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O que mudou nos novos MacBooks Pro de 14″ e 16″?

Uma das maiores atualizações da Apple em anos — mas nem tudo são flores

Hoje, após meses de especulações, a Apple enfim apresentou ao mundo a sua visão de um computador profissional com chips ARM próprios. Os novos MacBooks Pro já estão causando uma certa polvorosa na internet por alguns motivos — como o visual, digamos, não muito esbelto, o retorno de várias conexões, o preço e o (suposto) poder de fogo dos processadores M1 Pro e M1 Max.

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Mas o que exatamente separa os novos modelos dos seus antecessores? É exatamente o que veremos agora, ponto a ponto, no nosso tradicional comparativo de gerações.

Vamos lá?

Design e formato

Comecemos pela parte mais polêmica: sim, os novos MacBooks Pro são mais espessos e pesados que seus antecessores. A falta do charme esbelto da geração anterior poderá ser crucial para alguns, mas para outros será vista como um simples mal necessário — uma vez que o formato mais “pesadão” pode ser justificado pela chegada das novas portas e pelo poder de processamento.

MacBook Pro com Xcode na tela

O fato é que temos duas máquinas, de 14 e 16 polegadas, com o mesmo design de alumínio unibody que já tornou-se sinônimo dos MacBooks Pro. A diferença é que, agora, o formato dos computadores está mais arredondado, com pés que se pronunciam mais significativamente na tampa inferior (justamente para favorecer a ventilação da máquina e, portanto, a performance).

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Na verdade, analisando os números friamente, os novos MacBooks Pro não são particularmente mais espessos que seus antecessores — a impressão é potencializada pelo estilo mais “blocado” do conjunto, mas os acréscimos são inferiores a um milímetro. O peso, por outro lado, aumentou mais significativamente:

2020

  • 13″: 30,41×21,24×1,56cm; 1,4kg
  • 16″: 35,79×24,59×1,62cm; 2kg

2021

  • 14″: 31,26×22,12×1,55cm; 1,6kg
  • 16″: 35,57×24,81×1,68cm; 2,1kg (M1 Pro) ou 2,2kg (M1 Max)

Pelos números acima, portanto, podemos ver que o modelo de 14 polegadas é apenas ligeiramente maior do que o seu antecessor de 13 polegadas, mesmo com uma tela uma polegada maior — tudo graças, claro, às bordas bem reduzidas em volta do painel. O modelo de 16 polegadas, por sua vez, ficou ligeiramente mais compacto na largura.

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Abrindo as máquinas, podemos notar mais algumas diferenças significativas: além da tela com recorte (mais sobre ela a seguir), o teclado agora é envolto por uma base preta, combinando com as teclas e dando um ar mais clean ao interior do MacBook Pro.

Outra diferença óbvia desde o primeiro momento é a (já rumorejada) morte da Touch Bar: a barrinha interativa, que nunca ganhou a tração desejada pela Apple entre usuários e desenvolvedores, foi limada das máquinas e substituída pelo retorno das teclas de função — desta vez, com teclas de tamanho 100%, semelhante às outras do teclado. O Touch ID continua morando no canto superior direito do componente, e as setas direcionais têm o layout tradicional em “T” invertido, com as quatro teclas de mesmo tamanho — não, a Apple não cometeu aqui o mesmo erro feito no Magic Keyboard do novo iMac.

Teclado Magic Keyboard do novo iMac com Touch ID (verde)

Vale notar, também, que a inscrição “MacBook Pro” sumiu da borda inferior da tela — agora, ela está gravada apenas na tampa inferior das máquinas.

Tela

Mais uma expectativa confirmada: os novos MacBooks Pro são equipados com telas Liquid Retina XDR. Este é o nome que a Apple dá para os seus painéis Mini-LED, uma tecnologia que coloca milhares de pequenos pontos de luz em toda a tela para oferecer imagens mais precisas e vibrantes sem as desvantagens do OLED1Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico. (como o burn-in, por exemplo).

Os novos modelos têm telas de 14,2 e 16,2 polegadas, com bordas significativamente reduzidas em relação aos seus antecessores — são apenas 3,5mm, agora. De fato, as reduções foram tão dramáticas que obrigaram a Apple a colocar um notch (recorte) na parte superior dos painéis para abrigar a nova câmera FaceTime HD. A parte boa é que esse espaço comumente é dominado pela barra de menus e não será particularmente afetado. Por outro lado, apps em tela cheia poderão ter de “criar” uma barra preta não muito bonita para lidar com o recorte:

As telas estão entre as melhores já usadas pela Apple, com 1.000 nits de brilho sustentado e 1.600 nits de brilho máximo, além de taxa de contraste de 1.000.000:1 e suporte a 1 bilhão de cores. As densidades de pixels também aumentaram: a tela de 16,2″ tem 3456×2234 pixels, enquanto a de 14,2 tem 3024×1964 pixels — ambas com 254 pixels por polegada (eram 227ppp, anteriormente).

