Relembrar é viver — especialmente quando envolve doses cavalares de Schadenfreude. Horace Dediu, do asymco, publicou hoje uma lista com as previsões de analistas profissionais sobre o desempenho do iPad em termos de vendas ao longo de 2010. Veja só, como eles passaram pertinho, pertinho, com suas previsões feitas em maio (em milhões de unidades):
Brian Marshall, Broadpoint AmTech: 7,0 | David Bailey, Goldman Sachs: 6,2 |
Kathryn Huberty, Morgan Stanley: 6,0 | Shaw Wu, Kauffman Bros.: 5,0 |
Mike Abramsky, RBC Capital Markets: 5,0 | Gene Munster, Piper Jaffray: 3,5 |
Ben Reitzes, Barclays Capital: 2,9 | Keith Bachman, BMO Capital: 2,5 |
Jeff Fidacaro, Susquehanna: 2,1 | Chris Whitmore, Deutsche Bank: 2,0 |
Scott Craig, Merrill Lynch: 1,2 | Peter Misek, Canaccord Adams: 1,2 |
Doug Reid, Thomas Weisel: 1,1 | Yair Reiner, Oppenheimer: 1,1 |
A Apple vendeu 14,8 milhões de iPads em 2010 — mais que o dobro da estimativa “profissional” mais próxima. Como esses analistas vão se justificar? Acho que não vão nem precisar, até porque os blogueiros que fizeram previsões também erraram feio, ainda que bem menos, como mostram estes números de abril, compilados por John Gruber:
Clayton Morris: 9 | John Gruber: 8 |
Horace Dediu: 6 | Natali Del Conte: 5 |
Ross Rubin: 5 | Mike Rose: 4,5-5 |
Jason Snell: 3 | Andy Ihnatko: 3 |
Pelo visto ninguém esperava o sucesso que o iPad fez — e, levando em conta os problemas para equilibrar oferta e demanda nos primeiros meses, nem a Apple. Mesmo assim, Philip Elmer-DeWitt mostra no Fortune Tech que nenhum dos “profissionais”, em suas notas posteriores ao anúncio dos resultados da Apple, reconheceu abertamente seus erros grosseiros, fosse quanto à previsão das vendas do iPad no ano passado, fosse quanto a números mais recentes, mas também muito distantes da realidade.
Ser analista é não ter que pedir desculpas. 😛