Estamos em um momento no qual a influência de governos em empresas tecnológicas está em voga, por conta dos novos recursos da Apple contra abuso infantil (e a suposta possibilidade de eles serem usados para outros tipos de vigilância). Pois as notícias vindas hoje da Rússia prometem esquentar ainda mais a discussão.
De acordo com a Reuters, o órgão de comunicações russo Roskomnadzor ordenou que a Apple e o Google removam o aplicativo Navalny das suas lojas digitais. O app é uma das principais formas de comunicação de Alexei Navalny, um dos mais notórios opositores do governo da Rússia — e que tem espaço frequente nas manchetes internacionais por episódios como sua prisão, seu suposto envenenamento e a greve de fome que manteve por três semanas.
Moscou classifica Navalny como um extremista, classificando suas atividades na extinta Fundação Anti-Corrupção (FBK) como fomentadoras de uma suposta desestabilização sócio-política na Rússia. A fundação foi encerrada, mas as atividades de Navalny continuam por meio de um canal no YouTube (com mais de 6 milhões de inscritos) e o app no centro da polêmica.
Além de ordenar a remoção do aplicativo, a Rússia baniu ainda uma série de páginas na internet relacionadas às atividades de Navalny. A Apple e o Google ainda não se pronunciaram sobre a questão, mas é provável que sigam as ordens de Moscou — afinal de contas, a Apple já declarou que “segue as leis e orientações” de cada país que opera.
De qualquer forma, a situação da Maçã no país continua precária: basta lembrar da multa recente da empresa por um suposto monopólio da App Store e a lei russa que obrigou a Apple a vender iPhones com apps locais pré-instalados.
Vamos ver, portanto, como esse cenário há de se desenrolar.
via AppleInsider