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Caso Henry: polícia do Rio usou ferramenta para acessar iPhones de suspeitos

As ferramentas da Cellebrite foram cruciais para a prisão do vereador Dr. Jairinho e sua namorada, Monique Medeiros
Vereador Dr. Jairinho

De tempos em tempos, falamos aqui sobre ferramentas de desbloqueio de iPhones e o seu uso por forças policiais e agências legais ao redor do mundo, bem como as implicações éticas desse tipo de prática.

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Nesse sentido, a israelense Cellebrite é uma das empresas mais citadas por nós desde que seus produtos foram usados para acessar o iPhone do terrorista de San Bernardino (Califórnia, Estados Unidos), em 2015. Agora, suas ferramentas foram cruciais para avançar as investigações sobre um dos crimes mais comentados no momento aqui mesmo, no Brasil: o assassinato do garoto Henry Borel, enteado do vereador do Rio de Janeiro Dr. Jairinho (expulso hoje pela manhã do partido Solidariedade).

Dr. Jairinho e a sua namorada, Monique Medeiros (mãe de Henry), foram presos na madrugada de hoje após evidências concretas de que o menino foi torturado e morto pelo casal. Agora, segundo informações do G1, a polícia do Rio de Janeiro usou o Cellebrite Premium, um dos produtos comercializados pela israelense, para acessar os iPhones dos suspeitos e extrair mensagens que implicariam a culpa de Dr. Jairinho e Monique no crime.

As mensagens, de acordo com a reportagem, contêm evidências de que Dr. Jairinho espancou Henry Borel com o conhecimento de Monique. Outra matéria — essa, do UOL — mostra screenshots de uma conversa do WhatsApp entre Monique e a babá de Henry, na qual a funcionária relata em tempo real as agressões do vereador ao garoto. O casal chegou a jogar seus iPhones pela janela após a chegada da polícia à casa onde os dois estavam; os aparelhos, recuperados, foram levados à sede da Polícia Civil do Rio para o desbloqueio com os produtos da Cellebrite.

Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio, a ferramenta foi “fundamental” para o avanço das investigações e adquirida especialmente para o caso. Segundo ele, algumas forças-tarefa e agências policiais do país já fazem uso das ferramentas da Cellebrite há algum tempo — a Polícia Federal, por exemplo, teria usado os produtos nas investigações da Operação Lava Jato e no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

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Em seu site, a Cellebrite afirma vender suas soluções apenas para órgãos oficiais e autoridades policiais. Como já explicamos algumas vezes, a ferramenta da empresa depende de vulnerabilidades encontradas no iOS (e no Android, também) para invadir os aparelhos e permitir que as autoridades acessem seus conteúdos — os detalhes técnicos sobre o funcionamento das ferramentas, claro, não são divulgados.

Quanto a Dr. Jairinho e Monique Medeiros, os dois estão em prisão temporária no Rio de Janeiro, aguardando a conclusão das investigações. O vereador já teve seu salário suspenso pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro e poderá ter seu mandato cassado ainda nesta semana, segundo o Extra.

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