Em uma reunião com seus funcionários, o CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. da Meta, Mark Zuckerberg, colocou a Apple como uma de suas principais competidoras no (moroso) mercado de realidade aumentada (AR) e virtual (VR). Segundo o executivo, as duas empresas deverão apostar em abordagens bastante distintas para o metaverso, embora ainda não esteja claro qual será o caminho a ser seguido.
Em certo ponto da conversa, cuja gravação foi obtida pelo The Verge, Zuckerberg foi questionado como a ausência da Apple no Metaverse Standards Forum — iniciativa para a criação de padrões abertos para o metaverso — poderá afetar o ecossistema da Meta. Em resposta, o executivo afirmou que as duas empresas estão em uma verdadeira “competição de filosofias e ideias sobre qual direção a internet deverá seguir”.
Zuckerberg disse não ter se surpreendido com a decisão da Maçã de ficar de fora do grupo, e que isso seria um indicativo de que ela adotará uma abordagem bastante parecida com a de produtos como o iPhone para seu vindouro headset de AR/VR — ou seja, com grande controle do software e do hardware. A Meta, segundo ele, tem optado por um ecossistema mais aberto, tal como no Android e no Windows.
Essa é uma competição de filosofias e ideias, na qual eles acreditam que fazendo tudo sozinhos e integrando tudo fortemente vão construir uma experiência de uso melhor. E acreditamos que há muito a ser feito na especialização entre diferentes empresas, e [isso] permitirá a existência de um ecossistema muito maior.
Os headsets da Oculus, vale notar, já permitem o chamado sideloading — ou seja, o download de aplicativos por fontes de terceiros — há algum tempo, o que evidencia a postura mais aberta da Meta. A Apple, por sua vez, tem enfrentado uma série de brigas judiciais nos últimos anos justamente por proibir essa prática em plataformas como o iOS, por exemplo.
Embora tenha defendido a postura de sua empresa, o executivo admitiu que ainda não está claro qual abordagem será a melhor para o desenvolvimento do metaverso. Para ele, ao mesmo tempo em que o ambiente mais fechado dos Macs tenha feito com que os PCs e o Windows se tornassem a “norma” entre as pessoas, o iOS conseguiu prosperar muito mais — principalmente em países desenvolvidos — e colocar a Apple entre as empresas mais valiosas do mundo.
Por fim, o executivo explica que o objetivo da sua empresa não é lançar dispositivos premium (apesar do valor dos seus gadgets), mas sim atrair o máximo de pessoas possível para o metaverso na próxima década.
Eu não acho que o futuro está escrito ainda para o metaverso. E acho que parte do nosso trabalho é continuar fazendo pesquisas de ponta e pressionando isso em todos os níveis. Estamos fazendo VR. Estamos fazendo AR. Basicamente, entregamos nossos dispositivos a preço de custo ou com um pequeno subsídio, ou um pouco mais do que o custo em alguns casos. Mas o resultado final é que nosso negócio não está focando em dispositivos premium. Queremos que o maior número possível de pessoas interaja lá. Parte disso é ter um ecossistema aberto que seja interoperável.
Além do seu aguardado headset de AR/VR, é esperado que a Apple lance, também, um óculos de AR até 2024. Segundo a opinião de analistas, esse dispositivo poderá substituir o iPhone em até dez anos.
Veremos o que o futuro reserva…
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.