A Western Digital e a Kioxia anunciaram na última quarta-feira (9/2) a perda de cerca de 6,5 exabytes (ou 6,5 milhões de terabytes) em chips 3D NAND (BICS) devido a uma contaminação de componentes em duas de suas linhas de produção no Japão. Ambas as empresas estão entre as principais fornecedoras desse tipo de chip — utilizado na fabricação de SSDs1Solid-state drives, ou unidades de estado sólido. — e representam cerca de 30% de todo o mercado.
Segundo a TrendForce, o prejuízo poderá causar um aumento de até 10% nos preços de componentes flash NAND já no segundo trimestre de 2022. Os 6,5EB perdidos representam cerca de 13% de toda a produção prevista para o grupo neste trimestre e 3% de todas as entregas para o ano.
Hideki Yasuda, analista do Ace Research Institute, afirmou à Bloomberg que o incidente, o qual agora se soma à atual escassez global de chips, terá um impacto direto nos preços de SSDs no mercado.
Embora a Apple tenha usado com certa frequência nos últimos anos componentes feitos pela Samsung, ela tem intensificado o uso de unidades de estado sólido fabricadas pela Kioxia em Macs equipados com o chip M1 [Pro/Max]. As iterações mais recentes do iPhone, do iPad e até mesmo do Apple Watch também contam com componentes fornecidos pela empresa japonesa.
Vale notar que essas empresas costumam negociar a compra desses componentes com bastante antecedência, o que pode, pelo menos por ora, evitar impactos mais imediatos. Desta forma, é improvável que a Maçã suba os preços de seus produtos em decorrência do incidente, mas é possível que a empresa sofra com um aumento nos custos na produção de seus dispositivos no futuro.
A WD e a Kioxia (que já fez parte da Toshiba) ainda não divulgaram a causa da contaminação, e também não deram uma previsão de quando a produção deverá ser normalizada. As fábricas em questão estão localizadas nas cidades de Yokkaichi e Kitakami.
Notas de rodapé
- 1Solid-state drives, ou unidades de estado sólido.