No mês passado, falamos aqui sobre a indicação de “Ted Lasso” ao George Foster Peabody Award, mais conhecido como Prêmio Peabody — uma das premiações mais distintas dos Estados Unidos, com um painel de jurados altamente qualificados honrando as histórias mais atraentes e empoderadoras de um determinado ano.
Pois hoje, a série do Apple TV+ levou o troféu para casa — um ano após “Dickinson” ser a primeira produção da plataforma reconhecida com o prêmio.
Indicada na categoria de Entretenimento, “Ted Lasso” recebeu a honraria num vídeo apresentado pelo ator Will Ferrell — que estrelará a próxima atração de comédia do Apple TV+, “The Shrink Next Door” (“O psiquiatra ao lado”). Remotamente, o ator e cocriador Jason Sudeikis agradeceu o reconhecimento.
O júri do Prêmio Peabody escolheu “Ted Lasso” por seu “otimismo radical” e pela sua narrativa de desprezo à masculinidade tóxica e valorização da figura humana, colocando em destaque personagens que normalmente seriam tratados como figurantes ou alívios cômicos.
Vejam abaixo a justificativa do prêmio [tradução nossa]:
A premissa desta série extremamente popular do Apple TV+ tem todas as características de uma fórmula imemorável. Um treinador de futebol americano do Kansas, aparentemente simplório e falante, é contratado para treinar um time de futebol em Londres — um esporte sobre o qual ele não conhece nada. A nova dona do time (a maravilhosa Hannah Waddingham) pretende colocar o time no fundo do poço como uma vingança ao seu ex-marido adúltero, que perdeu a posse do time no divórcio.
Em vez disso, o que este conto “ugly american” de um peixe fora d’água oferece é uma dose charmosa de otimismo radical, com um cativante Jason Sudeikis como Ted Lasso. Descobrimos que, mais do que simplesmente um treinador esportivo, Ted é notavelmente bom em se comunicar honestamente com os outros, proporcionando mudanças por ser um ser humano profundamente bom — e que ainda assim tem suas ansiedades e dores silenciosas.
De fato, muitas das transformações pessoais nos personagens e suas relações estendidas ocorrem pelo efeito cascata do otimismo radiante e da boa vontade intensamente sincera, ainda que folclórica, de Ted. Personagens que normalmente seriam tratados como menores ou marginalizados — como Kelly, a namorada modelo do astro do futebol, e Nate the Great, o pequenino assistente de vestiário do Sul da Ásia — tornam-se agentes significativos de mudança da filosofia de Ted, a “Lasso Way”, de que quando nós “ACREDITAMOS”, todos os tipos de coisas positivas podem acontecer.
Por oferecer a resposta perfeita à prevalência resistente da masculinidade tóxica — tanto dentro das telas quanto fora delas — em um momento no qual este país precisa verdadeiramente de modelos de gentileza, “Ted Lasso” ganha o Peabody.
Muito legal — e um ótimo aquecimento para a segunda temporada da série, que estreará no dia 23 de julho.
Quanto ao Prêmio Peabody, vale lembrar que a série infantil “Stillwater” (“Sereno – O Panda Zen”) é a outra produção indicada do Apple TV+ — e ela ainda poderá levar o prêmio, já que os escolhidos de 2021 estão sendo anunciados diariamente. Ficaremos de olho.