No início do mês, falamos aqui sobre um protesto realizado por centenas de trabalhadores da Quanta Computer, fornecedora da Apple, numa fábrica em Xangai, na China. Motivados por más condições de trabalho relacionadas à política de bloqueio para contenção do novo Coronavírus (COVID-19) no país, os empregados chegaram a enfrentar guardas e quebrar barreiras de proteção.
Pois o cenário, pelo visto, se repetiu: de acordo com o China Times, um novo protesto na fábrica em Xangai irrompeu na noite do último sábado (21 de maio) — e perdurou até a manhã seguinte, segundo relatos.
Embora a razão desse protesto ainda não seja conhecida, acredita-se que, mais uma vez, ele esteja relacionado às políticas de contenção à COVID-19 aplicadas pela fábrica — o complexo, para reduzir as taxas de contaminação do vírus, obriga que os trabalhadores passem muitas horas dentro das fábricas, sem livre circulação, com equipamento de proteção pesado.
Segundo as fontes ouvidas pelo jornal, os protestantes invadiram um dormitório do complexo onde dormiam outros funcionários, quase todos vindos de Taiwan e responsáveis por cargos mais especializados na fábrica. De acordo com os relatos, os trabalhadores entoaram palavras de ordem como “abaixo o capitalismo” e “voltem para Taiwan”.
A polícia de Xangai chegou ao local durante a madrugada e, posteriormente, os ânimos dos protestantes foram contidos. Dois ou três policiais continuam no complexo, monitorando a situação, mas o incidente não parece ter causado grandes consequências na rotina da Quanta.
A fornecedora, vale notar, fabrica uma série de produtos para a Apple, como o MacBook Pro — foi a Quanta, inclusive, que esteve no centro daquela polêmica do vazamento de dados em meados do ano passado.
via AppleInsider