Seguindo uma série de iniciativas dedicadas à intensificação da diversidade nos seus campi e no mundo da tecnologia em geral, a Apple anunciou hoje um novo programa dedicado especialmente ao incentivo da formação de mulheres na área do desenvolvimento. Trata-se de uma iniciativa batizada como Entrepeneur Camp (acampamento de desenvolvedoras).
A ideia do programa é muito legal: levar pequenas empresas e startups (que tenham o desenvolvimento de apps como seu principal negócio e sejam lideradas e/ou [co]fundadas por mulheres) para duas semanas de imersão no Apple Park, onde serão ministrados cursos e sessões de linguagem de programação, desenvolvimento, design, tecnologia, marketing e muito mais — tudo com um foco especial nas soluções e ferramentas da própria Maçã, claro.
Para se candidatar ao programa, as empresas/startups têm de ser fundadas, cofundadas ou lideradas por mulheres e precisam ter pelo menos uma mulher na equipe de desenvolvimento; também é necessário que elas tenham pelo menos um aplicativo pronto ou em fase de protótipo. Os acampamentos ocorrerão trimestralmente e 20 empresas serão selecionadas para cada edição; 3 representantes de cada uma participarão do programa. As empresas escolhidas também ganharão 2 convites para a WWDC do ano seguinte.
A edição-piloto do acampamento ocorrerá já em janeiro de 2019, excepcionalmente com a seleção de 10 empresas. Já é possível se candidatar a uma vaga nesse link — basta cumprir os requisitos listados acima e ter uma conta de desenvolvedor na Apple.
O CEO Tim Cook compartilhou algumas palavras sobre a novidade:
A Apple está dedicada a ajudar mais mulheres a assumirem papéis de liderança no setor tecnológico e além. Nós nos orgulhamos de cultivar a liderança feminina na comunidade de desenvolvimento de apps com o novo Apple Entrepeneur Camp e nos inspiramos pelo trabalho incrível que já está sendo desenvolvido — e por tudo que ainda está por vir.
No anúncio do programa, a Apple lembrou que empreendedoras mulheres ainda encontram dificuldades para receber financiamento para seus projetos: em 2017, foi US$1,9 bilhão investido em projetos de liderança feminina contra US$83,1 bilhões em startups e empresas lideradas por homens. Apesar disso, negócios com mulheres à frente têm crescido com uma taxa 10x maior que a média americana; startups lideradas por mulheres, por sua vez, têm apresentado uma taxa de retorno 35% maior que aquelas capitaneadas por homens.
Ou seja: não, não é simplesmente uma questão de aptidão ou interesse. Mulheres também querem desenvolver e empreender mas, muitas vezes, dão de cara com dificuldades baseadas no preconceito e na cultura sexista do mundo tecnológico (e do mundo em geral). Tomara que a iniciativa da Apple seja mais um passo em direção a um cenário mais igualitário!