Os mais recentes lockdowns adotados pelo governo chinês por conta do aumento de casos do novo Coronavírus (COVID-19) no país podem estar prestes a causar atrasos significativos na cadeia de produção da Apple e outras empresas.
Como comentamos na última semana, algumas das principais fornecedoras da Maçã, como a Foxconn, a Pegatron e a Quanta Computer, interromperam (mas já estão retomando) a produção em suas plantas localizadas nas cidades de Xangai e Kunshan, o que poderá afetar as entregas de iPhones, iPads e Macs.
Na última sexta-feira (15/4), de acordo com a Bloomberg, as restrições se expandiram para a Zona Econômica do Aeroporto de Zhengzhou, lar da maior fábrica dedicada à produção de iPhones da Foxconn.
De todos os produtos da Apple, os iPhones e os MacBooks parecem ser os mais afetados pelos fechamentos — com a Pegatron podendo deixar de entregar algo entre 6 e 10 milhões de unidades de smartphones caso as medidas persistam por mais tempo. A Quanta Computer, vale notar, é responsável por 1/4 de todos os notebooks da empresa produzidos globalmente.
Consultado pela Reuters, Eddie Han, analista da taiwanesa Isaiah Research, disse que a Apple poderá reorganizar sua produção para tentar remediar a situação e evitar atrasos mais severos, mas não sem lidar com outros obstáculos.
A Apple pode considerar a transferência dos pedidos da Pegatron para a Foxconn, mas esperamos que o volume possa ser limitado devido à logística e à dificuldade de ajuste do equipamento.
De acordo com representantes da algumas das fábricas, o governo de Xangai chegou a compartilhar um novo plano de reabertura e retomada das atividades, mas sem fornecer uma data especifica.
Para Forrest Chen, gerente de pesquisa da TrendForce, ainda é possível recuperar boa parte dos atrasos caso o lockdown seja suspenso nas próximas semanas. O prazo para isso, no entanto, é um tanto curto.
Se o bloqueio durar mais de dois meses, já não há como recuperar. Nesse ponto, após o fim do lockdown, haveria uma escassez para os usuários finais.
Além da Apple, estão entre as principais afetadas empresas como a Dell e a chinesa Lenovo que, assim como a Maçã, são clientes da Compal Electronics. Metade das fábricas da fabricante, vale notar, ficam em Kunshan — embora a empresa tenha negado ter interrompido a produção.
A Apple ainda não se pronunciou sobre o assunto.