Já falamos aqui algumas vezes sobre os casos crescentes de roubos/furtos de celular, especialmente na cidade de São Paulo, feitos com o objetivo de acessar as contas bancárias e roubar o máximo de dinheiro possível das vítimas — crime que ficou conhecido como “limpa-conta”.
Demos dicas de como se proteger contra os crimes, falamos sobre as medidas tomadas pelo Procon-SP e esclarecemos um mal-entendido sobre o desbloqueio de iPhones, inclusive.
Pois hoje, uma boa notícia: de acordo com a Folha de S.Paulo, quatro membros apontados como integrantes da quadrilha especializada no desbloqueio de celulares foram presos. As prisões foram realizadas por algumas equipes da Polícia Civil de São Paulo dentro da operação batizada de “Meucci”, que já está em sua terceira fase.
A polícia tinha nove mandados de prisão preventiva, mas não conseguiu capturar aquele que é considerado o chefe da quadrilha: o homem, de 30 anos e natural de Guiné-Bissau, mantinha um sistema de câmeras para vigiar as proximidades do seu apartamento (na Rua Guaianazes, no centro da cidade) e, com isso, conseguiu escapar da prisão.
Outros quatro membros do grupo — incluindo o braço-direito do líder, segundo a polícia — foram presos. Vários celulares e equipamentos eletrônicos utilizados pela quadrilha foram apreendidos e serão periciados, para que as autoridades entendam de forma mais completa os métodos usados pelos criminosos para o desbloqueio dos celulares e a invasão das contas bancárias.
Segundo os agentes, a quadrilha é especializada em um método de desbloqueio que não envolve simplesmente engenharia social (isto é, a obtenção de senhas e outros dados do usuário por golpe ou outro tipo de enganação) — aparentemente, o grupo tinha acesso também a equipamentos de desbloqueio por força bruta.
Caso confirmado, isso confirmará a suspeita — já sugerida pela Apple e por outras empresas que defendem a segurança e a privacidade do usuário — de que os aparelhos de desbloqueio de celulares, embora vendidos por suas fabricantes apenas a governos e agências legais (publicamente, pelo menos), invariavelmente acabam caindo também nas mãos erradas, de organizações criminosas de todos os tipos.
O fato é que, ainda que parte da quadrilha de SP tenha sido presa, as medidas de proteção ainda valem — afinal de contas, não há nenhuma garantia de que os crimes deixarão de acontecer. Todo cuidado é pouco, como de costume.