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Review: MagMount, suporte que transforma seu iPad num “iMac mini”

MagMount, da SwitchEasy

A cada ano, a Apple lança novas atualizações dos seus sistemas operacionais com novidades e melhorias estruturais que podem mudar radicalmente a nossa experiência enquanto usuários. Isso fica visível em grandes atualizações como o iOS 16, que trará uma uma nova experiência para a tela bloqueada, o iOS 15 que transformou o Não Perturbe no modo Foco e o iOS 14, que trouxe widgets para a tela de Início do iPhone.

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No caso do iPadOS, essas e outras novidades pensadas para a tela grande — como evoluções do recurso multitarefa, novos gestos e suporte a diversas opções de hardware via USB-C — têm sido cada vez mais implementadas ao sistema para atender à demanda dos heavy-users do iPad, incentivado pela própria Apple ao longo do tempo com o conceito de que o tablet é o futuro do uso do computador pessoal.

À parte das divergências acerca dessa interminável discussão entre usuários de iPads, Macs e PCs, que permeia o Twitter e análises no YouTube há anos, alguns usuários como eu já se inclinam no iPad como um computador pessoal muito mais do que um aparelho multimídia graças à constante evolução do iPadOS — mesmo que o tablet da Apple não chegue a substituir o computador primário, mas atue como um companheiro portátil e versátil para a produtividade.

Contudo, essa evolução do sistema, dada a partir de novos recursos somados à experiência ao longo do tempo, deixa claro que o iPad precisa de periféricos complementares para que seja equiparado a um computador pessoal para além do consumo de mídia: seja um teclado e um mouse ou o Apple Pencil, é preciso equipar a peça de vidro para que ela possa ser e fazer ainda mais. Na minha análise do iPad Air (quarta geração), eu já havia destacado como o Magic Keyboard enquanto periférico mudou a forma como uso o iPad; nesta análise de hoje, tratarei de mais um acessório, agora de uma categoria diferente.

Sobre o MagMount

Fabricado pela SwitchEasy, uma das pioneiras no mercado de acessórios dos portáteis da Apple, o MagMount é um suporte magnético feito inteiramente de alumínio anodizado, pensado especificamente para o iPad.

Disponível em dois tamanhos por US$100 no site oficial, ele é compatível com os iPads Air de 10,9 polegadas (quarta e quinta gerações), Pro de 11″ (primeira, segunda e terceira gerações) e 12,9″ (terceira, quarta e quinta gerações). Não há mais opções além da cor padrão, que, apesar de diferente, um pouco mais clara, se aproxima do cinza espacial dos iPad atuais.

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O suporte mede 24,75×22,9x12cm e é composto por uma peça única que pesa 756 gramas — menos do que parece, já adianto. Não há na caixa nenhum acessório adicional; basta tirá-lo da embalagem e começar a usar, do jeito que nós, usuários de dispositivos da Apple, já estamos acostumados.

Design

Ao olharmos para o MagMount, logo percebemos em seu belo formato de “L” uma dobradiça com angulação de 180º sem ajuste de altura. A dobradiça movimenta (para cima e para baixo) a placa onde o tablet é acoplado, que conta com uma rotação de 360º para que possamos utilizar o iPad em qualquer orientação sem nenhuma limitação no ajuste — o que é ótimo para posicionar a parte inferior do chanfro, onde há a entrada USB-C, orientada para qualquer lado.

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A conexão magnética com o iPad é realmente forte e segura, de tal forma que, para tirar o tablet do suporte, você deverá sempre usar as duas mãos com determinada força e gentileza, caso contrário o suporte virá junto com ele.

Tal como o iMac, ao longo do acabamento que leva para a base há um recorte circular para organização do cabeamento. Na parte superior da base não há suporte a carregamento por indução, como alguns produtos da mesma categoria apresentam. Já a parte inferior da base conta com um adesivo macio que evita o contato direto com a mobília em que for posicionado, mas não há aqui nenhum reforço para impedir que o MagMount se movimente em caso de contato manual com o suporte ou o iPad. Portanto, ele contará com o peso iPad para ganhar mais estabilidade — apesar de se manter firme por si só, sem que haja algum contato manual intenso.

Ótimo para o dia a dia

Tal como sugere o site da SwitchEasy, desenvolvi o costume de alternar o iPad entre acessórios: ora acoplado ao suporte, ora acoplado ao Magic Keyboard. Dependendo do que for fazer, também alterno para o uso manual, essencial para a leitura de livros e quadrinhos na cama ou no sofá, onde os dois acessórios perdem o sentido para o propósito.

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Com isso, não demorei muito tempo para perceber que acabo sempre deixando o iPad acoplado ao MagMount por padrão, o que já indicava desde o início uma predileção ao tablet no modo desktop, ainda que inconscientemente. Não esperava que fosse alternar muito entre ambos os acessórios, mas a verdade é que a beleza do iPad é justamente a sua mobilidade e flexibilidade, quando associado a periféricos como esses.

Apesar de eu trabalhar com um notebook, mantenho a mesma configuração de periféricos ao alternar entre aparelhos para cursar o mestrado, escrever para o MacMagazine e assistir a alguma série — tudo no iPad. Sobre a minha escrivaninha deixo um único cabo USB-C que uso para recarregar tudo (com exceção do iPhone), um teclado Logitech MX Keys e um mouse Pebble; basta guardar um aparelho e substituí-lo pelo outro uma vez que os periféricos eletrônicos ficam sempre conectados tanto ao notebook quanto ao iPad. Desde quando comecei a usar o suporte, passei a deixar o tablet descansando já acoplado ao MagMount atrás do notebook, o que facilita a alternância entre um e outro após o fim do expediente.

