Para além das novidades em software, é claro que o Google aproveitou sua conferência I/O 2022 para apresentar uma série de novos produtos físicos.
Mais precisamente, tivemos dois anúncios “completos” (detalhados) e algumas prévias de outros dispositivos que a gigante de Mountain View deverá lançar até o fim do ano ou só em 2023. Vamos dar uma olhada?
Pixel 6a
O grande anúncio do dia no universo dos smartphones é o Pixel 6a, versão mais acessível dos Pixel 6 apresentados no fim do ano passado.
Embora mantenha o mesmo preço do seu antecessor — US$450 —, o novo aparelho representa meio que uma inversão da estratégia do Google (e algo mais próximo do que a Apple faz): em vez de manter as câmeras elogiadíssimas e economizar no processador, este ano a ideia é manter o chip próprio (Tensor) dos aparelhos mais caros e entregar aos consumidores câmeras mais modestas.
Mais precisamente, temos uma câmera principal de 12 megapixels, a mesma do Pixel 5a, além de uma ultra-angular (também de 12MP). Na frente, a câmera de selfie tem 8MP. O chip Tensor, por sua vez, continua responsável por todas as bruxarias de aprendizado de máquina desenvolvidas pelo Google — além de oferecer um poder bruto de processamento bem impressionante.
O Pixel 6a mantém a linguagem de design em tons pastéis dos irmãos mais caros, com uma faixa traseira acomodando o sistema de câmeras, mas tem um tamanho mais amigável: a tela OLED1Organic light-emitting diode, ou diodo orgânico emissor de luz., 1080p, é de 6,1 polegadas — e limita-se a 60Hz na taxa de atualização.
Ao menos, o leitor de digitais foi integrado ao painel; a bateria, por outro lado, ficou um pouco menor em relação ao seu antecessor e tem 4.400mAh — ainda suficiente para um dia inteiro de uso, segundo o Google.
O novo smartphone da empresa começará a ser vendido em julho nos Estados Unidos e alguns outros países (Brasil de fora, como de costume) na sua única versão, com 6GB de RAM2Random access memory, ou memória de acesso aleatório. e 128GB de armazenamento. A pré-venda será iniciada no dia 21/7, enquanto as vendas começarão na semana seguinte.
Pixel Buds Pro
O Google anunciou também os Pixel Buds Pro, seus novos — e mais avançados — fones de ouvido, concorrentes diretos dos AirPods Pro. Apesar da aparência semelhante à dos Pixel Buds, a tecnologia aqui é bem mais avançada, a começar pela presença do cancelamento ativo de ruídos (e um modo transparência própria, claro).
O design dos fones também foi internamente retrabalhado para torná-los mais confortáveis, e temos até mesmo um sensor que mede a pressão dos ouvidos para ajustá-la de maneira inteligente por meio das microaberturas presentes no conjunto.
Com chips próprios, criados exclusivamente pelo Google, os Pixel Buds Pro têm uma tecnologia chamada de Silent Seal, que promete maximizar o cancelamento de ruído de acordo com o formato do ouvido de cada usuário. Eles também podem ter seu volume ajustado de acordo com o ambiente e oferecem o recurso de emparelhamento rápido com dispositivos Android, como já existia antes.
Os fones também trazem certificado IPX4, suporte a conexão de múltiplos dispositivos Bluetooth (multipoint), além de 7 horas de bateria com cancelamento ativo de ruídos — ou 11, sem ele. O Google também prometeu, até o fim do ano, lançar uma atualização para os dispositivos que incluirá um recurso de áudio espacial com monitoramento de cabeça — sim, “igual” ao dos AirPods Pro.
Os Pixel Buds Pro serão lançados em julho (pré-venda no dia 21, vendas no dia 28) por US$200 — US$50 a menos que os fones Pro da Maçã. O que acham?
Pixel 7 e 7 Pro
Já tivemos também um teaser dos próximos flagships do Google, o Pixel 7 e o Pixel 7 Pro. Ainda não há, entretanto, muitas informações além de um tapa no design (com uma faixa de câmeras redesenhada e o fim da construção bicolor, pelo visto) e uma nova geração dos chips Tensor.
Os novos Pixel deverão ser apresentados oficialmente em outubro, mas fica a expectativa de detalhes mais polpudos — especialmente preço e disponibilidade.
Pixel Watch
A família Pixel ganhará um novo — e belo — membro: o Pixel Watch. Um relógio inteligente bonito e discreto (e circular!), ele é feito de aço inoxidável reciclado e possui uma linha completa de pulseiras proprietárias, além de uma versão exclusiva do Wear OS 3 com interface adaptada e notificações inteligentes.
Assim como os Pixel 7, não temos muitas informações, mas o Pixel Watch terá integração com a plataforma da Fitbit (com direito a todos os sensores de saúde) e todos os principais apps do Google, como o Maps, a Assistente e o Home. Também teremos um recurso de contato de emergência e modelos com conectividade celular.
O Pixel Watch será lançado no último trimestre, em conjunto com os Pixels 7/7 Pro. Ainda não há informações sobre preço ou disponibilidade, mas o Google já adiantou que o produto é um “relógio premium” — ou seja, não devemos esperar nenhuma pechincha por aqui.
Tablet
Por fim, uma prévia ainda mais antecipada: o Google voltará ao segmento de tablets em 2023 com um novo modelo, equipado com sua futura geração de chips Tensor. Os detalhes, como de costume, são esparsos, mas a ideia da empresa é criar um dispositivo de entretenimento e consumo de conteúdo — nem tanto de trabalho.
Mais significativo é notar o empenho do Google em afirmar que o Android pode, de fato, ser um sistema viável para tablets: depois de anos de descaso, a empresa anunciou algumas melhoras específicas para as telas grandes no Android 13, e pretende renovar seu cacife para disputar um mercado atualmente dominado pelo iPad.
Aguardemos, portanto.
Notas de rodapé
- 1Organic light-emitting diode, ou diodo orgânico emissor de luz.
- 2Random access memory, ou memória de acesso aleatório.