Por muito tempo, o Google Maps foi o único grande serviço de mapas disponível para usuários. Embora outras empresas tenham se aventurado e ensaiado uma concorrência ao serviço da gigante de Mountain View, a Apple é quem mais chega perto de rivalizar com o buscador em seu propósito geral — apps como o Waze, por exemplo, contam com um maior enfoque em trânsito.
Mas o quão avançada a Apple está? Será que o serviço da Maçã tem alguma chance contra o pioneiro? É isso que vamos ver neste comparativo, o qual toma como base alguns critérios para analisar qual app se sai melhor em relação ao outro.
Para efeitos de comparação, ao longo de toda a publicação apresentaremos capturas de tela dos dois aplicativos para facilitar nossa visão sobre o que temos em um em relação ao outro.
Interface e funcionalidades
Vamos começar analisando o primeiro ponto em praticamente qualquer review: a interface. Embora os aplicativos tenham propósitos bem semelhantes (e funcionalidades, idem), a proposta visual deles é um pouco diferenciada.
Vamos começar com o app da Apple. Ao entrar no aplicativo, somos apresentados a uma barra de pesquisa que, caso “puxada” para cima, apresenta uma miniatura da sua foto, um espaço para os favoritos e outro para as ações recentemente realizadas, uma para os Guias e botões para Compartilhar localização, Marcar Minha Localização e Comunicar Problema.
Caso você toque na sua foto, há um atalho para exibir uma espécie de perfil, o qual mostra os Favoritos, os Guias, as Comunidades, as suas Classificações e Fotos, bem como as suas Preferências.
Na parte superior, há um atalho para escolher o tipo de visualização de mapa (Explorar, De carro, Transporte público ou Satélite), outro para reposicioná-lo e uma espécie de bússola para ajustar o mapa à orientação atual do usuário (caso ele não esteja na correta). De resto, é exibido o mapa em si.
Quanto ao Google Maps, na página inicial também somos apresentados a uma barra de pesquisa, aliada a um microfone e também à sua foto de perfil. Um pouco mais abaixo, vemos alguns atalhos para encontrar estabelecimentos específicos, como restaurantes, postos de combustível e supermercados.
Após o mapa em si, na parte inferior, há uma área expansível com as novidades na região, até chegarmos a outro submenu, o qual apresenta as guias Explorar (que é a padrão), Ir (que substitui as novidades na região por algumas sugestões de destino), Salvo (que mostra lugares salvos/favoritados/marcados pelos usuários), Contribuir (a qual exibe um resumo das contribuições feitas) e, por fim, Novidades (que mostra atualizações das pessoas que o usuário segue, bem como mensagens trocadas).
Ao tocar na foto de perfil, assim como no da Apple, o usuário ainda tem acesso a outras opções, como um modo de navegação anônima, o seu perfil, a sua linha do tempo, uma opção para compartilhar local, outra para mapas offline, uma para mostrar seus dados no Maps e uma para as configurações.
Não há dúvida nenhuma sobre quem sai vencendo em termos de funcionalidades, não é? Até por ser um software bem mais antigo, o Google Maps tem claramente mais opções em relação ao da Apple — que se propõe simplesmente a exibir mapas, sem se importar tanto com recursos secundários.
Porém, em termos visuais, o app da Maçã vence o comparativo, visto que, por se propor a exibir apenas o básico, tem uma interface mais agradável aos olhos. Isso, no entanto, vai do gosto do usuário.
Há quem prefira ter tudo lá, na hora, ao seu alcance — sem se importar com poluição visual ou algo do gênero. Outros, no entanto, querem apenas o básico ao seu alcance direto, dando alguns passos a mais caso precise de uma funcionalidade extra.
Pedir para ser guiado pela Siri
Caso você esteja dirigindo, convenhamos que não é nada cômodo ter que parar o veículo para digitar determinado destino e pedir para que o Google/Apple Maps iniciem a navegação — como se faz tradicionalmente.
Por isso, se torna bem mais fácil simplesmente chamar a Siri para definir um trajeto. Ambos os aplicativos podem trabalhar com a assistente de voz da Apple, mas por motivos óbvios o app da Maçã se sai melhor nesse quesito.
Isso porque basta simplesmente chamar a Siri e pedir para ser levado a um determinado local que o Apple Maps é automaticamente aberto e dá início à rota, com o usuário necessitando especificar o aplicativo caso queira abrir o Google Maps em vez do app nativo.
