O melhor pedaço da Maçã.

Afinal, o que o futuro reserva para o Apple Watch?

O relógio tem evoluído a passos largos desde o seu lançamento, mas e agora?
Tim Cook apresentando o watchOS 9

Quem vê a absoluta dominância do Apple Watch nos últimos anos, talvez se esqueça da verdadeira crise de identidade pela qual o relógio passou logo após seu lançamento, em 2015. No nosso review da primeira geração do wearable, por exemplo, comentamos que ele ainda não tinha uma finalidade muito clara, apesar dos seus vários recursos e de toda a animosidade que marcou sua chegada.

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Em um primeiro momento, a Apple tentou emplacar seu novo produto como algo mais focado em coisas básicas, como notificações e mensagens. Além disso, era clara a ambição da empresa em posicioná-lo como um item fashion, com direito a edições especiais luxuosíssimas e campanhas publicitárias recheadas de celebridades.

Isso, aliado aos problemas de performance da primeira geração do relógio, contribuiu para que toda a expectativa criada em torno do wearable diminuísse consideravelmente nos seus primeiros meses de vida. A Apple, entretanto, parece ter notado isso rapidamente e não demorou muito para mudar o foco do primeiro produto completamente novo lançado sob a supervisão de Tim Cook.

Foi só quando a Maçã trouxe o relógio para o mundo da saúde de uma vez por todas em suas gerações subsequentes que seu verdadeiro potencial finalmente começou a ser explorado, tornando-se um item praticamente indispensável para quem está imerso no ecossistema da empresa e costuma levar uma vida mais ativa.

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Ao mesmo tempo, a Maçã também lançou uma série de recursos de segurança para seu relógio que, combinados com sensores de saúde, já foram responsáveis por ter salvado a vida de dezenas de pessoas — sacramentando a virada de chave.

Dessa forma, é quase lógico que, ano após ano, nos perguntemos qual será a próxima grande tecnologia a aterrissar no Apple Watch. Afinal, o que a Maçã pretende incluir em seu relógio para continuar sua revolução no mercado de vestíveis?

Neste artigo, iremos reunir algumas das principais tecnologias rumoradas para o Apple Watch e tentar entender suas aplicações. Vamos lá?

Sensor de temperatura corporal

Se você tem um Apple Watch, provavelmente já se pegou em uma situação em que um medidor de temperatura corporal incluso no relógio cairia muito bem. Afinal, quem nunca ficou na dúvida se estava ou não com febre durante um episódio de resfriado? Ao contrário de um relógio, ninguém (ou pelo menos a grande maioria) leva um termômetro consigo pra lá e pra cá.

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Pois bem, ao que tudo indica, o próximo grande recurso de saúde do smartwatch poderá focar exatamente nisso. Nomes como Ming-Chi Kuo e Mark Gurman — alguns dos principais leakers especializados em lançamentos da Apple no mercado — já apostaram em um medidor de temperatura para o vindouro “Apple Watch Series 8”, esperado para o fim do ano.

É fato que esse rumor não é exatamente uma novidade, já que um medidor de temperatura corporal também foi especulado para as gerações mais recentes do relógio da Maçã. Entretanto, informações de que a empresa teria optado por seguir uma abordagem parecida com a do oxímetro podem indicar uma proximidade do lançamento.

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Ao contrário do aplicativo ECG, o Oxigênio no Sangue não é certificado por órgãos regulatórios estatais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por exemplo. Por isso mesmo, a Apple não o divulga como um recurso médico, mas sim como uma ferramenta capaz de dar uma aproximação do nível de oxigênio no seu sangue.

Como medir a temperatura corporal pelo Apple Watch implica em uma série de desafios (como a variação causada por ambientes mais quentes, por exemplo), é provável que o relógio não mostre a temperatura exata do corpo do usuário, mas sim um alerta caso ela passe do nível considerado “normal”. Nesse caso, o relógio convidaria o seu dono a realizar uma medição mais precisa com um termômetro dedicado ou a dar um pulo no hospital.

Medidor de pressão arterial

Um dos modelos mais tradicionais de medidores de pressão arterial no mercado são aqueles que se fixam ao punho da pessoa por um velcro, tal como um relógio propriamente dito. Esses modelos, vale lembrar, possuem câmeras de ar que se inflam e “apertam” o pulso do usuário para realizar a aferição.

