O clima do Brasil dispensa — ao menos em grande parte do país, por boa parte do ano — que as pessoas usem luvas para se proteger do frio em ambientes externos. Ainda assim, em parte do mundo, o uso de iPhones, iPads, Apple Watches e outros dispositivos sensíveis ao toque é um problema no inverno, pois o dispositivo primordial de controle dos aparelhos (o dedo) fica incapacitado sob as grossas camadas de tecido quentinho.
Pois uma patente registrada recentemente, trazida pelo Patently Apple, quer lidar justamente com isso: intitulado “Detecção de toque com luvas”, o registro descreve formas de permitir que telas capacitivas registrem toques e comandos por meio de tecnologias especiais de reconhecimento.
Hoje em dia, as telas sensíveis ao toque funcionam basicamente por meio de uma camada eletricamente carregada que, ao ser tocada por um ou mais dedos, reconhece uma pequena descarga elétrica; o dispositivo, então “reconhece” o local daquela descarga e gera o comando correspondente. As luvas, entretanto, impedem o processo por serem uma barreira para essa descarga elétrica (notem que estamos falando apenas de luvas grossas, de tecido — luvas finas, como as de látex, funcionam normalmente com touchscreens).
A patente, claro, descreve da forma mais genérica possível a tecnologia que poderia permitir o reconhecimento de toques com luvas. A ideia, aqui, é estender o “limite de detecção de toque” — ou, em termos básicos, tornar a tela do iPhone mais “sensível” aos sinais elétricos gerados em sua proximidade.
Explico: as descargas elétricas não acontecem apenas quando os dedos tocam a tela; elas também ocorrem por proximidade, quando os dedos se aproximam a alguns milímetros da superfície. As telas, no geral, ignoram essas “minidescargas” para evitar registrar falsos positivos. Com o “modo luva” ligado, entretanto, a tela entraria num modo de hipersensibilidade para registrar os toques.
Como sempre citamos no caso de patentes, pode ser que a Apple nunca aplique essa ideia em produtos do mundo real. Mas que seria bom, seria — qualquer pessoa que já tentou usar um iPhone no frio congelante certamente concordará.
via AppleInsider