A pandemia pegou a todos de surpresa quando foi oficialmente decretada em março de 2020; uma situação histórica que as gerações atuais do planeta ainda não tinham vivido e, por isso, mal faziam ideia de como enfrentariam o grande efeito do tédio durante o período de quarentena. Mal saber como trabalhar ou se divertir dentro de casa por 24h era uma incógnita não apenas para você e para mim, mas também, é claro, outras 7 bilhões de pessoas incluindo… Elton John.
Então, o que mais faríamos da vida em meio ao tédio além daquilo o que fazemos de melhor? No caso do Elton, música boa, logicamente. Assim, nasceu seu álbum colaborativo recém-lançado, “The Lockdown Sessions”, um compilado de músicas gravadas entre estúdios caseiros e videochamadas no FaceTime e no Zoom com diferentes artistas, em sua maioria muito conhecidos e não necessariamente tão óbvios. Apesar do resultado, nem tudo foi tão fácil como costumava ser para o cantor, e todo o processo de produção do álbum está sendo agora contado em uma playlist documental no Apple Music:
Não me perguntem o porquê de a Apple não estar exibindo o documentário no Apple TV+ em vez do Apple Music, onde se encontram os três capítulos que contam brevemente a história da criação do álbum com materiais inéditos de bastidores mostrando gravações das músicas, videochamadas e depoimentos de Elton, seus produtores e dos convidados que colaboraram com cada canção do álbum.
A lista de convidados do álbum é bastante diversa e conta com grandes nomes como Stevie Wonder, Damon Albarn (Gorillaz), Stevie Nicks, Eddie Vedder e outros gigantes nada óbvios para a carreira de parcerias do Elton como Dua Lipa, Young Thug, Nicki Minaj, Miley Cyrus, Glen Campbell, Charlie Puth e muito mais!
Apesar de não contar com depoimentos de uma minoria dos artistas que participaram do álbum, o documentário traz relatos de Andrew Watt, produtor de “The Lockdown Sessions” que já havia trabalhado com Elton para o álbum “Ordinary Man” de Ozzy Osbourne, lançado no início de 2020, e David Furnish, marido e produtor do Elton.
O documentário mostra, entre os depoimentos e gravações exclusivas, como Elton aproveitou o ócio criativo dos lockdowns americano e europeu para encarar a tecnologia – de seu iPad Pro 2020 😎 – e se conectar com os artistas que sempre admirou e aqueles que vinha conhecendo graças ao seu trabalho para a Rocket Hour, programa exclusivo da Apple Music Radio que Elton apresenta desde o lançamento do Apple Music, lá em 2015, comentando semanalmente por uma hora suas músicas e artistas favoritos, entre preferências mais antigas e até mesmo produções bem atuais.
Confira, a seguir, as trilhas comentadas em cada episódio:
Capítulo 1: Lockdown
- After All (Charlie Puth)
- Learn to Fly (Surfaces)
- Pink Phantom (Gorillaz)
- Nothing Else Matters (Miley Cyrus, Chad Smith, WATT, Yo-Yo Ma e Robert Trujillo)
Capítulo 2: Quarentena
- Cold Heart (Dua Lipa)
- Chosen Family (Rina Sawayama)
- It’s a Sin (Years and Years)
- Beauty in the Bones (Jimmie Allen)
- Orbit (SG Lewis)
- I’m Not Gonna Miss You (Glen Campbell)
- One of Me (Lil Nas X)
Capítulo 3: Abertura
- Always Love You (Young Thug, Nick Minaj)
- Simple Things (Brandi Carlile)
- Stolen Car (Stevie Nicks)
- E-Ticket (Eddie Vedder)
- Finish Line (Stevie Wonder)
O documentário soma 34 minutos de duração entre os três capítulos da playlist, que por sua vez passam voando quando assistimos ao gênio de Elton criando/compondo músicas completas em 20 minutos com alguns de nossos ídolos favoritos, se frustrando com alguns resultados, se emocionando com outros e se divertindo com todos eles.
Tanto o álbum quanto o documentário podem não agradar alguns poucos fãs mais saudosistas do músico por causa da participação de artistas com estilos de música modernos e diferentes de tudo o que Elton já fez antes, o que é ótimo, porque estamos de… Elton John, um artista que não apenas se diverte com o novo, como advoga pelo protagonismo de novos artistas que merecem ter a visibilidade que ele e outros Rock Gods sempre tiveram em seu tempo.
Quando o assunto é Elton John sou suspeito para qualquer indicação, mas fica aqui a recomendação de um fã da boa música para outro. 😉