Outra alternativa em relação ao Google Maps é abrir o aplicativo e tocar no ícone de microfone presente na barra de endereços, o que também o permitirá usar comandos de voz. Porém, a solução “apenas voz” é bem mais prática.
Vale recordar que todos os benefícios que o Apple Maps conta no iOS em relação à navegação por voz existe com o Google Maps em Androids, o qual trabalha com o Google Assistente. O app da Maçã, no entanto, não está disponível no sistema operacional concorrente.
Design dos mapas
Quanto à interface dos mapas, no geral há uma grande semelhança de um aplicativo em relação ao outro — isso, é claro, se tomarmos como base comparativa o tema claro e o tipo de mapa padrão, o qual aparece assim que entramos pela primeira vez nos dois apps.
Ambos contam com divisões de cores parecidas, com a azul sendo utilizada para mostrar ambientes aquáticos, a verde para mostrar especialmente ambientes vegetais e a verde clara/branca usada para representar ambientes urbanos.
Para representar estradas e rodovias, ambos os aplicativos usam linhas, as quais são representadas na cor amarela no Google Maps e em cinza no Apple Maps.
Quando falamos da navegação ponto a ponto em uma rota, os mapas também mostram os trajetos de maneira semelhantes, ambos exibindo uma linha espessa azul para representar o caminho que deve ser seguido pelo usuário.
Disponibilidade
Quando comparamos algum aplicativo da Apple com softwares de outras empresas, certamente já sabemos para onde caminharemos — com alguns serviços (como o Apple Music e o Apple TV+ como exceções).
Como era de se esperar, o aplicativo de mapas da Maçã está disponível apenas para os dispositivos da empresa — entenda-se por Macs, iPhones, iPads e até mesmo Apple Watches (mesmo que limitado). Caso você não tenha algum desses dispositivos e queira acessar o app em uma versão web, por exemplo, isso não é possível.
Quando partimos para o lado do Google, no entanto, a história é bem diferente. O app da gigante de Mountain View está disponível para iOS e Android, bem como também conta com uma poderosa e completa versão web, a qual possibilita o acesso por qualquer sistema operacional para computadores (o que inclui macOS, Windows e distribuições Linux).
Mas por que isso é tão importante? Simples: sabemos bem que muitos usuários (principalmente aqui no Brasil) contam apenas com o iPhone como dispositivo da Apple, de modo que o Windows ainda é o sistema operacional para computadores mais utilizado.
Com isso, caso você use o Mapas da Apple no smartphone e tenha no app todos os seus dados e favoritos sincronizados, quando chegar ao computador simplesmente não terá acesso a eles, coisa que é facilmente possível com o serviço do Google.
CarPlay
Ambos os aplicativos também estão disponíveis no CarPlay, recurso que permite conectar o iPhone ao console multimídia do carro e usar o aparelho como uma verdadeira central, a qual conta com recursos importantes dos iOS — inclusive aplicativos de mapas.
Com o Apple Maps, a Maçã promete prever para onde você está indo usando endereços do seu email, mensagens de texto, contatos e calendários. Além disso, o usuário contará com os recursos já presentes no app para celular, como um mapa mais detalhado, navegação ponto a ponto com itinerários falados e experiências envolventes em 3D.
Mesmo dando um enfoque maior ao Android Auto, recurso semelhante ao CarPlay só que para aparelhos com Android, o Google Maps também é suportado no recurso da Maçã.
Com o aplicativo do Google, é possível utilizar todas as principais funções de navegação para ser guiado pelo software durante uma viagem, inclusive com algumas possibilidades interessantes durante o trajeto, como a de pesquisar paradas, bem como adicionar uma delas até mesmo com uma viagem rolando.
O mesmo vale para remover uma parada, com as duas coisas podendo ser feitas tanto no iPhone quanto diretamente no carro.
Embora seja funcional, no entanto, por não ser nativo da Apple, o Google Maps é um pouco mais limitado que o Mapas da Maçã no CarPlay, com uma vantagem para a gigante de Cupertino nesse quesito.
Conteúdo
Aqui, há um ponto inegável de vantagem para o Google Maps, principalmente quando falamos de países que (como sabemos) não são nem de longe prioridade da Apple — como é o caso do Brasil.
Com seu pioneirismo, o Google conseguiu ao longo de quase duas décadas acumular uma enorme base de dados. Por ser um app amplamente popular, é lá o primeiro lugar utilizado pelas pessoas para cadastrar novos endereços e estabelecimentos.
Por aqui, mesmo com uma quantidade até relevante de iPhones presentes entre a população, parece tão padrão instalar o Google Maps ao ganhar um novo aparelho quanto já foi usar o Internet Explorer no Windows apenas para baixar o Google Chrome.
