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Os 10 maiores fracassos da Apple até hoje

10 fracassos Apple

Todos nós conhecemos o iPhone, o iPad, o Mac, o iPod, o Apple Watch, os AirPods e por aí vai… Estes são produtos que fizeram um sucesso absoluto e mudaram, respectivamente, as suas categorias depois que foram lançados.

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A Apple é uma empresa gigantesca e, como bem sabemos, de muitíssimo sucesso. A empresa é conhecida pela atenção aos detalhes e inegavelmente faz produtos de altíssimo nível — que, muitas vezes, rompem todas as nossas expectativas.

Contudo, apesar de toda essa apreciação, a Apple não é isenta de falhas. Alguns dos seus projetos simplesmente não correspondem ao sucesso esperado — seja por conta dos seus defeitos, pelo timing do lançamento ou, como na maioria dos casos, pelo seu preço alto.

Alguns desses produtos tiveram sucesso em um aspecto, mas pecaram totalmente em outros; alguns podem ter um belíssimo design, mas apresentavam uma performance que deixava a desejar. Seja qual for o motivo, vamos explorar a seguir a história de 10 produtos da Apple que simplesmente não vingaram.

Ping

iTunes Ping

Comecemos de leve… 😛

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O primeiro produto em nossa lista não é lá um produto, e sim um serviço. Porém, já tem pouco mais de dez anos desde que a Apple tentou se aventurar no cenário de redes sociais, e sua aposta foi o Ping: uma rede social focada em músicas.

A rede era acessada somente pelo iTunes, e permitia que usuários seguissem seus amigos e artistas favoritos para descobrir o que eles andavam ouvindo. Ela ainda permitia fazer postagens e comentários — tudo, claro, muito ligado à musica. A intenção, aqui, era conectar pessoas aos seus artistas favoritos e, de quebra, vender mais músicas na iTunes Store.

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Apesar de um início promissor, com mais de 1 milhão de usuários aderindo ao Ping em menos de 48 horas após seu lançamento, o serviço nunca engrenou de verdade.

Dentre os diversos motivos para o seu fracasso, estavam a falta de integração com o Twitter e o Facebook, a omissão de um cliente web e a necessidade de baixar o iTunes para usá-lo.

Após dois anos, o Ping foi oficialmente encerrado em 30 de setembro de 2012. Anos mais tarde, a Apple se aventurou novamente em criar outra rede social musical com o Apple Music Connect — o qual falhou tão miseravelmente quanto seu antecessor.

Apple III

Apple III

Conhecido por muitos como a primeira falha da empresa, o Apple III foi introduzido em maio de 1980, apenas quatro anos após a fundação da Maçã.

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Direcionado para o mercado profissional, o Apple III foi o primeiro modelo a não ser projetado pelo cofundador Steve Wozniak. Algo a se notar é que o computador não possuía nenhuma ventilação, o que segundo Steve Jobs era “muito barulhento e deselegante”.

O resultado disso é que a máquina esquentava muito rapidamente, deformando a placa-mãe e fazendo com que os seus processadores saltassem dos soquetes — resultando em sérios problemas por todo o sistema.

Os programas suportados pelo Apple III também eram limitadíssimos. Dois meses após o seu lançamento, apenas três softwares de terceiros estavam disponíveis para ele. Repleto de bugs, o sistema frequentemente travava ao usar o comando “Salvar”, causando grande frustração em usuários. Até o relógio e calendário não funcionavam como deveriam.

Apple III

Dan Kottke, um dos primeiros funcionários da Apple, por acidente descobriu a solução para um dos problemas de mau funcionamento do Apple III. Certo dia, ele pegou a máquina e, com uma certa frustração, a levantou alguns centímetros e bateu com ela na mesa. Segundo ele, o computador voltou à vida.

Mesmo com tantos problemas, a Apple tentou salvar o III com uma revisão em 1981. O seu preço foi reduzido (cerca de US$4.190), a carcaça redesenhada, a RAM1Random access memory, ou memória de acesso aleatório. passou para até 512KB, novos softwares foram lançados… mas nem todas essas mudanças ajudaram a máquina a sair das prateleiras.

Outra versão melhorada, o Apple III Plus, custando US$2.995, foi lançada em dezembro de 1983. Ela corrigiu os problemas de hardware do III original, mas ainda assim não foi suficiente para salvar a linha.

Diante de todos esses problemas, não é de se espantar que a decisão da Apple tenha sido descontinuar todas as versões do Apple III em abril de 1984. Vale notar que a III Plus teve apenas quatro meses de vida. ⚰️

iPod Hi-Fi

iPod Hi-Fi

O ano era 2006, e a Apple dominava o mercado de MP3 players com o iPod classic e o iPod nano. Com o intuito de continuar surfando a onda de sucesso da sua linha musical, a Maçã lançou o iPod Hi-Fi, um alto-falante com o objetivo de oferecer a experiência dos iPods na sala das pessoas.

