O banco inglês Financial Ombudsman abriu uma investigação para saber se a Apple ou seu banco parceiro no Reino Unido, o Barclays, discriminam clientes com deficiências graves nos termos do programa de upgrade oferecido no país.
A reclamação foi registrada por Colin Hughes, um usuário tetraplégico de iPhone que não pode cumprir a exigência da Apple de visitar uma das lojas pessoalmente, seja para ingressar no iPhone Upgrade Program ou renovar o contrato.
Conforme apurado pelo 9to5Mac, Hughes levantou o assunto pela primeira vez em 2019, mas a empresa disse que não poderia fazer nada.
Não consegui nada pelo telefone, mas por email a Apple me disse: “Visitar uma loja para assinar o contrato do Programa de Upgrade é uma exigência do Barclays.” A gigante da tecnologia não me ofereceu formas alternativas de acessar o Programa. Disseram-me que não havia exceções e que estava disponível apenas na loja.
Depois que Hughes foi para a mídia, a Apple chegou a negociar com ele. Contudo, a situação se repetiu no ano passado. Embora a gigante de Cupertino tenha possibilitado a renovação, insistiram que ele assinasse um termo de compromisso, fechando um acordo pontual e concordando que a exceção não seria oferecida novamente neste ano.
A lei do Reino Unido, contudo, exige “ajustes razoáveis” nos termos das empresas, justamente para que não haja discriminação contra pessoas que tenham algum tipo de deficiência.
Hughes afirmou que sugeriu maneiras mais fáceis para a Apple ou o Barclays realizarem os procedimentos, como enviar os documentos assinados e sua identidade pelo correio ou por um cuidador, que poderia visitar a loja em seu nome. A Maçã rejeitou todas as opções.
O Financial Ombudsman confirmou que a reclamação cumpre os requisitos e justifica uma investigação. Nem a Apple, nem o banco Barclays se posicionaram sobre o caso. Teremos de aguardar os desdobramentos dessa história.