Na cidade em que estou atualmente, Russas (CE), é raro encontrar qualquer estabelecimento — não importando o tamanho dele — que não esteja cadastrado na base de locais do Google Maps, desde o grande supermercado até a pequena venda no bairro mais isolado.
No caso do Apple Maps, acontece o completo o oposto. A quantidade de estabelecimentos cadastrada chega a ser irrisória em relação à presente no app rival, de modo que, quando cheguei à cidade, nem mesmo a universidade federal onde eu estudo podia ser encontrada no aplicativo. Ou seja, não é uma questão de ele não estar devidamente atualizado com os pontos mais recentes/alterados nem nada do tipo.
Assim, para quem gosta do aplicativo da Maçã e/ou faz questão de permanecer o utilizando, há uma grande possibilidade de isso só ser possível cadastrando um por um dos estabelecimentos presentes na cidade — o que não é nada viável/prático, convenhamos.
Quando mudamos para uma cidade maior, como São Paulo, o cenário muda, apesar de ser um pouco difícil fazer um comparativo exato entre os dois aplicativos, visto que eles contam com critérios diferentes na hora de exibir os nomes dos estabelecimentos — como pode ser notado nas capturas de tela abaixo.
Explicando melhor: ao dar determinado nível de zoom no Apple Maps, ele parece mostrar mais estabelecimentos que o Google Maps exibe no mesmo nível de aproximação. Enquanto o app da Maçã dá preferência a exibir nomes, o da gigante de Mountain View costuma exibir mais ícones referentes ao tipo de estabelecimento e só mostrar os nomes de fato após uma boa aproximação.
Ao dar prioridade à exibição de nomes de estabelecimentos maiores à primeira instância, o Google Maps resolve o problema com a quantidade maior de locais cadastrados. Afinal, seria uma grande bagunça caso o app mostrasse todos eles a um plano mais distante, embora no caso do Apple Mapas acabe ficando mais fácil encontrar diretamente algum local sem uma pesquisa.
O mesmo comportamento se repete em outras grandes cidades pelo Brasil, como Rio de Janeiro. Nesses locais, no entanto, a vantagem do Google Maps é menos superior, com um bom número de estabelecimentos também cadastrados no app da Apple — e até mesmo alguns poucos presentes no software da Maçã e não no do Google.
Social
Quando falamos na parte social, o Google Maps também sai na frente em disparada. Isso porque o aplicativo conta com uma espécie de perfil bastante avançado e que é alimentado principalmente pelas contribuições feitas pelos usuários, bem como pelas avaliações feitas por eles dos locais cadastrados na plataforma.
Contando também com uma rede de seguidores, os perfis do Google Maps podem ser alimentados com imagens dos locais produzidas pelos próprios usuários, as quais contam com um número de visualizações e podem ser curtidas pelos seguidores ou visitantes do perfil.
Além disso, há o Local Guide, um sistema de pontuação no qual os usuários sobem de nível a depender da quantidade de contribuições feitas por eles para melhorar o Google Maps e ajudar outros usuários — são considerados critérios como as fotos publicadas, as avaliações feitas, bem como respostas e locais adicionados.
Quando falamos dos Mapas da Apple, simplesmente não há nada a se destacar neste tópico, visto que o perfil no aplicativo da Maçã serve apenas como um local para o usuário ter acesso fácil às suas informações, não havendo uma interação com outros como no do Google.
Sistema de contribuições
Tanto a Apple quanto o Google oferecem aos usuários mecanismos para adicionar locais ou corrigir algum que tenha sido adicionado erroneamente. Porém, a forma como as duas empresas gerenciam tais correções/contribuições é diferente — cada uma delas tendo seu ponto positivo/negativo.
Primeiro de tudo, para cadastrar um novo local no Google é bastante simples e direto, não parecendo haver uma grande avaliação por parte da empresa se o que está sendo relatado é ou não verídico/preciso. É possível, inclusive, cadastrar um local como a sua casa com um nome bonitinho para publicar nas redes sociais.
Isso claramente torna o processo muito mais fácil e rápido, mas pode acabar acarretando em alguns problemas, como locais sendo registrados de forma mal-intencionada. Porém, por incrível que pareça, isso acabou acontecendo também com o app da Apple — o qual indica ser mais criterioso para cadastrar novos estabelecimentos.