O iPod Hi-Fi era uma caixa de som com um design minimalista, construída em plástico branco — semelhante aos iPods da época. Bastava conectar um iPod classic ou nano na parte superior da caixa e aproveitar o som.

Apesar de ter a denominação Hi-Fi, fidelidade sonora não era o seu ponto forte e isso fez com que os audiófilos de plantão rapidamente criticassem o posicionamento do produto.

O iPod Hi-Fi também foi reprovado por conta do seu alto preço (US$350), a falta de funcionalidade do seu controle remoto e a omissão de rádio AM/FM. A Apple não insistiu muito, e em setembro de 2007, descontinuou o alto-falante.

Apple Pippin

Apple Pippin

Em uma parceria com a Bandai (empresa japonesa de videogames e brinquedos), a Apple lançou, em 1996, o Pippin — um console baseado na arquitetura clássica do Mac OS 7.

No entanto, diversos problemas pairavam sobre o Pippin desde o seu lançamento. A começar pelo baixo desempenho, a falta de disponibilidade de títulos e o seu joystick nada ergonômico.

A interação com os jogos era a partir da trackball do controle — isso porque os jogos do Pippin eram versões ligeiramente modificadas dos games para Mac, o que não era ideal nem em termos de performance ou jogabilidade.

O seu preço também não ajudou muito no seu sucesso: custando US$600, o Pippin era duas vezes mais caro do que o PlayStation (US$300) e três vezes mais caro que o Nintendo 64 (US$200). A história já estava escrita e, no fim de sua vida, apenas 42 mil unidades foram vendidas.

AirPower

AirPower

Essa é uma história que muitos aqui com certeza conhecem. Durante o evento de lançamento do iPhone X, a Apple aproveitou a oportunidade para nos dar um sneak peek do AirPower, uma base de carregamento sem fio que tinha a proposta de recarregar até três devices ao mesmo tempo.

Em teoria, você poderia simplesmente descansar seu iPhone, seu Apple Watch e seus AirPods em qualquer lugar da base para que eles recarregassem “como mágica”. Porém, não foi bem isso que aconteceu. Antes mesmo de o produto chegar ao mercado, diversas dificuldades técnicas recaíram sobre a criação do AirPower.

AirPower

Para que os aparelhos pudessem ser colocados de qualquer forma na base, o AirPower continha mais de 20 bobinas eletromagnéticas em um espaço muito pequeno — o que, supostamente, causou diversos problemas de superaquecimento no produto.

Depois de mais de um ano de atrasos, a Apple não conseguiu resolver esses problemas e decidiu por bem cancelar o projeto. Em uma declaração oficial, Dan Riccio, vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, disse:

Após muito esforço, concluímos que o AirPower não atingirá nossos altos padrões e cancelamos o projeto. Nós pedimos desculpas aos clientes que estavam empolgados com esse lançamento. Continuamos acreditando que o futuro é sem fio e estamos comprometidos em estimular a experiência wireless.

Esse foi um caso excepcional, no qual um produto Apple foi anunciado mas nunca chegou ao mercado. Por fim, os esforços da Apple tomaram novas direções e, no ano passado, ela lançou os carregadores MagSafe e MagSafe Duo.

Twentieth Anniversary Macintosh

Twentieth Anniversary Macintosh

O Twentieth Anniversary Macintosh, carinhosamente chamado de TAM, foi lançado em 1997, em comemoração aos 20 anos (no caso 21) de fundação da empresa.

O design do TAM era totalmente diferente dos Macs da época, com uma tonalidade cinza escura e uma tela plana. Até seu teclado continha um apoio para os pulsos em couro! Vendido inicialmente por espantosos US$7.499, ele era voltado ao público profissional.

O seu preço alto também significava uma experiência de luxo, na qual um especialista da Apple vestindo um terno podia ir até a sua casa para instalar o Mac e lhe ensinar a usá-lo.

No entanto, o alto valor cobrado pelo TAM, principalmente se comparado ao Power Mac 6500 (vendido na época por US$2.999, com especificações muito similares), fez com que a máquina não vendesse conforme esperado.

Após um ano, a Apple já havia cortado seu preço em mais de ⅔, chegando à bagatela de US$1.995. Mas nem isso fez com que ele saísse das prateleiras. O TAM foi, então, descontinuado em março de 1998 — um pouco antes do lançamento do aclamado iMac G3. Apenas 12 mil unidades foram produzidas durante a sua vida.

Macintosh TV

Macintosh TV

O ano era 1993 e, precisando de ideias mais originais para a sua linha de computadores, a Apple juntou um Mac a uma televisão… e voilà, surgiu o Macintosh TV.

Como a maioria dos produtos nesta lista, o preço alto foi um dos principais motivos para que o produto não desse certo — visto sua performance mediana em relação ao valor de US$2.097 cobrado pela máquina.

