A juíza que está supervisionando o julgamento entre a Apple e a Epic Games, Yvonne Gonzalez Rogers, sugeriu um acordo que poderia aliviar pelo menos algumas das preocupações da criadora de Fortnite e possivelmente resolver parte do imbróglio em torno da App Store.
De acordo com uma nova reportagem da Bloomberg, ela sugeriu que a Apple disponibilizasse uma opção que poderia permitir aos desenvolvedores alertar consumidores que a App Store não é sua única opção de compra.
A magistrada levantou a possibilidade após ouvir economistas convidados por ambas as empresas como testemunhas especialistas no caso. Durante a discussão, os especialistas citaram o fato de a Apple impedir que usuários façam compras fora da App Store — como pela web, por exemplo.
Um desses economistas, Dr. David Evans, foi questionado pela juíza se a remoção desse impedimento resolveria os problemas que a Epic e outros desenvolvedores têm com as regras da App Store.
Evans disse que, embora isso “não eliminaria o poder de mercado da Apple, certamente o diminuiria”. Entretanto, segundo ele, isso não teria impacto para aplicativos e jogos sem sistemas de pagamento alternativos.
Se Fortnite e outros aplicativos pudessem anunciar opções de pagamento alternativas que não estariam sujeitas à taxa de 15% ou 30% da Apple, isso resolveria os argumentos do “jardim murado” da Epic.
A Apple está argumentando, obviamente, para manter o status quo. Quando a testemunha da Apple, o economista Richard Schmalensee, foi questionada pela juíza por que seria ruim para os clientes ter esse tipo de escolha, ele apontou que isso estaria “minando as vendas da App Store e impedindo a Apple de cobrar sua comissão”.
Microsoft queria burlar a taxa de 30% da Apple
Ainda durante a saga do julgamento, foi revelado que aparentemente a Microsoft queria ser uma exceção à cobrança da “taxa Apple”. De acordo com alguns emails, a gigante de Redmond pediu à Maçã que lhes permitisse redirecionar usuários ao seu site para comprar seus produtos ou serviços, como o Office — justamente o que a juíza havia sugerido como possível “solução” no caso da Epic.
Não surpreendentemente, a Apple negou o pedido. Em um email atribuído ao ex-vice-presidente de marketing global e atual Apple Fellow, Phil Schiller, ele apontou que a Apple “administra a loja e coleta a receita”.
De acordo com a CNBC, outras empresas como Netflix e Facebook também tentaram abordagens similares, mas nenhuma delas obteve sucesso. Não obstante, a Apple ofereceu a elas outras concessões, incluindo destaque na primeira página da App Store, publicidade em lançamentos de produtos, acesso a programação exclusiva, entre outras.