O melhor pedaço da Maçã.
Tada Images / Shutterstock.com
AirTag ao lado de um iPhone com o app Buscar

NYTimes detalha problemas envolvendo AirTags e perseguições

O jornal conversou com sete mulheres que foram perseguidas com a “ajuda” dos rastreadores

Desde que o AirTag foi lançado, no ano passado, nós temos noticiado casos e mais casos envolvendo supostas perseguições partindo de pessoas mal-intencionadas fazendo uso dos rastreadores inteligentes da Apple.

Publicidade

Na maioria das vezes, os AirTags são encontrados graças aos mecanismos antiperseguição implementados pela Maçã. Os dispositivos, vale recordar, emitem um sinal capaz de enviar uma notificação aos aparelhos da Maçã (e Androids com um app específico instalado) avisando que a pessoa está possivelmente sendo rastreada.

Acontece que, de acordo com um relatório divulgado pelo New York Times, essas notificações (por si só) nem sempre são suficientes para resolver um possível caso de perseguição (stalking) usando os rastreadores.

O jornal conversou com sete mulheres que acreditam terem sido rastreadas pelos AirTags e elencou algumas problemáticas que são geralmente encontradas por pessoas que se encontram nessa situação.

Publicidade

Uma dos problemas é o tempo que leva até que a pessoa que potencialmente perseguida seja notificada, que não parece haver um padrão claro. Uma das mulheres ouvidas pelo jornal afirmou ter sido notificada apenas quatro horas depois de ter notado a presença do gadget atrás da sua placa.

Outras pessoas afirmam que só receberam o alerta dias após o dispositivo ter sido colocado perto delas. Questionada, a Apple informou que o momento dos alertas pode variar dependendo do sistema operacional e das configurações de localização do iPhone da pessoa.

Outro detalhe, que é certamente benéfico caso o AirTag esteja sendo utilizado para o seu propósito original (rastrear objetos), acaba se transformando em um potencial perigo se ele for usado para perseguir pessoas.

Publicidade

Trata-se da grande rede de dispositivos da Maçã (Buscar; em inglês, Find My), que está presente em massa especialmente em países como os Estados Unidos, onde basicamente metade da população usa iPhones — os rastreadores inteligentes da Apple estão inseridos no ecossistema da Maçã, se conectando diretamente a qualquer iPhone que esteja nas redondezas para que sua localização exata seja informada ao proprietário.

Eva Galperin, diretora de segurança cibernética da Electronic Frontier Foundation (EFF), destacou que a “onipresença” dos aparelhos da empresa permite um monitoramento mais exato dos movimentos das pessoas.

A Apple transformou automaticamente todos os dispositivos iOS em parte da rede que o AirTag usa para relatar a localização de um AirTag […] A rede à qual a Apple tem acesso é maior e mais poderosa do que a usada pelos outros rastreadores. [Ele] é mais poderoso para rastreamento e mais perigoso para perseguição.

Outro problema apontado pelo jornal é a aplicação da lei, que muitas vezes é ineficiente para resolver um caso de possível perseguição usando rastreadores inteligentes.

Publicidade

A Apple afirmou que “leva a segurança de seus clientes muito a sério” e encoraja usuários que se sentem ameaçados a entrarem em contato com a polícia local, para que ela possa trabalhar com a Apple para “fornecer qualquer informação disponível sobre o AirTag desconhecido”.

Porém, também não são raros os casos nos quais a polícia é acionada mas não consegue localizar o rastreador. Pior ainda: mesmo que algumas autoridades tenham começado a analisar mais de perto a ameaça representada pelos AirTags, algumas pessoas alegam que a polícia nem sempre leva a sério os relatórios e as notificações apresentadas.

Vale recordar que, mesmo com essas questões, não chega a ser prudente acusar a Apple ou culpá-la por esses casos de perseguições. A empresa, como já destacado, implementou (desde o início) recursos para desencorajar a ação de stalkers. Outras marcas proprietárias de rastreadores — como a Tile, inclusive — pretendem adotar sistemas de notificações parecidos no futuro.

A Apple, como falamos, lançou um aplicativo para que aparelhos com o sistema Android também emitam notificações caso seus proprietários estejam sendo potencialmente perseguidos por AirTags. Todavia, o jornal destaca que esses usuários precisam estar suficientemente atentos para baixá-lo e utilizá-lo de maneira proativa.

Questionada, a Maçã não informou se está trabalhando com o Google para fornecer os alertas de maneira nativa nos aparelhos com o sistema operacional rival. Não é difícil imaginar que, com todos esses casos, tentativas de regulamentação e padronização de rastreadores e sistema de notificações para smartphones de diferentes marcas comecem a aparecer por aí.


Comprar AirTag de Apple Preço à vista: a partir de R$332,10
Preço parcelado: a partir de R$369,00 em até 12x
Opções: pacote com 1 ou 4 unidades

NOTA DE TRANSPARÊNCIA: O MacMagazine recebe uma pequena comissão sobre vendas concluídas por meio de links deste post, mas você, como consumidor, não paga nada mais pelos produtos comprando pelos nossos links de afiliado.

Ver comentários do post

Compartilhe este artigo
URL compartilhável
Post Ant.

App permite controlar músicas de forma rápida no Mac

Próx. Post

Oral-B anuncia novas escovas de dente inteligentes

Posts Relacionados