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Android vs. iOS

As 5 melhores coisas do Android que o iPhone não tem

Há dez anos, os contrastes eram brutais; hoje em dia… nem tanto

Vou contar para vocês o segredo mais mal guardado da história deste site: eu sou usuário de Android. 😛

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Minha história com o sistema do robozinho é longa: começou com um Galaxy S (sim, o original) herdado de um amigo, já há quase uma década. De lá para cá, tive dois aparelhos Nexus, dois da Motorola e, já há quase quatro anos, um Galaxy S8 — um aparelho já relativamente idoso, mas que me atende perfeitamente e mostra que aquela história, de que aparelhos Android não duram mais que dois anos, certamente não se aplica a dispositivos mais parrudos.

Por outro lado, meu trabalho no MacMagazine exige que eu tenha um grau de familiaridade com o ecossistema móvel da Apple. Por isso, mantenho já há alguns anos um iPhone 6s que arranjei de segunda mão — um aparelho que, embora igualmente idoso, ainda está no ciclo de atualizações da Maçã e permite que eu tenha contato constante com o iOS e teste aplicativos/recursos, quando necessário.

A parte boa dessa “vida dupla” é que eu posso ter alguma familiaridade real com as duas plataformas e perceber, ao longo dos anos, a evolução de cada uma delas. Isso renderia uma série de textos com variadas abordagens, mas para este aqui, vou me concentrar em um aspecto específico: todos os recursos do Android que eu gostaria de ver no iPhone — ou que, de alguma forma, me fazem falta quando mergulho no mundo do iOS.

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Vamos lá?

Tela dividida

Este aqui foi o primeiro aspecto que me veio à cabeça quando comecei a desenvolver esse artigo. Há quem diga que a tela do iPhone não tem espaço suficiente para um modo de tela dividida minimamente funcional ou útil, mas permitam-me discordar — ao menos para o meu modo de uso, colocar dois apps na tela ao mesmo tempo é, sim, uma baita ajuda em alguns momentos.

Imagem: Lifewire

Já me vi, por exemplo, em situações nas quais precisei cobrir uma pauta urgente para o MacMagazine e não tinha o computador em mãos. O modo de tela dividida veio a calhar: abri o editor de texto do site em uma das janelas, em outra deixei as fontes da matéria e parti para o abraço. No iPhone, isso não seria possível.

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Há outros cenários em que a tela dividida funciona bem: para escrever uma mensagem/email com as referências que você quiser abertas simultaneamente, para comparar duas páginas na internet ou, no caso dos mais viciados em mídias sociais, acompanhar duas linhas do tempo simultaneamente. 😅

É bem verdade que o iPhone está evoluindo: já recebemos o Picture-in-Picture (PiP), que permite a reprodução de vídeos numa janela sobreposta ao que você está fazendo — dependendo do suporte do app, claro. Fica a torcida, agora, para que a Maçã dê um passo adiante e leve a Split View dos iPads para os seus smartphones. Quem sabe no “iOS 16”?

Armazenamento livre

Aqui está outro ponto no qual o iOS caminhou bastante nos últimos anos, mas ainda não chega aos pés do seu principal concorrente: a possibilidade de ter acesso livre ao armazenamento do dispositivo, colocando arquivos e organizando pastas da forma que seja mais conveniente a cada usuário.

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É bem verdade que, para a maioria das pessoas, o aplicativo Arquivos (Files) já é maduro o suficiente para oferecer esse tipo de organização, mas há quem precise — power users, principalmente — desse acesso ampliado para uma série de tarefas e hábitos.

Com o armazenamento livre, você pode tratar seu smartphone basicamente como um computador, organizando arquivos facilmente ou mesmo criando comandos para a automação de determinadas tarefas. E, ao conectar seu dispositivo móvel a um computador, você tem pleno acesso a essa organização de pastas e arquivos sem precisar lidar com aplicativos externos ou interfaces confusas — tudo aparece como num HDD/SSD externo, sem mistérios.

Há de se notar, também, que você pode escolher qual aplicativo fará a administração do seu armazenamento interno no próprio smartphone. Você pode usar aquele que vem por padrão no seu aparelho (e eles variam bastante de acordo com a fabricante) ou escolher qualquer opção mais poderosa — e mais personalizável — disponível na Google Play Store. O que já nos leva ao nosso próximo ponto…

Aplicativos padrão (ou não padrão!)

Permitir a troca do navegador e do cliente de email padrões já é um começo, mas nada no iOS substitui a simplicidade de clicar em qualquer link ou baixar qualquer arquivo e ver uma janela do sistema perguntando com qual aplicativo você quer lidar com aquele conteúdo.

Com o simples toque de um botão, você pode definir o aplicativo padrão para basicamente qualquer elemento — e, caso não queira definir, pode selecionar a opção “Só Desta Vez” e continuar escolhendo como quer lidar com determinados tipos de links e conteúdos baixados em cada ocasião.

É um nível de flexibilidade muito bem-vindo, especialmente quando você gosta de trabalhar com diferentes apps. No meu caso, especificamente, gosto muito de poder escolher, a cada ocasião, qual editor de imagens lidará com uma fotografia específica — afinal de contas, cada app tem suas vantagens e trabalha melhor com determinados tipos de fotos.

Por outro lado, poder configurar os aplicativos padrão para tarefas que você tem, de fato, um aplicativo favorito, também é muito bem-vindo. E isso vai além de navegadores ou clientes de email: vale também para reprodutores de mídias, leitor de PDFs, serviço de armazenamento na nuvem e o que mais sua imaginação permitir.

