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Apple e outras empresas fazem lobby contra o direito ao reparo nos EUA

Um projeto de lei do estado de Nevada colocou a Maçã contra pequenas oficinas locais
Técnico fazendo reparo em iPhone

Ontem, trouxemos para cá a excelente notícia de que o Programa de Reparo Independente da Apple será expandido para basicamente todas as regiões onde a empresa atua, incluindo o Brasil. A novidade é ótima para que possamos ter opções mais amplas e confiáveis de assistências para consertar produtos da Maçã, mas, por outro lado, a gigante de Cupertino não parece lá muito interessada em dar um passo adiante nessa questão.

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De acordo com a Associated Press, a Apple e outras empresas tecnológicas iniciaram um forte lobby na Câmara de Representantes de Nevada (Estados Unidos). Isso porque os legisladores do estado propuseram uma lei que obrigaria as fabricantes a fornecer recursos e ferramentas para que oficinas locais, não autorizadas, pudessem fazer o conserto de todos os produtos eletrônicos com valor de até US$5 mil.

O projeto de lei é muito parecido com o que a própria Apple tem feito com seu Programa de Reparo Independente, mas obviamente a Maçã enxerga uma grande diferença entre uma iniciativa própria, que pode controlar (e encerrar) a qualquer momento que lhe seja conveniente, de uma legislação geral.

Por conta disso, o grupo de lobby TechNet — que, além da Apple, representa ainda fabricantes como a HP e a Honeywell — esteve presente em uma audiência realizada na última segunda-feira (29/3), na Câmara de Representantes de Nevada. Segundo relatos, a reunião acabou se tornando uma espécie de “campo de batalha” entre as fabricantes e as pequenas oficinas locais — que defendem o projeto de lei, obviamente.

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Cameron Demetre, diretor executivo regional da TechNet, afirmou que o projeto ameaça a segurança e a privacidade dos dispositivos eletrônicos, pois poderia potencialmente permitir que terceiros acessassem os aparelhos indevidamente com as ferramentas distribuídas. Outro lobista — Walter Alcorn, da Consumer Electronics Association — alegou que o projeto de lei não teria como impedir que peças falsificadas ou abaixo do padrão fossem utilizadas nos reparos.

As oficinas locais, por outro lado, afirmam que o projeto é essencial para garantir a sobrevivência dos estabelecimentos. Um empresário local, Curtis Jones, afirmou que os dispositivos eletrônicos estão cada vez mais impossíveis de se reparar (fato comprovado continuamente, no caso da Apple, pelos desmontes da iFixit) e que, sem uma regulamentação que obrigue as empresas a ceder ferramentas e guias de conserto, as lojas e oficinas não conseguirão perdurar por muito tempo, tirando opções dos consumidores e dando às gigantes um monopólio também no universo dos reparos.

O debate ainda deverá se estender, e o estado de Nevada provavelmente ainda precisará de algumas semanas ou meses antes de realizar uma votação sobre o tema. Ainda assim, a questão do direito ao reparo está nos holofotes: segundo a AP, legisladores no Nebraska e na Califórnia estão planejando apresentar projetos semelhantes, ligados a equipamentos médicos e agrícolas.

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Vamos ver no que tudo isso vai dar, portanto.

via MacRumors

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