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Review: Apple Watch Series 6 — a sua saúde agradece

Capa review Apple Watch Series 6

Desde muito cedo, eu me interessei por relógios de pulso inteligentes. Muitos foram os Casio que eu tive, sempre com diversas funções. Mas destaco dois: o famoso modelo que servia de controle de TV e um outro modelo que tinha muitos sensores (como de temperatura e de pressão atmosférica) e que ficava enorme no meu pulso — mas, como um verdadeiro geek, eu sempre achei que ficava bonitinho!

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Isso tudo, nos anos 1990.

Alguns dos meus “smartwatches”

Alguns anos depois, no início da era iPhone, lembro-me de ter uma conversa com a minha mãe, durante um almoço, onde nós falávamos de como seria engraçado se a Apple nos permitisse controlar remotamente um iPhone usando um iPod nano de sexta geração, colocado-o no pulso. Inclusive, chegou a ser uma tendência na época, com pessoas colocando esse MP3 player no braço.

A verdade é que, em transportes públicos, eu não sentia muita segurança em usar um iPhone no meio de tanta gente — e por vezes queria só ver se tinha alguma mensagem importante ou uma outra notificação.

iPod nano de 6ª geração
Uma “prévia” do que viria a ser o Apple Watch, usando um iPod nano de 6ª geração no pulso

O curioso foi que, alguns meses depois dessa conversa com a minha mãe, foi lançado o Pebble, um dos primeiros smartwatches compatível com o iPhone — e, claro, eu tive que comprar um. Foi como se alguém tivesse lido o meu pensamento, e adorei cada dia que passei com ele!

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Toda essa introdução foi para explicar a naturalidade com que vi o lançamento do primeiro Apple Watch e porque me atirei de olhos fechados no modelo original. Era com aquilo que eu sonhava há muitos anos e, para mim, fazia todo sentido.

Depois dele, fiz o upgrade para o Series 3 na esperança de encontrar uma experiência mais rápida — quem não se lembra do desespero para abrir apps, até alguns simples menus, na primeira edição do Apple Watch? Era um verdadeiro teste para a nossa paciência — não era, dona Apple?!

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Agora, três anos depois, achei que as novidades já eram relevantes o suficiente para comprar uma nova geração do Watch. Optei pelo Series 6, na sua versão Nike. E não me enganei, pois há melhorias em todos os aspectos: design, performance e mais funcionalidades. Foi mesmo o momento certo para essa troca.

Esse é um ótimo momento para relembrar o unboxing que o Rafael fez lá em nosso canal do YouTube:

YouTube video

Mas vamos por partes, começando pelas novidades que esse smartwatch da Apple trouxe para mim.

Novas funcionalidades

Uma das grandes novidades que estava bastante ansioso para experimentar era a função de tela sempre ativa — eu me irritava bastante quando, por vezes, queria dar uma olhada nas horas, mas para isso tinha de mover o pulso de forma bem pronunciada para a tela ligar.

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Mas agora, além de ser esteticamente mais bonito ter um gadget no pulso com informação sempre presente na tela, esse problema desapareceu e tenho finalmente a sensação de usar verdadeiramente um relógio.

Apple Watch com a tela sempre ativa

Além disso, também estava bastante curioso para experimentar o eletrocardiograma, pois queria ver se ele conseguiria detectar uma condição que eu tenho (extrassístole ventricular, ou ESV). Trata-se de uma condição bastante comum, mesmo em pessoas saudáveis e que, na maioria dos casos, como o meu, não requer qualquer tratamento. Basicamente o que acontece é que um dos meus ventrículos por vezes tem contrações “extras”, dando uma sensação de palpitação no peito — a primeira vez que senti isso tive um ataque de pânico, pois pensei que o meu coração tinha parado! Mas foi só um susto, felizmente.

Segundo a Apple, o ECG do Apple Watch detecta a chamada fibrilação atrial e avalia se o coração tem um padrão de batimentos uniforme. Por isso, não foi com surpresa que os ECGs que tenho feito tiveram como resultado “normal”. Até porque, eu não tenho ESV a todo momento — posso ficar semanas sem nada e de repente, lá vem ela. E é aí que, se eu tiver possibilidade, quero fazer um ECG para ver qual será o resultado.

Por isso, já que tenho uma condição cardíaca, acho muito útil este tipo de funcionalidade. E percebo o quão importante é para pessoas com problemas cardíacos ou com histórico na família. Ademais, o fato de o Watch alertar quando detecta alterações significativas no batimento do coração, é por si só uma funcionalidade que pode salvar vidas — como aliás temos visto em vários artigos aqui no MacMagazine.

O oxímetro é igualmente importante, não só para pessoas com alguma cardiopatia, como também para quem sofre de alguma doença pulmonar. Saber, em tempo real, o nível de saturação de oxigênio no sangue pode fazer toda a diferença para pessoas com tais condições. E nos testes realizados em pessoas com níveis de saturação normal, o oxímetro do Apple Watch revelou uma precisão muito competente. Infelizmente não tive a oportunidade de avaliar em pacientes com saturação baixa.