Embora seja difícil acreditar que a Maçã use essa mesma solução, é quase impossível olhar para um desses medidores e não imaginar um Apple Watch fazendo exatamente a mesma coisa, mas de uma forma bem mais discreta e prática. De acordo com rumores, entretanto, ainda falta um pouco até isso virar realidade.

Em abril, Gurman, da Bloomberg, foi categórico ao dizer que essa tecnologia não chegaria ao relógio pelo menos até 2024. Na ocasião, ele explicou que a gigante de Cupertino estava sim a desenvolvendo, mas que problemas envolvendo a precisão das medições estavam causando atrasos.

Ainda segundo o jornalista, assim como no caso do sensor de temperatura corporal, a tecnologia de medição da pressão arterial desenvolvida pela Apple também seguiria uma abordagem “aproximada”, sem exibir as leituras sistólicas e diastólicas específicas. No lugar, o recurso apenas alertaria o usuário sobre um possível quadro de hipo ou hipertensão.

As apostas de Gurman, entretanto, não deixavam claro se, em seu estado atual, a tecnologia desenvolvida pela Apple dependia apenas de algum sensor embutido no próprio relógio ou de algum acessório externo, como uma pulseira especial. Algumas patentes registradas pela empresa, porém, podem nos dar uma pista de qual caminho ela deverá seguir.

A primeira patente registrada pela Maçã acerca de um medidor de pressão arterial para o seu relógio faz referência a um sensor externo que seria posicionado no tórax do usuário. Similar a um eletrodo, o acessório permitiria medir o tempo que o pulso levaria para “viajar” entre o relógio e o sensor, exibindo, então, o resultado.

Outra patente, datada de janeiro de 2021, imagina um Apple Watch combinado com um tipo especial de pulseira equipada com um sensor próprio, o qual ficaria em contato com a parte interna do punho — possibilitando uma medição mais precisa e menos sensível a fatores externos.

A pulseira, por sua vez, se comunicaria com outro sensor controlado por um processador capaz de estimar a densidade do tecido no cálculo do valor da pressão arterial.

A patente mais recente registrada pela empresa, datada de março deste ano, é um tanto semelhante e sugere um novo tipo de superfície capaz de responder à pressão — composta por vários microssensores altamente sensíveis. Como explicamos, essa novidade não só eliminaria a necessidade de um botão físico no relógio, como também permitira contato do corpo do relógio com a artéria radial do usuário — possibilitando a detecção da sua pressão.

Além de medir a pressão arterial, essa solução também seria utilizada para medir a frequência cardíaca, o tempo de trânsito de pulso (TTP), a idade arterial, o índice de aumentação (AIx) e mais.

Todas essas patentes, como vocês devem ter percebido, dispensam os sistemas infláveis adotados por medidores tradicionais. Mesmo que todas elas não passem de possíveis soluções que podem ou não serem adotadas pela Apple, elas nos dão uma boa ideia do que podemos esperar.

Medidor de glicose

Provavelmente uma das tecnologias mais aguardadas de toda essa lista, um medidor de glicose embutido no Apple Watch representaria uma revolução não só no mercado wearables, mas também no campo da medicina como um todo, principalmente se a solução desenvolvida pela Maçã não tiver um caráter invasivo — ou seja, não exigir a coleta de uma amostra de sangue do usuário.

Essa é, obviamente, uma tarefa extremamente difícil e que exige um cuidado ainda maior por parte da Maçã, já que uma medição imprecisa poderia implicar em sérios riscos para a saúde de uma pessoa (principalmente para diabéticos). Por isso, é até compreensível que as apostas mais recentes de analistas indiquem que o medidor de glicose ainda estaria a alguns bons anos de chegar ao Apple Watch.

A Apple, por sua vez, parece estar apostando em várias tecnologias de empresas diferentes para tornar esse medidor não invasivo uma realidade. Uma delas é a britânica Rockley Photonics que, desde o ano passado, já recebeu dezenas de milhões de dólares da gigante de Cupertino para seguir desenvolvendo o seu método de monitoramento de biomarcadores (entre eles, o nível de glicose no sangue).

