A reparabilidade dos dispositivos da Apple tem sido criticada há muitos anos. Como resposta, a empresa lançou em abril o programa Self Service Repair, que permite aos usuários — por enquanto, nos Estados Unidos — consertarem dispositivos que incluem o iPhone SE (3ª geração), e as linhas iPhones 12 e 13.
Através do programa, a Maçã disponibiliza gratuitamente manuais, aluguel de ferramentas próprias e compras de partes originais para que o reparo seja realizado. Apesar de parecer uma ótima resposta na teoria, na prática o processo parece mais dispendioso, complexo e até mais caro, de acordo com alguns técnicos.
No canal Snazzy Labs, um vídeo documenta o processo de reparo de tela e bateria de um iPhone 12 mini pelo Self Service Repair. Os componentes foram comprados da Apple e todos os aparatos para o conserto foram alugados na empresa.
Por fim, o objetivo é alcançado, mas o vídeo mostra que o processo com as ferramentas que (juntas) pesam quase 44kg foi mais longo, houve uma burocracia grande para verificar a originalidade das peças e, com o aluguel e compras, foi até mais caro.
Porém, esse não foi o único relato do tipo. Em uma entrevista ao NPR, a técnica Jess Jones contou que decidiu reparar seu próprio dispositivo após de ter sido cobrada US$600 para consertá-lo pela Apple. Entretanto, ela se deparou com alguns percalços.
Jones afirmou que, mesmo com experiência em reparos, achou difícil entender o manual de quase 100 páginas. Além disso, tinha o preço: ela relatou que, ao alugar e fazer ela mesmo o reparo, ele custou mais do que se ela tivesse enviado o aparelho à Apple. A conclusão em que ela chegou foi que a empresa oferece o serviço apenas para dizer que ele existe, já que ninguém de fato vai usufruir dele.
A investida da Apple com o Self Service Repair foi interessante. Mesmo que se possa argumentar que a complexidade do processo seja por conta do padrão de qualidade da empresa, esses técnicos mostraram que não é nada prático. Tendo experimentado o programa, levantaram-se, então, dúvidas de que a intenção tenha sido para facilitar a vida dos usuários ou apenas para estar de acordo com as regras, principalmente após a aprovação da primeira lei de reparo nos EUA.
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via The Mac Observer