Um outro ponto diferenciador que notei de imediato no Apple Watch Series 6 — quando comparado ao Series 3 — foram os alto-falantes, que reproduzem áudio significativamente mais alto, mantendo a qualidade “mediana”.

Uma curiosidade: o som que o Watch emite para expelir gotas de água também é diferente — mais baixo e grave, mas igualmente (ou até mais) eficiente.

Por fim, existem ainda outras novidades que o Apple Watch Series 6 me apresentou, como a medição do nível de ruído e altímetro em tempo real (pelo app Bússola), mas, para o meu dia a dia, não são muito relevantes. Ainda assim, fica a nota para quem tiver interesse. 😉

Tela

É impressionante como alguns milímetros podem fazer tanta diferença. Assim que liguei o Series 6 e vi sua tela ativa, com display de ponta a ponta, tive logo uma sensação de imersão muito maior do que no Series 3. Sobretudo os números para digitar a senha, por exemplo, que estão bem mais fáceis de acertar.

Como consequência desse aumento de tela, temos agora mostradores com suporte a mais complicações, como é o caso do Infográfico e do Nike híbrido.

Mas, pessoalmente, eu acho um pouco demais. O meu mostrador favorito continua sendo o Siri, pois tem um visual bastante clean enquanto apresenta as informações mais úteis durante o dia. Só tenho pena de não poder colocar de forma permanente a temperatura e o estado do tempo de forma simultânea — só temos espaço para uma complicação e as de terceiros que mostram essas duas informações ao mesmo tempo não funcionam muito bem.

Dimensões

O tamanho do Apple Watch Series 6 é uma das coisas mais importantes a se considerar na hora de comprar. Claro que, se você vem de um Series 4 ou 5, já sabe o que esperar. Mas se, como eu, você está migrando de um Series 3, é bom relembrar que a Apple alterou as dimensões do smartwatch.

Até o Apple Watch Series 3, ela disponibilizava modelos com caixas de 38mm e 42mm. Com o lançamento do Series 4, esses tamanhos cresceram para 40mm e 44mm.

As outras dimensões do modelo de 42mm em alumínio, por exemplo, são as seguintes:

  • Altura: 42,5mm
  • Largura: 36,4mm
  • Espessura: 11,4mm

Com a introdução do Series 4, essas dimensões passaram para:

  • Altura: 44mm
  • Largura: 38mm
  • Espessura: 10,7mm

A única alteração para o Series 6 está na espessura, que foi reduzida em 0,3mm. Porém, o aumento de 1,5mm na altura e de 1,6mm em largura, em relação ao Series 3, são mais significativos do que parecem no papel.

No meu caso, tenho um pulso com cerca de 16cm — o Series 3 de 42mm ficava perfeito nele. Mas o Series 6 já começa a parecer um pouco grande, no limite do aceitável para mim. Por isso, o meu conselho é: antes de comprar, tente experimentar os tamanhos pessoalmente, pois se você tem um pulso pequeno como o meu e usa o modelo de 42mm, poderá ficar insatisfeito com o de 44mm.

Apple Watch de 42mm à esquerda; de 44mm à direita

Por outro lado, vale lembrar que, se você trocar para o modelo menor, de 40mm, terá que comprar pulseiras novas pois elas não são compatíveis entre modelos de tamanhos diferentes. Se não fosse isso, provavelmente eu teria optado pelo modelo de 40mm.

Bateria

Eu sempre tive uma experiência excelente com a autonomia do Apple Watch, tanto no modelo original quanto no Series 3. Claro que se a duração fosse de uma semana, seria perfeito, mas para os meus hábitos diários ele é suficiente — acordando por volta das 8h da manhã e indo dormir perto de meia-noite. Eu chegava facilmente ao fim do dia com mais de 50% no Series 3, mesmo praticando exercícios físicos. Eu dormia com ele e, quando acordava, o colocava para carregar enquanto me arrumava — o que era suficiente para durar mais um dia.

Com o Series 6 e a funcionalidade de tela sempre ativa, eu tive algum receio que a autonomia fosse bem menor. Mas, felizmente, não foi essa a experiência que eu tive.

Sim, a autonomia é menor que a do Series 3, mas, mesmo monitorando a minha atividade física, chego ao fim do dia com mais de 40% facilmente. Acredito que o desempenho seria bem melhor se desligasse esse modo de tela sempre ativa, mas como não preciso de mais autonomia, assim está funcionando.

Conclusão

Olhando para as características dos Apple Watches Series 4 e 5, fica difícil recomendar o Series 6 para quem for dono de um desses dispositivos. A não ser que o oxímetro, a tela sempre ativa ou a bússola, por exemplo, sejam fatores muito importantes para você.

Caso contrário, o Series 6 é o smartwatch perfeito para quem tem um Series 3 ou um Apple Watch ainda mais antigo. Seria como trocar um iPhone 6 por um X: você ganha mais performance, novas funcionalidades e uma tela redesenhada, mantendo o formato — somente um pouco maior.

Se for esse o seu caso, então será um excelente upgrade!

Apple Watch Series 7

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