O Macintosh TV vinha acompanhado a um pequeno controle remoto que era compatível com televisões da Sony, além de teclado e mouse. Porém, não era possível assistir a TV e trabalhar com ele ao mesmo tempo.

Em menos de um ano, a Apple resolveu matar o produto. Apenas 10 mil unidades foram produzidas.

Apple Lisa

Lisa

Lançado em janeiro de 1983, o Lisa foi nomeado em homenagem à filha de Steve Jobs, Lisa Brennan-Jobs — apesar de isso não ser oficialmente confirmado pela empresa.

O Lisa foi um dos primeiros computadores pessoais a oferecer uma interface gráfica — algo revolucionário para a época. Seu desenvolvimento se iniciou em 1978, com o intuito de criar uma versão mais moderna do Apple II.

Apple Lisa

No entanto, a empresa ainda estava dando seus primeiros passos, e como o desenvolvido do Lisa custou mais do que o esperado, o produto acabou sendo posto à venda por espantosos US$9.995. Por conta disso, apenas 10 mil unidades foram vendidas durante seus dois anos de vida.

O Lisa possuía outros problemas além do preço proibitivo, como a falta de softwares de produtividade e drives de disquetes pouco confiáveis. O lançamento do Macintosh, em 1984, também não favoreceu muito suas vendas — tendo em vista que o modelo mais novo custava bem menos e tinha uma performance superior.

PowerBook 5300

PowerBook 5300

Em 1995, o PowerBook 5300 foi o primeiro portátil da Apple a usar os processadores PowerPC (que equiparam Macs até 2006, quando houve a transição para chips da Intel). A máquina, no entanto, possuía um “pequeno” problema em suas baterias que fazia com que elas entrassem em combustão. 😅

O modelo tinha diversas falhas no seu design, resultado do objetivo da Apple de tornar o PowerBook 5300 o mais compacto possível. Sua carcaça de plástico era sujeita a rachaduras, especialmente em torno das dobradiças. Em consequência, cabos acabavam danificados, causando mal funcionamento na tela.

Os incêndios da bateria resultaram em recalls e uma péssima imagem para o produto que, em menos de um ano, foi descontinuado.

Power Mac G4 Cube

G4 Cube

Na minha opinião, o último produto da nossa lista é um dos fracassos mais bonitos da Maçã.

No ano 2000, a Apple estava vivendo um grande sucesso com o iMac G3 (que, com o seu design colorido translúcido, agradava muitos consumidores) e com o Power Mac G4 (uma torre voltada ao mercado profissional — o antecessor do Mac Pro, diga-se). A ideia era de que o Power Mac G4 Cube se situasse entre dois.

Em uma época em que a Maçã queria se destacar entre os demais concorrentes de PCs, um cubo de 20x20cm flutuando sobre uma caixa de acrílico transparente foi a aposta da empresa.

O design do Cube é o seu ponto mais impressionante, mas também o seu calcanhar de Aquiles. Sua forma foi concebida por ninguém menos que Jony Ive, e tem clara inspiração no design translúcido do computadores da empresa na época. A estética minimalista também era uma clássica influência de Jobs, que foi um dos idealizadores do projeto.

O Cube incorporava todos os componentes do computador em uma embalagem cúbica compacta que podia ser facilmente acessada. Seu processador G4 era o mesmo presente no Power Mac G4 (a oferta mais parruda da Maçã), mas o design sem ventoinha do Cube tinha como consequência um superaquecimento muito rápido; além disso, sua performance era bem inferior se comparada ao seu irmão maior.

Esse e outros problemas, como o botão de liga/desliga sensível ao toque sendo facilmente ativado por engano, rachaduras na carcaça de acrílico e opções limitadas de upgrade, levaram às baixas vendas do produto.

Além disso, seus altos custos de desenvolvimento e produção resultaram num valor proibitivo de US$1.799, visto por muitos como muito caro para a performance oferecida. Todos esses fatores resultaram na morte do Cube apenas um ano depois de sua introdução.

Jobs lamentou a morte dele, que mais tarde foi “ressignificado” com o lançamento do Mac mini, em 2005. O seu design revolucionário ainda é visto hoje como um dos mais bonitos da Apple, mas a tarefa de criar um computador superpoderoso em uma embalagem tão compacta quanto a do Cube era muito difícil para a época — talvez com o Apple Silicon isso possa acontecer, não?


E aí estão, senhoras e senhores, os 10 maiores fracassos da Apple. Obviamente que essa lista poderia incluir outros nomes, como o mouse redondinho nada ergonômico do iMac G3, o método de carregamento do Magic Mouse e até o teclado borboleta dos Macs.

No entanto, estes foram os fracassos que mais geraram problemas para a empresa nestes últimos 45 anos. Com certeza, todas eles serviram de aprendizado para a Maçã — que, convenhamos, já obteve muito mais acertos do que erros.

E para você, qual foi o maior fracasso da Apple?

Notas de rodapé

  • 1
    Random access memory, ou memória de acesso aleatório.

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