Assim como o Bluetooth, o Wi-Fi também evolui com uma certa frequência, permitindo uma maior velocidade e alcance.
A versão mais recente e promissora das redes sem fio é o Wi-Fi 6E, apresentada pela Wi-Fi Alliance no início do ano passado. É ela quem cuida desses padrões e trabalha com as fabricantes para implementá-los nos dispositivos que usamos diariamente, como smartphones e tablets, por exemplo.
A rede Wi-Fi 6, lançada em 2019 e já compatível com os smartphones da Apple a partir dos iPhones 11, é capaz de se comunicar com os espectros de 2,4GHz e 5GHz. A diferença para o Wi-Fi 6E é a sua capacidade também de se comunicar usando a frequência de 6GHz.
Mas, afinal de contas, quais são as vantagens e desvantagens desse novo padrão?
Vantagens
O Wi-Fi 6 (usado para identificar dispositivos que suportam o padrão IEEE 802.11ax) foi lançado com a premissa de estar mais preparado para ambientes com vários dispositivos conectados ao mesmo tempo — incluindo aqueles da chamada “internet das coisas”.
Já o Wi-Fi 6E foca em uma menor latência (que nada mais é do que o tempo entre a solicitação e a resposta), além de uma maior velocidade em comparação às versões anteriores da rede sem fio (incluindo o próprio Wi-Fi 6).
Os dispositivos com Wi-Fi 6E aproveitam os canais mais amplos e a capacidade adicional para oferecer um maior desempenho de rede e, com isso, suportar mais usuários numa rede Wi-Fi de uma só vez — inclusive em ambientes mais desafiadores, como prédios e estádios, por exemplo.
Isso resulta em uma navegação mais estável e com menos chances de congestionamento, sendo ideal para quem curte jogar pela internet por serviços que dependem da rede ou assistir a conteúdos por streaming, por exemplo.
Desvantagens
Assim como qualquer tecnologia, nem tudo são flores. No caso do Wi-Fi 6E, os maiores ganhos em velocidade e baixa latência estão em transmissões que não necessitam fazer uma “viagem” tão longa ou em ambientes cercados por prédios, por exemplo.
Isso ocorre devido a possíveis interferências, muito parecidas com aquelas que vemos com outra tecnologia recente e presente nos iPhones 12 americanos, o 5G mmWave.
O que preciso para usar uma rede Wi-Fi 6E?
Para tirar proveito do Wi-Fi 6E, você precisa que o seu roteador e os seus dispositivos sejam devidamente compatíveis com esse padrão. Portanto, mesmo que o seu smartphone já suporte essa tecnologia, o roteador também precisará contar com o Wi-Fi 6E.

Até o momento, poucas marcas oferecem esse tipo roteador, além de não serem nada baratos. ASUS, NETGEAR e Linksys, por exemplo, oferecem opções que partem de US$500 e podem chegar a US$600. O lado positivo é que eles são retrocompatíveis com padrões de Wi-Fi mais antigos.
No lado dos dispositivos, além dos rumores de que a rede Wi-Fi 6E chegará aos “iPhones 13”, ela já se encontra disponível em alguns smartphones como os ASUS Zenfone 8 e ROG Phone 5, além do Xiaomi Mi 11 Ultra, por exemplo.
No Brasil, a tecnologia foi aprovada no início deste ano pela Agência Nacional de Telecomunicações, então não deverá demorar muito para que os brasileiros também aproveitem esses benefícios.