O melhor pedaço da Maçã.

Apple enfrenta Tile, Spotify e outras no Congresso dos EUA

Troféu físico dos Melhores da App Store de 2020

Logo após o lançamento do AirTag, a Tile (empresa líder no segmento de rastreadores) demostrou mais uma vez sua preocupação com a entrada da Apple nesse segmento. Ela, ao lado de Spotify e Match Group (grupo por trás de apps de namoro online, como o Tinder), participou hoje de um testemunho no Congresso dos Estados Unidos focado em lojas de apps e possíveis problemas antitruste (intitulado “Antitrust Applied: Examining Competition in App Stores”, ou “Antitruste Aplicado: Examinando a Concorrência em App Stores”).

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Abaixo, confira um apanhado de como foi tudo.

Apple

A Apple (personificada pelo seu diretor de conformidade, Kyle Andeer) disse que a App Store oferece não apenas a melhor experiência para clientes, mas também inúmeras oportunidades para desenvolvedores — sendo um lugar “confiável e seguro” para descobrir e baixar aplicativos, e que revolucionou a distribuição de apps. Nada muito diferente do que sempre ouvimos da empresa.

Senadores

A senadora Amy Klobuchar (presidente do comitê) e o senador Mike Lee, por sua vez, demonstraram preocupações sobre a Apple estar agindo de forma injusta, copiando produtos de concorrentes e dificultado a concorrência com a sua loja.

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Os membros do subcomitê de antitruste questionaram Andeer sobre uma série de questões, como a taxa de 15% dada a Amazon lá atrás, os golpes que estão se tornando mais comuns na loja, a forma como a empresa usa a segurança como motivo para manter o controle da App Store e mais.

As respostas de Andeer foram as esperadas: que a Apple não trata desenvolvedores de forma diferente, que segurança é a prioridade máxima na loja — mas que golpes são um problema de gato e rato (mas que clientes podem solicitar reembolsos em casos assim, e que a Apple não lucra com isso) —, entre outras coisas.

Tile

Kirsten Daru, diretora jurídica da Tile, disse ser difícil acreditar que a Apple jogará limpo após o anúncio do AirTag. Para ela, a Maçã simplesmente copiou os produtos da Tile, só que com o diferencial de tudo ser ainda mais integrado ao iPhone — ela disse que a Apple conhece muitas informações da Tile, já que vendeu os rastreadores dela em Apple Stores e tinha contato próximo com o app da empresa, distribuído na App Store, por anos.

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É verdade que a plataforma Buscar foi aberta para que qualquer um integre seus produtos a ela — teoricamente, deixando todos em pé de igualdade com os AirTags. Contido, Daru disse que se trata de um programa de “reféns”, com termos e condições muito restritos — quando uma empresa cria um produto compatível com o Buscar, não é possível controlá-lo por um app de terceiro, por exemplo, como acontece com o protocolo HomeKit (que funciona tanto no app Casa quanto no app da fabricante).

A Tile também reclamou sobre o fato de a Apple não abrir totalmente o chip U1 de banda ultralarga para terceiros, tornando basicamente impossível competir com os recursos oferecidos pelo AirTag (incluindo a configuração rápida e fácil com iPhones e iPads).

E tivemos até um momento constrangedor: quando a senadora Lee pediu a Daru que falasse mais sobre como a plataforma Buscar é restritiva, ela respondeu que não poderia falar nada pois a Tile assinou um NDA1Non disclosure agreement, ou acordo de não divulgação. com a Maçã. Lee perguntou a Andeer se Daru poderia compartilhar alguns detalhes, mas ele disse que não. 🤷🏻‍♂️

Spotify

Horacio Gutierrez, diretor jurídico do Spotify, reclamou do fato de a Apple forçar a empresa a usar o sistema de pagamento interno da App Store — ou seja, de ser obrigada a pagar uma taxa de 30% para a Maçã.

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Ele disse ser injusto não poder comunicar para clientes do app para iOS que eles podem fazer uma assinatura com desconto (mais barata, já que na plataforma da Apple a taxa cobrada pela Maçã é repassada para o usuário) pelo site da empresa, e que a Apple é basicamente dona do relacionamento com clientes que assinam o serviço pelo app para iPhones/iPads.

Ou seja, quando estamos falando de Apple Music, a Maçã — é claro — não paga nenhuma comissão (podendo, dessa forma, oferecer o serviço por um preço mais baixo sem mexer na sua margem de lucro) e é quem comanda a relação com seus próprios clientes.

Match Group

O diretor jurídico do Match Group, Jared Sine, disse aos legisladores que as taxas da App Store representam a maior despesa da empresa, totalizando cerca de ⅕ das suas vendas totais.

Ele também contou um caso no qual a reclamou que queria adicionar regras de verificação de identidade para aumentar a segurança de um app em Taiwan, mas que a Apple não permitiu. O Match Group então contatou um executivo da Maçã, que supostamente disse que eles deveriam estar felizes por a Apple não abocanhar toda a receita.

“Vocês nos devem cada centavo que ganharam”, teria dito o tal executivo. 😳

Mark Cooper

Mark Cooper, Ph.D. e diretor de pesquisa da Consumer Federation of America, também testemunhou a favor da Tile, do Spotify e do Match Group, afirmando que Apple e Google têm monopólio do mercado de loja de aplicativos e que prejudicam a competição.


Os prospectos para a App Store definitivamente não são os melhores. Veremos o que acontecerá com a loja da Maçã, caso ela seja forçada a fazer grandes modificações em sua estrutura.

via The Verge, 9to5Mac

Notas de rodapé

  • 1
    Non disclosure agreement, ou acordo de não divulgação.

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