Em mais uma medida pensada para conter o seu potencial imenso de espalhar desinformação e fake news, o Twitter anunciou hoje uma nova iniciativa para reduzir o alcance de postagens verificadas como falsas ou enganosas durante situações de crise — isto é, situações em que “há uma ameaça generalizada à vida, à segurança física, à saúde ou à subsistência básica das pessoas”, segundo a plataforma.
O Twitter já reduz o alcance de postagens com informações falsas ou enganosas, mas agora esses tweets serão ativamente ocultados pela rede durante as situações de crise. Caso surja na sua linha do tempo, a postagem em questão será precedida por um aviso com a seguinte informação:

O usuário poderá, então, clicar no botão “Ver” para ler o tweet em questão. A justificativa da rede para esse comportamento é que a postagem falsa/enganosa não pode ser simplesmente apagada, uma vez que a pessoa por trás do conteúdo poderá ter de responder pelos seus atos posteriormente — e o apagamento do tweet dificultaria essa “prestação de contas”.
De acordo com o Twitter, a rede trabalhará com especialistas globais e organizações de direitos humanos em cada situação de crise, verificando as informações compartilhadas em diversas fontes com credibilidade comprovada e publicamente disponíveis — grupos de monitoramento, organizações humanitárias, entre outros. Vale notar que opiniões pessoais, comentários, anedotas e esforços de checagem de fatos não entrarão nessas verificações.
A plataforma priorizará contas populares, com alto alcance, para verificação (e possível ocultação) dos tweets que contenham informações falsas, e as postagens assim marcadas não poderão ser curtidas, retweetadas ou compartilhadas de qualquer outra forma. A iniciativa será aplicada de imediato em postagens falsas relacionadas à invasão da Rússia na Ucrânia, incluindo alegações enganosas sobre crimes de guerra ou dados falsos sobre as zonas de conflito.
Resta saber se as novas regras afetarão a (possível) compra da rede pelo bilionário Elon Musk. O magnata já se pôs contra a limitação do alcance de postagens na rede, afirmando que apenas conteúdo explicitamente ilegal deveria ser banido da plataforma; com a sua aquisição do Twitter posta sob dúvida, fica a expectativa para os próximos passos deste acordo… ou não. Veremos.
via iMore