Durante uma entrevista dada nesta semana para o UOL, o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, sugeriu que a implantação do 5G no Brasil não ocorrerá antes de 2021. As informações são da Folha de S.Paulo.
O “atraso” (em relação a países como China, Estados Unidos e Reino Unido) da implantação da nova tecnologia se deve a dois principais fatores: os estudos para a implantação do 5G e uma possível interferência dessa frequência com aquela usada pelas antenas parabólicas em um dos canais que será leiloado.
Mais precisamente, o ministro afirma que o projeto tem avançado, mas o ministério trabalha “muito regrado”.
Agora vai sair um decreto que faz a regulamentação do que vai ser feito, quem vai fazer o que, quando, onde e de que forma.
Sobre a possível interferência com a frequência usada pelas antenas parabólicas, Pontes explica que a frequência mais básica para o 5G (a de 3,5GHz) pode enfrentar problemas, e por isso um novo estudo será realizado.
Existem quatro frequências básicas em torno das quais vai ser feito o leilão para as empresas poderem utilizar. A de 3,5GHz é a frequência básica de 5G em quase todo planeta, e aí a gente tem um probleminha. Existe a possibilidade de haver interferência com antenas parabólicas para televisão. Um estudo inicial não foi conclusivo, então pedi um novo. Tenho que ter pelo menos uma estratégia de mitigação caso ocorra interferência.
Considerando esse cenário, o ministro indica que um projeto-piloto de implantação do 5G deverá ocorrer somente em 2021, porém mais provavelmente no início de 2022; o leilão para definir a infraestrutura da tecnologia ocorrerá somente no ano que vem, mesmo — contribuindo, de certa forma, para que o Brasil não tome partido na briga entre os EUA e a China (uma vez que a Huawei é uma grande fornecedora dessa infraestrutura).
Se realmente for assim, nem mesmo a possível “implementação em duas etapas” do 5G nos iPhones — já questionada, diga-se — será motivo de preocupação para brasileiros. Será mesmo? Veremos.