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Outro ponto crucial das novas telas é a chegada da tecnologia ProMotion aos MacBooks Pro. Aqui, como nos iPads e iPhones Pro, os painéis são capazes de alterar dinamicamente a taxa de atualização — nos MacBooks Pro, a faixa vai de 24Hz a 120Hz. Com isso, a experiência torna-se muito mais suave em animações e vídeos, enquanto os momentos mais “parados”, que não exigem as taxas mais altas, economizam bateria.

Processamento

O advento dos chips M1 Pro e M1 Max é tão significativo que mereceu uma seção especial na keynote de hoje — de fato, os processadores foram apresentados antes mesmo dos novos MacBooks Pro. E não é para menos: pela primeira vez, a Apple está apostando que a comunidade de desenvolvedores e usuários profissionais poderá abandonar a arquitetura x86, da Intel, e embarcar de vez na onda dos chips ARM para trabalho pesado, com aplicações extremamente complexas em diversas áreas.

M1 Pro

Essa aposta perpassa uma série de fatores, como a camada de compatibilização Rosetta 2 (que “traduz” os apps Intel para a nova arquitetura), a boa relação com os desenvolvedores (que poderão trazer seus apps mais rapidamente para o Apple Silicon) e, claro, a força bruta aparentemente impressionante dos novos chips.

Ambos os processadores se apropriam da arquitetura do M1 e fazem uma escala para multiplicá-la de forma considerável. O M1 Pro, por exemplo, tem versões com CPUs2Central processing units, ou unidades centrais de processamento. de 8 e 10 núcleos, enquanto o M1 Max vem sempre com 10 núcleos. A Neural Engine tem 16 núcleos, enquanto as GPUs3Graphics processing units, ou unidades de processamento gráfico. são o ponto de maior evolução: elas podem variar entre 14 e 32 núcleos, com performance equiparável a algumas placas seriamente potentes da concorrência.

M1 Max

Alguns benchmarks já indicaram o poder de fogo dos novos chips, e a própria Apple fez comparações bem animadoras durante a apresentação. O modelo de 14″, por exemplo, compila projetos no Xcode 3,7x mais rápido em relação ao MacBook Pro de 13″ com Core i7. O de 16″ com GPU de 32 núcleos é capaz de renderizar um projeto 8K 2,9x mais rápido no Final Cut Pro em relação ao MacBook Pro de 16″ anterior, com placa Radeon Pro 5600M. Essas e várias outras comparações podem ser vistas na própria página das máquinas.

Outro ponto de extrema importância é a eficiência energética dos novos chips — de novo, uma herança do M1. E, tão crucial quanto, os processadores são capazes de manter a performance no pico mesmo longe da tomada — uma diferença significativa em relação a máquinas Intel, que reduzem significativamente a performance ao rodar somente na bateria (justamente para preservá-la).

Obviamente, a experiência real com os novos MacBooks Pro só poderá ser sentida com o uso dos aparelhos — e, para isso, precisaremos aguardar os reviews e os testemunhos iniciais. Os prospectos iniciais, entretanto, são muito positivos.

Memória e armazenamento

A nova geração do MacBook Pro pode ser configurada com até 32GB (no caso dos modelos com o M1 Pro) ou 64GB (M1 Max) de memória unificada — anteriormente, os 64GB podiam ser atingidos somente no modelo de 16 polegadas, então boa notícia para quem precisa de bastante memória numa máquina menor.

Em termos de SSD4Solid-state drive, ou unidade de estado sólido., ambos os modelos podem vir com até 8TB de armazenamento — de novo, uma opção que anteriormente só existia no modelo de 16″. E, mais que isso, os SSDs que equipam as novas máquinas são até 2x mais rápidos, com velocidades de leitura que chegam a assustadores 7,4GB/s.

Portas e conexões

Soem os coros de aleluia, porque a Apple voltou atrás numa decisão: cinco anos depois de abandonar todos os tipos de conexões em prol do Thunderbolt, a Maçã percebeu que o sonho de um computador profissional com uma interface única era, para alguns muitos usuários… um pesadelo! E por conta disso, os novos MacBooks Pro trazem de volta um cardápio muito maior de conexões físicas.

Portas dos MacBooks Pro de 14 e 16 polegadas

Além de três portas Thunderbolt 4 (duas no lado esquerdo, uma no direito), temos um leitor de cartões SDXC (com velocidade de até 312MB/s usando um cartão UHS-II) e uma porta HDMI 2.0 — sim, por algum motivo a Apple não optou pelo HDMI 2.1, mais potente (talvez por pressupor que usuários que precisem conectar a máquina a monitores mais modernos o farão por meio do Thunderbolt).

Falando em monitores, aliás, as possibilidades de conexão foram seriamente ampliadas com os novos chips. O M1 Pro permite conectar até dois Pro Displays XDR (ou monitores de características semelhantes), enquanto o M1 Max pode ser conectado a três Pro Displays XDR e uma TV 4K, por meio da porta HDMI.

Além disso, a saída para fones de ouvido foi mantida e aprimorada (mais sobre isso abaixo) e tivemos, ainda, o retorno do MagSafe — desta vez, sob o nome MagSafe 3. O icônico conector magnético serve para recarregar seu MacBook Pro muito mais rapidamente, e ainda impede um desastre caso alguém tropece no cabo durante a recarga.