Conceito de medidor de glicose para Apple Watch
Conceito de medidor de glicose.

Considerada uma das soluções mais promissoras nesse campo, a tecnologia da empresa britânica baseia-se em um conjunto de lasers refletidos entre um único microchip e a pele do usuário. Como comentamos aqui, essa tecnologia seria ainda mais precisa do que os sensores baseados em LED usados por outras companhias, sendo capaz, até mesmo, de medir a concentração de álcool no sangue.

Enquanto isso, a Maçã também tem trabalhado em conjunto com algumas de suas principais fornecedoras para desenvolver sensores infravermelhos de comprimento de onda curto, os quais poderiam ser usados em um possível medidor de glicose embutido. Não se sabe, entretanto, se esses sensores possuem alguma relação com a tecnologia da Rockley Photonics.

Caso tudo ocorra como planejado e o Apple Watch venha a ganhar um medidor de glicose no sangue para chamar de seu, não é exagero dizer que veremos uma verdadeira revolução na qualidade de vida de pessoas que precisam monitorar sua glicose constantemente. Afinal, por mais que os medidores tradicionais tenham evoluído, coletar uma amostra de sangue, por menor que ela seja, nunca é algo exatamente prazeroso.

Mesmo que nem todo mundo use um Apple Watch ou sequer tenha um iPhone, a chegada desse recurso com certeza fará com que outras fabricantes se inspirem na solução da Maçã e lancem tecnologias parecidas para os seus próprios dispositivos, tornando-a mais acessível.

Detecção de acidentes de carro

Atualmente, o Apple Watch já é capaz de detectar quedas mais graves e ligar para a emergência caso o usuário não responda após um certo período de tempo — coisa que, inclusive, já foi responsável por salvar a vida de várias pessoas. Ao que tudo indica, porém, a Maçã parece estar planejando expandir essa função para mais situações.

De acordo com rumores, a Apple quer que seu relógio consiga detectar também acidentes de carro usando variações na medição da força gravitacional que incide sobre o usuário. Assim como no caso da detecção de quedas, caso o acelerômetro indique um aumento súbito na “força G” e o usuário não responda a um alerta, os serviços de emergência seriam contactados imediatamente.

Detecção de Queda do Apple Watch Series 4
Detecção de quedas do Apple Watch.

Embora rumores de 2021 tenham cravado a chegada desse recurso para o fim deste ano, pouco foi dito desde então. Como as datas de lançamento do “Apple Watch Series 8” e do watchOS 9 já estão consideravelmente próximas, é possível que tenhamos que esperar mais algum tempo para ter a detecção de acidentes veiculares em nossos relógios.

A Maçã, entretanto, vem trabalhando nesse tipo de tecnologia desde, pelo menos, 2014, quando solicitou o registro de uma patente denominada “Mobile Emergency Attack and Failsafe Detection” (algo como “Ataque de Emergência Móvel e Detecção à Prova de Falhas”), a qual descrevia exatamente a mesma funcionalidade. Além disso, a empresa também já estaria coletando dados de usuários anônimos para aprimorar esse recurso há algum tempo.

Conexão via satélite

Em 2021, muito se falou sobre a possibilidade de os smartphones da linha “iPhone 13” ganharem suporte para um novo sistema de comunicação via satélites LEO. Essa tecnologia, vale lembrar, permitiria o envio de mensagens de emergência e sinais de socorro mesmo fora do alcance de torres de celular.

Como sabemos, isso não aconteceu, mas se engana quem acha que a Apple teria desistido dessa tecnologia por completo. Em desenvolvimento desde 2017, ela parece ter sido apenas adiada e ainda tem chances consideráveis de estrear junto com os vindouros “iPhone 14” e “Apple Watch Series 8”, em setembro.

Mensagens de emergência enviadas por uma conexão via satélite, segundo Kuo, serão bem mais curtas e aparecerão no iMessage identificadas por um balão cinza. O recurso também permitiria relatar acidentes dos mais diversos tipos para as autoridades com poucos toques na tela do relógio.

