Segundo informações do The Verge, um grupo de acionistas da Apple aprovou uma resolução pressionando a empresa a realizar mudanças em seus contratos de emprego e de confidencialidade.
Na prática, o grupo, que divulgou sua declaração a todos os acionistas na sexta-feira passada (3/9), quer que casos de assédio e discriminação no local de trabalho sejam exceções no acordo de não-divulgação (non-disclosure agreement, ou NDA) assinado por todos os funcionários.
A Apple usa sabiamente cláusulas de sigilo em contratos de trabalho para proteger informações corporativas, como capital intelectual e segredos comerciais. No entanto, a Apple não excluiu dessas cláusulas os direitos dos trabalhadores de falar abertamente sobre assédio, discriminação e outros atos ilegais.
No entanto, o grupo disse ao The Verge que os advogados da Maçã rechaçaram a mudança, afirmando que as exceções já estavam cobertas na Política de Conduta Empresarial da companhia.
Como temos visto, nas últimas semanas, funcionários da Apple têm revelado como a cultura de sigilo da empresa torna difícil discutir as condições de trabalho ou salários da gigante de Cupertino.
A proposta do grupo diz que cláusulas de confidencialidade são ruins para os negócios da empresa porque não permitem que os acionistas tenham confiança em seu conhecimento do local de trabalho da Apple.
Os investidores têm motivos para se preocupar com a Apple, onde as alegações de que a empresa retaliou funcionários reclamando de discriminação e possíveis violações da lei trabalhista levaram os trabalhadores a se organizarem sob a bandeira
#AppleToo.
A Nia Impact Capital, grupo que apresentou a resolução, possui 38.921,34 ações da Apple, que valem hoje cerca de US$6 bilhões. Se a Apple não realizar a mudança voluntariamente, a resolução poderá ir para uma votação na próxima reunião de acionistas.
