Aplicativos golpistas não chegam a ser raros na App Store, mas casos como o de Phillipe Christodoulou sim — e arrepiam os cabelos da nuca de qualquer um!
De acordo com o Washington Post, Christodoulou é um investidor de Bitcoins que armazena suas moedas virtuais numa carteira física, critpografada, da fabricante Trezor. Um belo dia, no mês passado, ele sentiu a necessidade de checar seu saldo e procurou na App Store por um aplicativo da fabricante da sua carteira.
Até aí, tudo bem: o app da “Trezor” tinha quase cinco estrelas na média de avaliações, foi devidamente baixado, mostrou o logo da empresa normalmente e pediu as credenciais de Christodoulou. O usuário fez isso… e, em poucos segundos, todas as suas economias — 17,1 Bitcoins, o equivalente a cerca de R$3,5 milhões — sumiram.
O aplicativo, claro, era falso, pensado justamente para atrair usuários de produtos da Trezor e roubar seus investimentos. Christodoulou, compreensivelmente, está indignado — e afirma que, mais do que os criminosos que levaram suas economias, sua fúria é principalmente direcionada à Apple, que permitiu que a situação ocorresse para início de conversa:
Eles traíram a confiança que eu tinha neles. A Apple não pode sair impune dessa situação.
Segundo a empresa britânica Coinfirm, entretanto, o caso de Christodoulou não é único: ao menos cinco outras pessoas relataram ter caído no golpe dos apps da “Trezor”, com um prejuízo acumulado em mais de R$9 milhões.
Os especialistas acreditam que o aplicativo malicioso entrou na App Store como um aplicativo de criptografia para proteger arquivos e senhas, alterando seu nome, ícone e funcionalidade algumas semanas depois para atrair usuários incautos. Não sabemos, entretanto, como a Apple deixou essas alterações passarem.
De qualquer forma, a Maçã se isentou da culpa nos casos de Christodoulou e dos outros usuários afetados. Em comunicado, a empresa repetiu a mensagem costumeira de que a App Store é a plataforma digital mais segura do mundo e que mantém padrões altíssimos de proteção aos usuários; o aplicativo em questão já foi removido e não teve o nome do desenvolvedor divulgado, mas a Apple não informou se entregou as informações aos órgãos legais responsáveis nem se vai colaborar com as investigações — Christodoulou já acionou o FBI.
Do outro lado, representantes da Trezor (a Trezor de verdade, no caso) afirmaram que já vêm notificando a Apple e o Google sobre aplicativos falsos há anos — a empresa não possui nenhum aplicativo móvel, mas está trabalhando para lançar um em breve. A Apple removeu alguns dos apps golpistas, mas eles continuam aparecendo na loja.
Ou seja: o problema está longe de terminar. Fiquem atentos!
via iMore