A já citada cidade de Russas (CE), por exemplo, não conta com nenhum estabelecimento do Starbucks — sim, a famosa rede de cafeterias. Ao pesquisar pelo termo no Mapas da Apple, no entanto, é exibido um resultado próximo o qual (obviamente) não leva a lugar nenhum.
No caso do Google Maps, a “vítima” foi o Magazine Luiza — rede varejista que também não conta com nenhuma filial na cidade. Cadastrado no app, o endereço me leva diretamente a uma famosa loja concorrente no Ceará (obviamente, uma bela estratégia de marketing de alguém do Magalu, não é mesmo?).
Como as informações estão claramente equivocadas, entrei com o processo natural para relatar a inexistência dos locais nos dois aplicativos.
No do Google, isso é feito na opção “Sugerir uma alteração”, onde também é possível selecionar “Fechar ou remover” para marcar um local como fechado, inexistente ou duplicado. É possível adicionar fotos para facilitar a contribuição, que por sua vez lhe rende pontos no Local Guide.
No da Apple, a correção é feita na seção Comunicar Problema, mas não há uma opção clara para marcar um local como inexistente. Por isso, relatei o erro na opção “Outras ou várias coisas estão erradas”, adicionando um comentário destacando o equívoco.
No mesmo dia, recebi um email do Google comunicando que a edição de local sugerida foi aceita — e em menos de 24 horas o estabelecimento já não aparecia no mapa. No caso da Apple, mais de um mês depois, ainda não houve nenhum retorno e o Starbucks continua por lá, sem existir de fato. Mais um ponto pro Google.
Testes
Obviamente, fiz alguns testes pelos mesmos percursos usando os dois aplicativos. Primeiro, falemos de uma viagem relativamente longa — da cidade de Russas para Morada Nova, ambas localizadas no interior do estado do Ceará.
Pude notar algumas diferenças básicas que fizeram com que o app do Google se saísse superior. Em primeiro lugar, o aplicativo da Apple não parece ser tão atualizado ou preciso quanto o do Google em alguns locais, embora não tenha resultado em nenhum erro que me fizesse pegar um caminho errado, por exemplo.
No entanto, ele chegou a reconhecer uma rotatória como uma curva simples — coisa que não aconteceu com o Google Maps.
O mesmo acontece com a sinalização de que há um radar para fiscalização eletrônica adiante. O Apple Maps, que em determinados locais simplesmente não sabia da presença do dispositivo, em outros anunciava apenas quando eu já havia passado por ele — mesmo que bem pouco, o que continua sendo inútil.
O Google Maps, até pela maior presença e atenção da empresa em relação ao Brasil, conseguiu fornecer mais detalhes (e mais precisos) de navegação, de modo que a única coisa que me faria preferir o Apple Maps em relação à concorrente seria o menor consumo da bateria.
Outros tipos de rota…
Não são apenas as rotas de carro que estão disponíveis nos dois aplicativos, como também direções para veículos como motocicletas, bicicletas e até mesmo para quem pretende ser direcionado a pé ou viajar em transporte público por determinado trajeto.
Quanto à quantidade de tempo sugerida pelos dois aplicativos, geralmente ela é praticamente idêntica, embora algumas vezes um app possa sugerir um trajeto alternativo em relação ao outro. Ambos, inclusive, vão lhe corrigir caso você entre em uma rota diferente.
Alguns dos outros tipos de rotas — como de bicicleta, por exemplo —, no entanto, não estão disponíveis na mesma escala em ambos os apps. É um comportamento semelhante ao que vemos em outras seções deste comparativo.
Caso você esteja em uma grande metrópole dos Estados Unidos, o Apple Maps com certeza lhe será suficiente e muito provavelmente até oferecerá detalhes mais pomposos que o concorrente de todos os tipos de rotas disponíveis.
Porém, caso você (como eu) seja apenas um rapaz latino-americano, o Google Maps deve ser a sua única alternativa se você não pretende viajar de carro e quer detalhes mais específicos para outros tipos de locomoção, também a depender da localização.
O Apple Maps já mostra rotas de transporte público e até mesmo uma opção para solicitar carros por aplicativos como Uber em grandes cidades do Brasil — embora as rotas de bicicleta ainda não estejam disponíveis por aqui. Porém, caso more em uma cidade menor, pode ser que as rotas de carro e a pé sejam as únicas disponíveis.
Incidentes/acidentes
Durante minha navegação por rodovias, me deparei com poucos acidentes, falhas de trânsito ou construções, mas o Google Maps forneceu informações sobre mais tipos de incidentes em relação ao Apple Maps.