Notificações

A cada nova versão do Android, o Google apresenta algumas melhorias para as notificações do sistema operacional, e esse trabalho contínuo é visível: o robozinho tem uma abordagem muito mais inteligente, mais proativa e mais amigável ao usuário quando o assunto são os incessantes avisos enviados pelos apps instalados no seu aparelho.

Muito me faz falta no iOS, por exemplo, a flexibilidade de escolher como eu quero que apareçam as notificações de cada aplicativo e de que forma elas devem ser agrupadas. Também prezo muito pela possibilidade de desligar, nas próprias configurações do sistema, determinados tipos de notificações de cada app — é certo que essa é uma funcionalidade que precisa ser implementada por cada desenvolvedor e nem sempre está disponível, mas quando disponível, é uma mão na roda e tanto para evitar promoções e alertas indesejados e manter as notificações úteis.

O Android também entende muito melhor as necessidades de cada usuário em relação às notificações — caso você precise de mais alguns minutos para dar atenção a algum alerta importante, por exemplo, basta arrastá-lo levemente para o lado, tocar no ícone de relógio e escolher em quantos minutos/horas ele deverá surgir novamente.

Melhores recursos do Android que o iOS não tem

Ainda nesse tema, não posso deixar de citar os pequenos ícones de notificações que “habitam” a barra superior do Android, lembrando-lhe constantemente que você tem coisas a lidar. Há quem os odeie (e não é possível desativá-los de forma simples), mas pessoalmente falando, acredito que esses pequenos lembretes visuais constantes são uma parte importante do meu uso diário do smartphone. Questão de gosto, acredito.

Por fim, também me agrada mais (embora eu entenda que isso é um gosto pessoal) o fato de que, no Android, as notificações e os controles básicos do sistema estão todos reunidos no mesmo lugar — ao contrário do iOS, que coloca a Central de Controle em um elemento completamente distinto do sistema. Na minha visão, ter apenas uma ação “registrada” na cabeça para essas ações rápidas é mais intuitivo e muito mais prático.

Usuários convidados

É certo que a maioria das pessoas não costuma passar seus smartphones a outras pessoas com frequência (ao menos não da forma como você emprestaria um tablet ou um computador, por exemplo). Ainda assim, numa época em que toda a sua vida online está contida no seu dispositivo móvel, é inegável que repassá-lo a outra pessoa pode dar um friozinho na barriga.

Melhores recursos do Android que o iOS não tem

É aí que o modo de Usuário Convidado do Android vem a calhar: com apenas um botão, você cria uma espécie de “caixinha de areia” na qual a outra pessoa pode usar o aparelho (para uma emergência, por exemplo) sem qualquer acesso aos seus arquivos, contas ou contatos.

O recurso é interessante até mesmo para a outra pessoa, que pode conectar rapidamente sua conta do Google para checar um email, por exemplo, e ter a sessão automaticamente finalizada ao devolver o celular para você.

Melhores recursos do Android que o iOS não tem
Espaço Infantil dos aparelhos da Samsung

Vale notar que os aparelhos da Samsung não possuem esse recurso propriamente dito, mas têm um outro que também ajuda em outro tipo de situação: com o Espaço Infantil, você ativa um modo especial para entregar seu smartphone e permitir que um pequeno usuário tenha uns minutinhos de diversão somente com apps pré-aprovados — e sem acesso ao seu cartão de crédito, para evitar situações como essa.

Considerações finais

Para a minha experiência, ao menos, os cinco pontos acima são as vantagens mais significativas que o Android tem sobre o iOS. Entretanto, não dá para deixar de citar alguns outros quesitos que acabaram ficando de fora dos principais — seja por evolução do ecossistema da Maçã, pelo andar da carruagem no próprio Android ou pela minha própria trajetória enquanto usuário.

O primeiro deles é a questão dos launchers, os aplicativos do Android capazes de transformar completamente a sua experiência no sistema — com apenas alguns toques, você pode alterar a tela inicial, a gaveta de apps, o visual dos menus, das notificações e tudo mais. Para mim, há alguns anos, a presença dos launchers era um ponto indispensável do robozinho.

Hoje, não mais: o sistema — bem as suas adaptações feitas pela Samsung com a One UI, que é a versão com a qual tenho contato já há alguns anos — já está num nível de amadurecimento que, ao menos para mim, dispensa completamente o uso dos apps de personalização.

Ainda nesse tema, a capacidade do Android de personalizar profundamente a tela inicial ao gosto do freguês perdeu muito do seu apelo com a chegada do iOS 14 — e, mais especificamente, dos widgets. Claro, o sistema do Google ainda é mais flexível e mais poderoso nesse processo, mas para a maioria das pessoas, os elementos interativos do sistema da Maçã já serão mais do que suficiente para satisfazer suas necessidades de mais informações e mais praticidade à primeira olhada.

Mudando para aspectos mais físicos, gosto de usar apenas um cabo — com conector USB-C — para recarregar todos os meus dispositivos: smartphone, computador (um MacBook Air), fones de ouvido, teclado, mouse. Imagino, entretanto, que essa não seja uma vantagem tão grande na era do carregamento sem fio.

O fato é: seja lá quais forem as vantagens que o iOS tem sobre o Android hoje — talvez eu escreva sobre isso em breve —, acredito que os dois sistemas estão num nível muito próximo em termos de funcionamento, funcionalidades e até mesmo estabilidade. Considerando isso e os preços dos iPhones no Brasil, não tenho dúvidas: quando o S8 aqui ao meu lado começar a pedir água, certamente continuarei com o robozinho pelo futuro previsível.

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