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WhatsApp quer pagamentos com cartão de crédito no Brasil, mas enfrenta problemas

Segundo uma reportagem, as operadoras estão reticentes em relação a taxas e condições, enquanto o Banco Central está apertando nas exigências
Pagamentos no WhatsApp

No Brasil, o recurso de pagamentos entre pessoas físicas no WhatsApp parece não ter capturado a tração pretendida pela Meta até o momento, mas a gigante tem planos ainda mais ambiciosos e pretende expandi-lo, também, a empresas. O problema é que, de acordo com uma matéria recente do Financial Times, a empresa está enfrentando uma série de empecilhos para lançar a “próxima fase” da funcionalidade.

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Explico. De acordo com a reportagem, a Meta pretende lançar no Brasil um novo recurso para a plataforma de pagamentos no WhatsApp, ainda inédito no mundo: a possibilidade de fazer pagamentos a empresas diretamente pelo mensageiro. No jargão financeiro, o recurso é conhecido como P2M (person-to-merchant, ou pagamentos de pessoas a estabelecimentos), em contraponto ao já existente P2P (person-to-person, pagamentos entre pessoas).

Desta forma, ao entrar em contato com um estabelecimento comercial cadastrado no WhatsApp Business, o usuário poderia escolher seus produtos, combinar a entrega e, dentro do próprio app, já realizar o pagamento — da mesma forma como hoje já pode enviar dinheiro a um outro contato. Com isso, a Meta aproximaria ainda mais o WhatsApp de um aplicativo de comércio eletrônico, ampliando as possibilidades de uso (e lucro) da plataforma.

A novidade, além de ampliar os cenários de uso do WhatsApp, também incluiria uma série de funcionalidades adicionais ao sistema de pagamentos do mensageiro: usuários poderiam usar cartões de crédito (na transferência entre pessoas, apenas débito é aceito), e empresas poderiam gerar códigos QR e outros elementos para facilitar as transações.

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O lançamento do recurso no Brasil, segundo a matéria, seria uma espécie de teste da Meta para verificar sua viabilidade e seu potencial de lucro e, possivelmente, expandi-lo para outros mercados — algo importante num momento em que os principais produtos da gigante enfrentam problemas, e novas fontes de geração de receita são buscadas por Mark Zuckerberg e sua turma.

O problema é que, pelo visto, os pagamentos para empresas no WhatsApp também estão enfrentando barreiras próprias. Além de ainda estar aguardando aprovação do Banco Central do Brasil, a Meta estaria enfrentando dificuldades para fechar acordos com as operadoras de pagamento nacionais — nem a Cielo, responsável pelos pagamentos P2P do WhatsApp, nem concorrentes como a Rede ou a Getnet teriam mostrado interesse na parceria até o momento.

Segundo a reportagem, as operadoras consideraram as taxas propostas pela Meta como baixas, e os termos e condições apresentados pela empresa como “onerosos”, repassando às operadoras algumas responsabilidades legais que deveriam ser exclusivas da gigante californiana. De acordo com uma das fontes ouvidas pela matéria, esse é um dos obstáculos finais para o lançamento do recurso, que já está com a infraestrutura toda pronta: “O problema não é técnico, é contratual.”

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O fato é que, para buscar a aprovação do Banco Central, o WhatsApp precisa fechar acordo com alguma parceira — ou, no caso, mais de uma: o órgão já declarou que não aprovará os pagamentos a empresas no app caso apenas uma operadora de pagamentos esteja envolvida, por preocupações relacionadas a concorrência.

Aguardemos, portanto — parece que a coisa ainda vai ter de se desenrolar um pouco mais antes de quaisquer novidades nesse sentido.

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