Isso porque o aplicativo da Maçã só permite a inclusão de três tipos de incidentes: colisão, perigo e radar — o que é pouco em relação ao Google, que permite adicionar como alerta acidente, radar móvel, lentidão, obra, faixa interditada, veículo parado e até mesmo objeto na rua.
Porém, mesmo que busquem detalhes sobre acidentes em fontes parecidas, nem sempre os dois aplicativos comunicam os mesmos problemas. Às vezes, inclusive, o Apple Maps sai na frente do software do Google, mesmo em uma cidade pequena como Russas — embora o app rival leve a melhor na maioria das vezes.
Olhe ao Redor vs. Street View
Muitas vezes, em vez de apenas contarmos com um plano de navegação 2D para nos guiar por estradas e ruas, podemos preferir uma visualização mais realista do que vamos encontrar pela frente, a qual nos permite navegar ponto a ponto e visualizar melhor detalhes como edifícios ou obstáculos que possam nos atrapalhar.
Por isso é que tanto a Apple quanto o Google fornecem opções semelhantes para seus usuários, as quais apresentam imagens panorâmicas continuamente e permitem uma navegação por elas. A solução da Maçã é o Olhe ao Redor (Look Around), enquanto a do Google — já bem amadurecida, diga-se — é o Street View.
Para efeitos comparativos, em primeiro lugar, é importante destacar que o Olhe ao Redor simplesmente não está disponível no Brasil, ao contrário do Google, que já disponibiliza imagens de praticamente todas as ruas na pequena cidade onde moro, exceto em locais mais isolados.
Porém, é possível ver o recurso da Apple em funcionamento mudando a localização do mapa para um país que conte com o recurso — como os EUA, por exemplo.
É importante notar que, mesmo com eles tendo objetivos parecidos, funcionam um pouco diferente. Primeiro, os dois oferecem a oportunidade de visualizar tanto as imagens quanto o mapa ao mesmo tempo — o que pode facilitar o processo de navegação por parte do usuário.
Porém, no Apple Maps há uma espécie de binóculo no mapa — que é o símbolo utilizado pela Maçã para o recurso —, o qual possibilita saber para qual direção está sendo apontada a navegação. É possível, inclusive, movimentar o próprio mapa, o que consequentemente também movimenta a imagem de exibição do Look Around na parte superior.
No Google Maps, por sua vez, há um modo de navegação exclusivo para o Street View, o qual também divide a tela em imagens e mapa, mas não traz a facilidade do Apple Maps no que se refere a se movimentar por ele. É possível tocar em pontos específicos para mudar o local de navegação, mas não arrastar o mapa como no app rival.
As imagens geradas pelas duas empresas são de boa qualidade, embora as do Apple Maps pareçam superiores. A movimentação de um ponto para outro numa mesma rua também acontece de forma mais suave/realista no da Apple.
Ignorando o fato de que o software da Apple não está disponível em muitos locais onde o do Google está, meu ponto neste quesito vai para a Maçã se analisado apenas o recurso por si só.
Navegação 3D
Quando falamos desse tipo de navegação, não tem para ninguém: o Apple Maps é superior! Embora, mais uma vez, estejamos falando de um recurso que está disponível em poucos países (principalmente nos EUA), a Apple aprimorou em cheio o detalhamento 3D desde o iOS 15.
Como já mostramos em vídeo, o nível de detalhes de edifícios e até mesmo de monumentos no app da Maçã é tão grande que chega a se assemelhar a um game, o que deixa tudo bem mais atraente visualmente aos olhos dos usuários.
Enquanto ganha em muitas outras categorias, o Google Maps não se sai muito bem quando o assunto é navegação 3D, de modo que até mesmo nos locais onde o Apple Maps não conta com o nível de detalhamento lançado junto ao iOS 15, a sua renderização ainda parece superior.
Qual dos dois escolher?
Ao contrário de outros comparativos que já fiz aqui pro MacMagazine — como o do Apple Music vs. Spotify ou no relato da minha experiência com o Windows e o macOS —, aqui dá para ser taxativo: se você mora no Brasil, o Google Maps é de longe a melhor opção.
Embora o Apple Maps conte com uma interface mais amigável, com recursos interessantes e até visualmente mais atraentes (como a navegação em 3D), o app do Google ainda oferece uma solução mais completa e útil aos usuários, sendo baixa a possibilidade de deixar alguém “na mão”.
De nada adianta uma interface bonita e organizada se não temos o conteúdo completo que esperamos de um aplicativo que tem como um dos grandes objetivos não atrasar as nossas vidas.