Quando falamos do iPad, geralmente nos atentamos apenas às aplicações mais óbvias dele, como navegar na internet, consumir conteúdo e realizar tarefas de produtividade. Isso, entretanto, faz com que nos esqueçamos dos inúmeros (e poderosos) recursos de acessibilidade do tablet da Apple que, combinados a aplicativos de terceiros, são capazes de auxiliar pessoas nos mais diversos cenários.
Em um artigo publicado hoje pelo The Verge, o jornalista David Perry contou como um iPad ajudou o seu filho de 15 anos (autista e com Síndrome de Down) a se comunicar, substituindo quase que por completo dispositivos médicos dedicados (e muito mais caros).
As necessidades mais significativas do meu filho estão relacionadas à fala. Aos três anos, ficou claro que ele não usaria predominantemente a fala verbal, embora estivesse aprendendo a se comunicar de várias maneiras. Seu fonoaudiólogo na época rapidamente nos enviou a uma clínica de nível mundial para avaliar a melhor maneira de usar a tecnologia para falar.
Em um primeiro momento, o filho de Perry recebeu do governo americano um dispositivo de US$3 mil projetado especialmente para ajudar pessoas autistas a se comunicarem. O aparelho, contudo, não era exatamente fácil de se operar, além de ser consideravelmente grande.
Testamos uma grande variedade de dispositivos, mas como ele tinha a destreza manual para operar o mais simples, esse é o que o Estado pagaria. Poucas semanas após a prescrição, tínhamos uma caixa de plástico onde você podia literalmente cortar e colar pedaços de papel com palavras e imagens, e então usar sua voz para gravar sons que meu filho poderia pressionar para tocar em voz alta. Tinha mais de 1 pé [aproximadamente 30 centímetros] de comprimento. Custou mais de US$3.000.
Na época, o jornalista já estava considerando usar um aplicativo com um propósito parecido em um dispositivo como o iPad — que além de ser bem mais barato, também é multifuncional. Entretanto, o programa que deu a máquina de US$3 mil ao seu filho não estava disposto a pagar por aparelhos que não tivessem um propósito médico claro. Perry, por sua vez, também não podia pagar pelo tablet.
Queríamos o Proloquo2go, um dos vários programas que podem reproduzir palavras ou frases selecionadas em um menu infinitamente personalizável. Ele custava US$250, coisa que não tínhamos, e precisava ser em um iPad, que também não podíamos pagar.
Tempos depois, o filho do jornalista finalmente conseguiu o iPad com o aplicativo em questão, graças a um doador. Com o tablet, ele podia não só se comunicar, como também ter acesso a todos os estímulos visuais e auditivos essenciais para um adolescente autista.
Nunca me esqueci da experiência de recortar pequenos quadrados com palavras, tentando encaixá-los em seu aparelho ultracaro, sabendo com certeza que ele nunca carregaria isso por aí na adolescência, muito menos quando adulto. O que ele estaria carregando, pensei — mesmo nos tempos sombrios de 2009 — era um telefone com aplicativos, algo flexível e multifuncional.
Perry destaca como o iPad se tornou um item central na vida do seu filho, juntando-se a uma série de outros produtos bem mais simples como canudos, tiras de velcro, elásticos e mais. Segundo ele, o iPad conseguiu substituir incontáveis aparelhos dedicados em um único pacote.
O artigo completo com a história de Perry pode ser lido aqui.
[[https://compare.macmagazine.com.br/dispositivo/Tablets/Apple-iPad-10-geracao,3999.00]]NOTA DE TRANSPARÊNCIA: O MacMagazine recebe uma pequena comissão sobre vendas concluídas por meio de links deste post, mas você, como consumidor, não paga nada mais pelos produtos comprando pelos nossos links de afiliado.