A essa altura, falar da polêmica dos iPhones sem carregador e fones já é chover no molhado: desde a controversa decisão tomada pela Maçã há um ano e meio (e posteriormente seguida por quase todas as concorrentes), já tivemos uma onda de reações negativas, processos em diversas partes do mundo e ações de órgãos reguladores, inclusive no Brasil.
Na ponta do lápis, entretanto, a medida da Maçã parece ter surtido um efeito deveras positivo — ao menos economicamente falando: de acordo com o Daily Mail, a empresa já economizou cerca de £5 bilhões (US$6,5 bilhões, ou R$33 bilhões) desde outubro de 2020 por conta da retirada dos acessórios das caixas dos iPhones.
Os especialistas ouvidos pela reportagem estimam que a Maçã economize cerca de £27 (US$35) a cada iPhone vendido sem carregador ou fones — economia essa que vem da própria retirada dos dispositivos em si e também da maior eficiência das caixas menores resultantes da medida, que demandam menos material e permitem que mais smartphones sejam transportados em cada carga.
Levando em conta os estimados 190 milhões de iPhones vendidos ao redor do mundo desde o anúncio da retirada, fica fácil fazer a conta. O dinheiro extra no cofrinho da Maçã, entretanto, não se limita à economia direta causada pela remoção dos acessórios.
No Reino Unido, onde foi feito o cálculo, os EarPods com conector Lightning e o adaptador de tomada USB-C de 20W saem por £19 cada. Naturalmente, entretanto, o valor de produção dos acessórios é muito menor — e a venda desses acessórios separadamente já rendeu estimados £225 milhões (US$293 milhões) extras à Apple, segundo os economistas. Ou seja: a vantagem econômica é ainda maior.
Obviamente, a Apple mantém em seu discurso público que a decisão de retirar os fones e carregadores da caixa dos iPhones não é financeira, e sim ambiental: segundo a empresa, a maior parte dos consumidores já possui acessórios do tipo em casa, e a redução no desperdício de material e recursos seria benéfica para evitar poluição, gasto de energia e emissões de gases tóxicos.
Muito já foi discutido sobre a sinceridade (ou falta dela) desse discurso, mas o fato é que, analisando na dura frieza dos números, os iPhones “pelados” fazem muito mais sentido para a Maçã. Já para nós…
via PhoneArena