Mesmo que sua primeira iteração permita apenas o envio de mensagens e alertas, é possível que a conexão via satélite evolua e passe a suportar chamadas de voz no futuro. Também é possível que essa tecnologia seja liberada por meio de uma atualização de software, o que a tornaria disponível também para modelos mais antigos do Watch e do iPhone.

Essa tipo de conexão, vale ressaltar, não tem o objetivo de substituir uma operadora por completo, pois se trata de uma tecnologia cara e ainda em expansão. Ademais, como se trata de algo que ainda precisa passar por um processo regulamentação, é possível que nem todos os países recebam a conexão via satélite logo no lançamento.

Touch ID

Atualmente, o Apple Watch é um dos poucos produtos da Apple sem qualquer sistema biométrico de autenticação. Enquanto os iPhones, iPads e Macs já contam com alguma forma do Touch ID ou do Face ID, o relógio segue dependendo das boas e velhas senhas de quatro ou seis dígitos para ser desbloqueado — ou do uso da biometria no iPhone emparelhado a ele.

Desde 2020, pelo menos, a Apple tem sim considerado adicionar algum sistema desse tipo no seu relógio, com a maior parte dos rumores sugerindo algo mais parecido com o Touch ID. Enquanto algumas fontes afirmam que a empresa estaria tentando colocar um sensor biométrico na Digital Crown, outras apostam em algo integrado ao botão lateral do relógio.

Uma patente registrada pela Apple em dezembro de 2020, entretanto, dá mais credibilidade para a segunda opção. Descrito como um sistema de “identificação do usuário, desbloqueio do dispositivo e autenticação em aplicativos”, a solução imaginada pelo documento ilustra um sensor embutido do botão lateral do relógio — lembrando bastante o Touch ID do iPad Air e do iPad mini.

A má notícia é que estamos há uns bons dois anos sem ouvir qualquer notícia sobre um sensor biométrico no Apple Watch, o que pode muito bem indicar uma desistência por parte da Maçã. De qualquer forma, a existência dessa patente confirma a vontade da empresa de trazer esse tipo tecnologia para o relógio — mesmo que não seja na forma do Touch ID.

Sensor de hidratação

Muitas pessoas costumam usar seus Apple Watches para monitorar não só atividades físicas, mas também coisas como seu nível de hidratação.

Como atualmente o Apple Watch não conta com nenhum recurso nativo que auxilie na coleta desses dados, a solução encontrada por muita gente é baixar aplicativos de terceiros na App Store que façam esse tipo de trabalho — e as opções não são poucas, diga-se de passagem.

Outra patente registrada pela gigante de Cupertino em 2021, entretanto, revela a vontade da Apple de oferecer esse tipo de recurso direto da fábrica. A solução, ilustrada abaixo, descreve um sistema capaz de detectar a hidratação corporal de uma pessoa de forma contínua e direto do Apple Watch.

Composto por um sistema de eletrodos não invasivos que ficariam em contato com a pele do usuário, essa solução seria capaz de medir a concentração de eletrólitos no suor do usuário e, nesse processo, determinar o nível de hidratação do usuário.

Embora essa seja outra ideia aparentemente esquecida pela Apple, é possível ver esse tipo de sensor sendo explorado por aplicativos que focam justamente na hidratação do usuário, como aqueles que enviam notificações lembrando o usuário de beber água. Todo esse processo, é claro, poderia ser automatizado graças a essa medição contínua.

O futuro do Apple Watch

Mesmo que o iPhone ainda seja o carro-chefe da Maçã, com milhões e milhões de unidades vendidas todos os anos, não é exagero dizer que o Apple Watch talvez seja o dispositivo mais promissor da empresa — ou, pelo menos, o que tem a maior capacidade de revolucionar.

Vale notar que ainda estamos no início do processo de democratização dos dispositivos de saúde, antes só encontrados em consultórios e vendidos por cifras altíssimas. Essa interseção entre o mundo da saúde e o da tecnologia tem tudo para ficar ainda maior, e no fim, nós, consumidores, só temos a ganhar com isso.

O Apple Watch, por sua vez, tem liderado essa revolução, ditando exatamente como um wearable deve ser. E, como é possível notar acima, ele ainda tem muito espaço para inovar. Qualquer novidade sobre o futuro do dispositivo, é claro, você verá aqui no MacMagazine. 😉

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