Depender unicamente do iPad para substituir um computador ou somá-lo ao seu uso sem nenhum acessório extra é meramente impossível. Diferentemente de alguns modelos profissionais do Surface e do Galaxy Tab, nenhum iPad conta com um suporte integrado para posicionamento e ajuste de ângulo, então uma capa simples ao estilo Smart Case da Apple ou até mesmo um suporte como o MagMount se fará sempre necessário.

Ilustro: se você já acompanhou a gravação de alguma das minhas participações no MM no Ar ao vivo pelo YouTube, deve ter percebido que, até então, o ângulo da minha câmera é muito inferior ao do meu rosto, e isso se deve pela forma (natural) como posiciono o iPad a partir do Magic Keyboard — que proporciona algum ajuste angular a uma altura ainda mais baixa do que o MagMount. Aqui, o uso do suporte da SwitchEasy para uma experiência desktop já se justifica.

A versatilidade do iPad, somada às possibilidades de um teclado auxiliar como o Magic Keyboard, elevaram o meu uso do tablet a um nível muito mais produtivo e constante ao longo do tempo, mas a experiência desktop, do computador (ou tablet) sobre a mesa, ainda não se comparava com a de um notebook ou torre convencionais. Desde quando comecei a usar o MagMount, passei a consumir mais tempo e a realizar tarefas de modo desktop, o que impactou diretamente a minha produtividade e o meu foco no dia a dia a partir de um conforto incomparavelmente maior. Caso eu queira mudar para outro cômodo com o iPad, ir para o escritório ou qualquer outro lugar, basta alterná-lo para o Magic Keyboard e estarei pronto para o trabalho on-the-go.

Pontos fracos

Citei anteriormente dois recursos ausentes no MagMount que é possível encontrar em suportes concorrentes: a falta de carregamento sem fio na base para outros aparelhos (como iPhone e AirPods) e a impossibilidade do ajuste de altura.

Quanto à ausência de um carregador sem fio, é um recurso que não me fez falta alguma, uma vez que já tenho um carregador dedicado e também posso usar a tomada para o carregamento direto via cabo; se você sofre com a escassez de tomadas no seu ambiente de escritório, sentirá falta desse recurso. Porém, a impossibilidade do ajuste de altura do iPad é algo que pode comprometer o produto para alguns usuários, uma vez que você não necessariamente terá uma mesa de altura regulável e, como eu (no caso do Magic Keyboard), não terá uma postura adequada para um período de uso prolongado.

Superadas as ausências, vamos a uma característica importante sobre o produto: o adesivo que protege a base não será o suficiente para evitar que o iPad e o suporte se movam durante o toque. É inevitável não usar o iPad com o toque manual, ainda que com um mouse conectado‚ sobretudo no caso dos iPad Air que ainda contam com o Touch ID como forma de desbloqueio por biometria. O iPad grita pela interação por toques a todo momento, e qualquer toque mais firme na tela ou no chanfro do aparelho pode fazer com que o suporte se mova alguns milímetros para o lado, podendo frustrar o usuário ao longo de um período maior de uso. Não se trata de um problema de engenharia de produto, uma vez que o suporte é bastante firme, mas uma base mais pesada ou com algum reforço antiderrapante dedicado seriam muito bem-vinda.

Conclusão

Há um motivo pelo qual a Apple não deverá lançar por ora um Mac com touchscreen: ele já existe e é o iPad.

À medida em que o iPadOS se desenvolve com novos recursos sob pressão dos usuários mais experientes e que, como eu, precisam da versatilidade do iPad para torná-lo o computador principal, o iPad se prova cada vez mais capaz de cumprir esse papel, ainda que para determinados nichos de usuários.

Quem faz um uso razoável do iPad no dia a dia para além do consumo multimídia, sabe que o tablet da Apple pode conquistar cada vez mais prioridade para a realização de tarefas mais prolongadas a partir de um canvas mais simples, objetivo e quase que igualmente potente — não à toa, estamos vendo os processadores M1 dos Macs chegando ao iPad. É neste cenário que acessórios como o MagMount fazem total diferença.

Quanto mais eu uso o iPad no MagMount, mais fico com a sensação de que tenho diante de mim um “iMac mini”, ou o “iMac touch” que nunca viu a luz do dia — o que é ótimo porque soma ao conceito no qual eu apostei ao comprar um iPad com a certeza de que ele poderia atuar como o meu computador principal, agora também de mesa.

O MagMount, junto a um teclado e mouse, amplia a flexibilidade e também as possibilidades que eu tenho com o meu iPad Air, algo que não podemos esperar de uma atualização de software uma vez que não se pode esperar pela promessa de uma atualização de software futura — vide toda a polêmica acerca do recurso Stage Manager limitado a iPads com o chip M1 no iPadOS 16.

Ainda com os pontos fracos que listei anteriormente, o MagMount se mostrou indispensável para mim e se revelou, com um tempo, um acessório útil e, de certa forma, simpático ao me mostrar uma aplicação para o iPad que até então eu não percebia que sentia falta. Pode ser que seus US$100 façam diferença ao considerarmos alguma solução vendida no mercado nacional, mas espere por produtos com uma construção inferior, menos compromisso com a linguagem de design de hardware da Apple ou, por outro lado, algum suporte mais caro e com carências semelhantes às que faltam no MagMount.

Como falamos, o MagMount está disponível em dois tamanhos (dependendo do tamanho do seu tablet), por US$100. E aqui vai uma dica de importador: talvez seja para você uma boa adição a um envio compartilhado com outros produtos mais leves e caros pela Zip4Me. 😉

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