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Apple mobiliza lobby para lutar contra leis anti-LGBTQ+ nos EUA

A empresa foi descrita como uma das mais ativas na luta contra as propostas de legislação
Bandeira LGBTQ+

No mês passado, falamos aqui sobre a união da Apple a outras gigantes tecnológicas, como o Google, a Microsoft e a Meta, no combate contra leis anti-LGBTQ+ atualmente em trâmite em diversos estados dos Estados Unidos. Pois pelo visto, os esforços da Maçã não pararam por aí: de acordo com o POLITICO, a empresa tem mobilizado seus profissionais de lobby para enfraquecer as propostas nas câmaras do país.

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De acordo com especialistas ouvidos pela matéria, a Apple tem mobilizado lobistas não apenas nos estados onde possui escritórios, mas em todo país. Segundo Jay Brown, executivo da Human Rights Campaign, os esforços da empresa têm sido “significativos”, tanto em termos de tempo despendido pelos seus profissionais quanto em recursos investidos.

Para além disso, a reportagem descreve a Maçã como “uma das empresas mais ativas na luta por LGBTQ+” nos corredores dos congressos e câmaras de representação. O porta-voz Peter Ajemian confirmou as informações, afirmando que a Apple “regularmente faz lobby contra leis anti-LGBTQ+ em todos os estados”, exatamente como tem feito na Flórida.

Entre as ações da Apple, a empresa foi a única que mobilizou grupos de lobby contra um projeto de lei no Iowa que proibiria jovens mulheres transgênero de participar de esportes escolares femininos nos ensinos fundamental e médio. Já no Arizona, representantes da empresa têm lutado contra projetos de lei que proibiriam a menção da homossexualidade no currículo escolar e poderiam colocar na cadeia médicos que recomendassem tratamentos de afirmação para crianças com disforia de gênero.

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As movimentações são notáveis porque, no geral, a Apple é uma empresa conhecida por manter uma posição cautelosa acerca de questões políticas latentes. O lobby contra as leis anti-LGBTQ+ coloca a empresa numa posição de visibilidade — e de possíveis críticas de setores mais conservadores da população — a qual a Maçã, no geral, evita frequentar de forma explícita.

Ainda assim, os esforços de Cupertino não são motivados (apenas?) por um senso altruísta de justiça social: de acordo com estudos recentes, empresas como a Apple — com uma grande quantidade de funcionários jovens, universitários ou recém-formados e um foco na diversidade — encontram mais dificuldade em contratar talentos em estados com leis anti-LGBTQ+. No caso do setor tecnológico, a presença de empregados transgênero é ainda maior, o que aprofunda ainda mais a gravidade da situação.

Nem tudo são flores, entretanto: há quem critique a Maçã por não se envolver com grupos locais de luta pelos direitos LGBTQ+. Na Flórida, por exemplo, a ONG Equality Florida afirmou que não notou mobilização por parte da empresa para lutar contra o projeto de lei que proibiria escolas de incluir assuntos como orientação sexual e identidade de gênero em seus currículos. Segundo o senador Shevrin Jones, que se opôs às leis, as empresas “dormiram no volante” no lobby contra as propostas.

Ainda assim, o fato é que os esforços da Apple continuam — e nós só saberemos a efetividade deles nos próximos meses/anos.

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