Ontem (quinta-feira, 4 de novembro), a Anatel deu início ao leilão das faixas de frequência que serão utilizadas para a implementação das redes 5G no Brasil. No primeiro dia de lances, presenciamos a guerra entre as gigantes do segmento (Claro, TIM e Vivo) para por as mãos na frequência de 3,5GHz (vista por muitos como “o filé mignon das faixas”) e, de quebra, a chegada de algumas novas operadoras no país.
O segundo dia de leilão ocorreu hoje (sexta-feira, 5/11) e, com ele, seu encerramento. A Anatel já concluiu o processo de análise das propostas das empresas e consórcios interessados.
Ontem, os lotes de 700MHz, 2,3GHz e 3,5GHz foram arrematados, sobrando a frequência de 26GHz para ser disputada hoje. Neste artigo, traremos todos os detalhes do que rolou no segundo dia de lances e como foi o seu desfecho. Vamos?!
Valor arrecadado
Apesar de não ter atingido o valor previsto, o ministro das comunicações, Fábio Faria, disse que além de ter sido o maior leilão da história da América Latina, ele “superou todas as suas expectativas e foi um sucesso” — uma vez que o valor de alguns lotes arrematados foi R$5 bilhões acima do valor mínimo.
O certame atingiu o valor recorde de R$46,7 bilhões, no entanto não chegou a alcançar os R$49,7 bilhões que eram esperados pelo ministério. O valor menor pode ser explicado simplesmente pelo fato de que algumas das faixas oferecidas não tiveram interessados. O ministro disse que elas poderão ser oferecidas novamente no futuro — a maioria delas, na frequência de 26GHz.
A faixa de 3,5GHz foi a mais cobiçada de todas, uma vez que é a mais comum no exterior e oferece 5G diretamente para o consumidor final. Ela, portanto, gerou a maior fatia do valor total arrecadado: cerca de R$22,7 bilhões. Já a faixa de 26GHz, que já era considerada a mais difícil de ser vendida, arrecadou R$3,03 bilhões.
Atuação da nova operadora Winity
Conforme noticiamos ontem, algumas das faixas leiloadas sinalizaram a chegada de novas operadoras ao mercado — a maioria delas com atuação regional e uma com atuação nacional.
A Winity II Telecom, vencedora do lote 1, com a faixa de 700MHz, poderá operar por todo o território brasileiro, porém decidiu seguir por uma estratégia diferente. A Winity ofertará a sua infraestrutura e a faixa adquirida para que outras operadoras ofereçam o 5G no Brasil. De acordo com o presidente-executivo da Winity, Sergio Bekeierman, a iniciativa aumentará o faturamento da empresa na oferta do 5G.
Por ora, ela oferecerá apenas rede 4G aos seus clientes, mas Bekeierman salienta que tem em mente fornecer também o 5G no futuro. Em suas palavras:
A frequência é um bem que você pode fazer o que chamam de “refarming”: você começa a usar onde vê a maior demanda, que hoje é o 4G, mas no momento em que o 5G passa a ter uma penetração grande, maior demanda de cobertura ou de dados, você pode converter o uso da frequência do 4G para o 5G.
Outras novas operadoras
Dentre as 15 empresas que participaram do leilão, 11 adquiriram lotes. E, conforme noticiamos ontem, 6 delas serão estreantes no mercado de telefonia móvel. São elas:
- Winity
- Cloud2U
- Brisanet
- Consórcio 5G Sul
- FlyLink
- Neko (Surf Telecom)
No âmbito regional, além das empresas citadas acima (das quais já falamos), vimos também a vitória da Algar Telecom, empresa que já atuava no país. Ela atuará nas faixas de 2,3GHz e 3,5GHz no sul de Minas Gerais, parte de Mato Grosso e de São Paulo. A ressalva é que ela provenha internet 4G a localidades ainda sem acesso à tecnologia.
Faixa de 26GHz
A faixa de 26GHz (exclusiva para acomodar o 5G) também foi oferecida em lotes nacionais e regionais. Todavia, nem todas receberam propostas. Vivo e Claro arremataram os lotes com extensão nacional com outorga para 20 anos de exploração; já a TIM, com outorga de 10 anos. Os lotes regionais foram divididos entre TIM, Algar e FlyLink (outra estreante no mercado brasileiro).
Com outorgas de atuação de 20 anos, a TIM atuará nas regiões Sul e Sudeste; a Algar, no triângulo mineiro e em partes do Mato Grosso do Sul, de Goiás e de São Paulo; a FlyLink, por sua vez, atuará também no triângulo mineiro e em partes do Mato Grosso do Sul, bem como de Goiás e São Paulo; a Neko Telecom, também estreante no mercado, atuará com uma outorga de 10 anos em São Paulo.
Disponibilidade do 5G
Apesar do fim do leilão, ainda deverá demorar um tempo até que vejamos a implementação, de fato, dessas redes no Brasil. O edital prevê que o 5G chegará às capitais do país até julho de 2022; em cidades com mais de 500 mil habitantes, até 2025.
E, é claro: para usufruir da tecnologia, será necessário um smartphone compatível com a rede 5G, como as linhas iPhone 12 e 13 — os quais são compatíveis com a maioria das redes a serem implantadas no Brasil, em especial, as faixas sub-6GHz. A faixa destinada às redes mmWave (26GHz), por enquanto, se limita aos modelos comprados nos EUA.
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via G1, Olhar Digital e Reuters