Vale notar, porém, que você ainda poderá recarregar a máquina pelas portas Thunderbolt 4/USB-C — ótimo caso você esteja em um local que necessariamente precisa utilizar o lado direito da máquina para isso, por exemplo.

Em termos de conexões sem fio, além do Bluetooth 5.0, temos aqui Wi-Fi 6 — no caso do modelo de 16 polegadas, trata-se da primeira versão a trazer o protocolo, que nunca pintou nos Macs Intel. Vale notar que as máquinas são retrocompatíveis com protocolos Wi-Fi anteriores, mas o Wi-Fi 5 dos novos MacBooks Pro é mais lento que o de modelos anteriores. Esse artigo traz mais informações.

Câmera e áudio

Em mais um capítulo de “não fez mais que sua obrigação”, a Apple enfim melhorou a webcam do MacBook Pro: agora, temos uma câmera FaceTime HD de 1080p, com abertura maior e lente de seis elementos. Combinando isso com as tecnologias dos chips M1 Pro/Max, a Apple promete imagens mais definidas, com performance duas vezes melhor em cenários com pouca luz.

FaceTime no novo MacBook Pro

Temos ainda três microfones com qualidade de estúdio, capazes de eliminar ate 60% dos ruídos de fundo e com filtragem espacial direcional. Os alto-falantes, por sua vez, têm seis componentes (quatro woofers e dois tweeters) e trazem, pela primeira vez, suporte ao Áudio Espacial em músicas e vídeos com Dolby Atmos.

A saída para fones de ouvido, por sua vez, é especial: ela traz suporte a headphones de alta impedância, podendo detectar o tipo de equipamento conectado e ajustar a potência entregue de acordo. O computador traz ainda um DAC (conversor de sinal digital para analógico) de maior qualidade, dispensando, em boa parte dos casos, o uso de amplificadores externos para profissionais de som e audiófilos. Esse artigo traz mais detalhes.

Bateria e carregamento

A Apple, como de costume, não divulga números específicos de bateria — mas, ainda assim, está fazendo promessas ambiciosas em relação aos novos MacBooks Pro.

São, segundo a empresa, até 17 horas de duração (em reprodução de vídeos) no modelo de 14″, e 21 horas no de 16″ — trata-se do Mac mais longevo já produzido, segundo a fabricante.

Para se ter uma ideia, o modelo anterior de 13″ durava, na reprodução de vídeos, 10 horas (chip Intel) ou 20 horas (processador M1, num modelo significativamente menos potente). O modelo de 16″ anterior, por sua vez, resistia por 11 horas.

Outro ponto importante é que os novos Pro oferecem carregamento rápido via MagSafe. Os computadores vêm com adaptadores de energia mais potentes (64W ou 96W, nos modelos de 14″, ou 140W no de 16″) e cabos USB-C para MagSafe trançados de 2 metros — que são, inclusive, independentes do adaptador de energia, permitindo uma troca somente do cabo ou do power brick no caso de defeito. Vale notar que você ainda pode carregar as máquinas pelas portas Thunderbolt 4, mas com potência (e velocidade) menor.

Preço

Aqui é que o bicho pega: os novos MacBooks Pro são significativamente mais caros que seus antecessores — especialmente o modelo de 14″, em comparação ao de 13″: a nova máquina parte dos US$2.000 (ou… R$27 mil, no Brasil), contra os US$1.300 da geração anterior.

No caso do modelo de 16″, os preços partem de US$2.500 — eram US$2.400 no modelo anterior. No Brasil, a brincadeira agora parte dos R$33 mil.

É fato que a Apple está mirando em um segmento muito superior, mais especializado, com as novas máquinas — prova disso é que o MacBook Pro de 13″, com chip M1, continua à venda como um “intermediário” da linha (e pelos mesmos preços de antes). Ainda assim, a etiqueta assusta um pouco, especialmente na nossa querida terrinha.


Taí, portanto. Quais são as vossas considerações?


Comprar MacBooks Pro de 14″ e 16″ de Apple Preço à vista: a partir de R$21.599,10
Preço parcelado: a partir de R$23.999,00 em até 12x
Cores: preto-espacial, cinza-espacial ou prateado
Chips: M3 (CPU de 8 núcleos; GPU de 10 núcleos), M3 Pro (CPU de 11 ou 12 núcleos; GPU de 14 ou 18 núcleos) ou M3 Max (CPU de 14 ou 16 núcleos; GPU de 30 ou 40 núcleos)
Memória: 8GB, 18GB, 36GB, 48GB, 64GB, 96GB ou 128GB
Armazenamento: 512GB, 1TB, 2TB, 4TB ou 8TB
Adaptador de energia: 70W, 96W ou 140W

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Notas de rodapé

  • 1
    Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico.
  • 2
    Central processing units, ou unidades centrais de processamento.
  • 3
    Graphics processing units, ou unidades de processamento gráfico.
  • 4
    Solid-state drive, ou unidade de estado sólido.

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