykpour disse que o Twitter “não está nesse negócio de contornar as regras das plataformas”.
Embora o executivo tenha evitado comentar, sob o ponto de vista do Twitter, a taxa cobrada pela Apple, ele disse que é preciso “muito custo e esforço” para construir um ecossistema e uma plataforma como a App Store para então passar a aceitar métodos de pagamento independentes.
Acho que as plataformas e as lojas de aplicativos, seja da Apple ou do Google, têm fluxos de trabalho e estruturas testados e comprovados para os desenvolvedores aproveitarem. […] Isso tem um custo, mas também vem com muitos benefícios que aumentam a conversão, melhoram a simplicidade e diminuem as fraudes.
Ainda segundo ele, o Twitter não tem “influência direta sobre nenhuma plataforma” e que, se o Twitter implementar “Super Follow” corretamente, “coisas boas acontecerão”.
O Twitter não divulgou um prazo para o lançamento do “Super Follow”, mas promete compartilhar mais informações nos próximos meses.